No Brasil, estudos e investimentos ao inhame são incipientes. Similarmente, a literatura nas últimas décadas apresenta informações insuficientes para este grupo de plantas. A literatura existente, por sua vez, exige mais que nunca ser revisada e organizada. O inhame tem-se unido ao grupo de culturas ditas "negligenciadas" por diversas razões, mas particularmente devido ao fato de estar associado às comunidades pobres e tradicionais. Muitos vegetais introduzidos no Brasil durante o período da colonização têm-se adaptado a diferentes sistemas de cultivo, sendo o inhame um excelente exemplo. Esta diversidade é resultado de uma ampla dispersão, ainda pouco conhecida no país. Por sua vez, as roças usam o sistema de agricultura tradicional de forma a manter e aumentar as variedades locais de inhame. Estudos de outros países, com ênfase na caracterização e melhoramento genético, trouxeram à luz uma necessidade urgente de o Brasil investir em inhame como uma rica fonte de carboidratos, mesmo apesar das mudanças na política alimentar pública. Reverter o atual estigma do inhame é um duplo desafio para a comunidade científica e população como um todo. Este artigo objetiva-se a trazer questões pertinentes sobre as espécies do gênero Dioscorea, um importante grupo para muitas comunidades em países tropicais, contudo ainda pouco conhecido no Brasil.
Dioscorea spp.; tubérculos; agricultura tradicional; agrobiodiversidade; marcadores moleculares