Efeitos da poda no desenvolvimento vegetativo e qualidade da biomassa de halófitas perenes cultivadas em aquaponia salina

RESUMO

O cultivo de plantas vasculares na aquicultura está se tornando cada vez mais importante e a aquaponia salina tem centrado no cultivo de plantas com o ciclo de vida curto (i.e. plantas anuais). Entretanto, o cultivo de plantas perenes pode permitir a produção de biomassa durante todo o ano por cortes repetidos e rebrote. O presente estudo avaliou os efeitos de diferentes regimes de poda no crescimento e absorção tecidual de nitrogênio das halófitas perenes Paspalum vaginatum e Salicornia neei cultivadas em aquaponia salina. A água clarificada do cultivo de Litopenaeus vannamei foi utilizada como principal fonte de água e nutrientes para o cultivo de plantas estabelecidas em Nutrient Film Technique (NFT). Em cada ensaio (28 dias), três grupos de 22 plantas foram estabelecidos em diferentes bancadas NFT e submetidos a nenhum corte, um corte e dois cortes. Os regimes de poda aplicados a ambas as espécies halófitas não afetaram a qualidade da água de recirculação. O perfilhamento e o alongamento do caule de P. vaginatum apresentaram tendências crescentes com o aumento da frequência de corte. Salicornia neei cortada em intervalos de 28 dias produziu um maior número de ramos de tamanho comercializável com menos ramos lignificados do que plantas não cortadas e plantas ramificadas cortadas a cada 14 dias, que apresentaram o menor tamanho de ramo. Plantas individuais de P. vaginatum e S. neei absorveram em seus tecidos entre 2,27-2,45 mg/dia de N e 4,59-6,43 mg/dia de N, respectivamente. Os regimes de corte não afetaram estatisticamente o acúmulo de nitrogênio na biomassa de nenhuma das espécies halófitas. O tratamento de uma poda, a cada 28 dias, foi considerado a prática mais adequada para a produção de aquaponia de ambas as halófitas.

Palavras-chave:
Paspalum vaginatum; Salicornia neei; aspargo marinho; seashore paspalum; vegetais perenes; sistema BFT