RESUMO
A quinoa é uma cultura altamente adaptável devido à sua considerável variabilidade genética, tornando-se uma característica importante para cultivo em diferentes condições edafoclimáticas. Para conhecer a adaptação da cultura, é essencial identificar a variabilidade com base nas diferenças morfo-agronômicas e interação genótipo x ambiente (GxE). Este estudo teve como objetivo caracterizar oito progênies de quinoa no Brasil e na Colômbia. Os experimentos no Brasil foram conduzidos em área irrigada da Fazenda Água Limpa, Universidade de Brasília, a 1.100 m, em duas datas: março a julho de 2018 e maio a agosto de 2019. Na Colômbia, os experimentos foram realizados em Santander de Quilichao e Popayán a 1.100 e 1.800 m, respectivamente. Os tratamentos consistiram de cinco progênies selecionadas no Brasil, uma da Colômbia e duas do Equador. Os experimentos seguiram o delineamento em blocos casualizados, com oito progênies e quatro repetições. Para análise estatística foi utilizado o teste F com p≤0,01 e p≤0,05. As médias foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott. Foi realizada a análise AMMI (Additive Main effects and Multiplicative Interaction), combinando análise de variância e análise de componentes principais, para ajustar os principais efeitos dos genótipos (G) e ambientes (E) e da interação GxE. Diferenças significativas foram encontradas em p≤0,01 e p≤0,05 para ambientes, genótipos e interação GxE. As progênies com ampla adaptação aos ambientes foram BRX2, BRX5, BRX6 (selecionadas em BRS Syetetuba) e PRIX (selecionadas em Piartal), com rendimentos médios acima de 3.151,95 kg/ha. Os genótipos apresentaram diferenças no mesmo local em diferentes períodos, expressando a necessidade de realização de seleção para períodos e locais específicos. Os genótipos BRX5 e BRX6 apresentaram elevado potencial agronômico em todos os ambientes avaliados, sendo promissores para futuros programas de melhoramento genético.
Palavras-chave: Chenopodium quinoa; AMMI; adaptação; seleção; quinoa tropicalizada