RESUMO
Um estudo anterior revelou que as cultivares modernas de batata, cultivadas no Brasil, têm maior produtividade comercial de tubérculos do que as cultivares antigas. O presente estudo teve como objetivo identificar quais caracteres morfológicos influenciam o ganho de produtividade das cultivares modernas. Dois experimentos de campo foram realizados no Brasil: em Guarapuava-PR e Brasília-DF. Os tratamentos consistiram de seis cultivares, classificadas de acordo com a origem e o ano de lançamento: Bintje (europeia, 1910), Baronesa (brasileira, 1955), Monalisa (europeia, 1982), Ágata (europeia, 1990), Catucha (brasileira, 1995) e BRS Clara (brasileira, 2010). Essas foram as principais cultivares utilizadas no sul do Brasil nos últimos 65 anos e representam 100 anos de melhoramento genético. Foi utilizado delineamento em blocos casualizados com seis tratamentos e quatro repetições. Foram avaliados os seguintes caracteres morfológicos das plantas em quatro estádios de crescimento (início do desenvolvimento vegetativo, início da tuberização, máximo crescimento vegetativo e enchimento de tubérculos): índice de área foliar, área foliar específica, número de hastes, tubérculos iniciados e formados. Aos 15 dias após a emergência, as cultivares modernas apresentaram maior índice de área foliar e tubérculos formados em comparação com as cultivares mais antigas. Além disso, maior número de hastes e menor área foliar específica foram observados nas cultivares modernas. Um índice de área foliar elevado no início do desenvolvimento vegetativo combinado com grande número de tubérculos formados contribuiu para o aumento do potencial de produtividade das cultivares modernas.
Palavras-chave:
Solanum tuberosum; melhoramento; IAF; tubérculo; variedade; potencial de produtividade