No contexto da imigração alemã, ainda no século XIX, surgiu uma literatura produzida por indivíduos atentos à realidade cultural teuto-brasileira, e que prosperou até 1939, quando o Estado Novo proibiu as publicações em idioma estrangeiro durante a "campanha de nacionalização". Neste artigo procuro analisar o papel exercido por essa literatura escrita em língua alemã - especialmente a poesia - na construção de uma identidade cultural que combina os princípios da germanidade com a realidade da colonização em território brasileiro. O universo focalizado é o da "colônia" Blumenau (Vale do Itajaí, SC), lugar onde uma elite emergente, com algum capital cultural e, principalmente econômico, patrocinou atividades associativas, manteve um teatro e estimulou a produção literária divulgada, principalmente, através de jornais e almanaques, numa apropriação bastante peculiar da noção de Kultur.
colonização alemã; germanidade; identidade cultural; literatura teuto-brasileira