Resumo
Este artigo se propõe a analisar as contribuições do Instagram na construção das performances identitárias das adolescentes escolares autodeclaradas pretas e pardas da cidade do Recife, uma vez que o ciberespaço se constitui como espaço de embate, representatividade e de produção de subjetividades. Estudo de abordagem qualitativa e natureza interdisciplinar, com base em pesquisa de campo, desenvolvido em ambiente escolar. Foram utilizadas observação participante, diário de campo, etnografia digital e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados por meio da análise do discurso em conexão com a teoria das representações sociais. Foi possível apreender que a rede social Instagram tem se configurado como ambiente limitado de autorrepresentação e performance identitária, visto que os discursos racistas e sexistas operados nos espaços on-line e off-line atuam favoravelmente para esse silenciamento. Desse modo, a plataforma tem se estabelecido como mais um meio de estruturação do sistema de opressões interseccionais vivenciadas no mundo “real”.
Palavras-chave:
adolescentes; etnografia digital; identidade social; Instagram