O exame citológico para verificação do câncer cervical (teste de Papanicolau), primeira tentativa de investigação em massa de um câncer humano maligno, é com frequência apresentado como demonstração não problemática da exequibilidade do exame. Ele se tornou um modelo para outros tumores malignos: seio, cólon, próstata. O presente artigo analisa a história inicial do teste de Papanicolau e as condições de sua transformação num exame de rotina, apesar de dificuldades de estabilizar as leituras das lâminas microscópicas. Analisa as consequências da difusão da técnica, as controvérsias a esse respeito, a modelagem articulada do teste diagnóstico e da doença câncer cervical e a problemática aplicação a outros cânceres das lições aprendidas com o exame de tumores cervicais.
câncer cervical; teste de Papanicolau; exames para câncer; campanhas contra o câncer; saúde pública