Resumo
Este artigo busca refletir a respeito do modo como algumas formas recentes de engajamento político de mulheres negras têm articulado relações entre corpo, estética e emoção enquanto aspectos centrais de seus processos de aprendizado e afirmação identitária. Tendo o contexto paulistano como cenário, a pesquisa etnográfica mostra como, por meio de redes de sociabilidade on-line e off-line, experiências coletivas atuam na reformulação de um conjunto de sentimentos, percebidos na partilha de narrativas dramáticas de discriminação racial, produzindo um novo olhar sobre o corpo e sobre a noção de beleza por meio de linguagens estéticas que, por sua vez, ensejam novas dinâmicas de consumo, ao mesmo tempo em que ampliam os sentidos dos feminismos negros. Minha intenção é atentar para a constituição de um sujeito político plural, alinhado com as mídias contemporâneas, que articula mercado e engajamento a uma economia política das emoções, estimulando novos modelos de subjetividade.
Palavras-chave: feminismos negros; estética; consumo; emoções