Resumo:
Quando o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) assumiu o poder em 1952, programas de saúde pública rural foram usados para tratar do que as elites chamavam de “problema dos índios”: a ideia de que a cultura indígena dificultaria a modernização da Bolívia. Após 1952, o MNR usou a saúde pública como projeto de assimilação cultural, e programas de saúde patrocinados pelo Estado queriam embranquecer culturalmente a população, transformando seus hábitos. Este estudo analisa a linguagem dos médicos quando falam dos indígenas para mostrar que, apesar de o regime tentar não definir a população rural em termos raciais, as elites médicas e políticas ainda enxergam os costumes indígenas como um obstáculo ao progresso e um resquício de passado antiquado.
Palavras-chave:
Bolívia; mestiçagem; Movimento Nacionalista Revolucionário; saúde pública; raça/etnia