Este artigo apresenta os resultados de pesquisa sobre a institucionalização dos alienados em cinco províncias brasileiras: São Paulo, Rio Grande do Sul, Maranhão, Pernambuco e Pará. Analisaram-se relatórios dos presidentes dessas províncias durante o Segundo Reinado, entre 1846 e 1889. Nesses documentos a alienação mental é considerada como uma doença especial e se aponta que o lugar dos loucos não é entre os demais doentes, mas tampouco nas cadeias. Notáveis são ainda os registros de pressões da sociedade no sentido de sua internação. Os políticos incorporaram o discurso médico sobre a alienação mental, mas, diante das suas descrições dos Hospícios, evidencia-se a contradição entre um suposto projeto de assistência, baseado em pressupostos pinelianos, e a prática de simples reclusão realmente efetivada.
história da psiquiatria - Brasil; política assistencial; internação involuntária; insanidade; Hospício de Alienados Pedro II