Resumo
Baseado em um estudo etnográfico no sul do Brasil, este artigo explora tentativas frustradas e bem-sucedidas de terapeutas em uma “resistência biorreducionista” a medicamentos. Comparativamente, busco mostrar que a farmaceuticalização pode se tornar uma “rolha” entorpecedora que interage com a micropolítica polarizante dos jovens, e é fruto de histórias familiares médico-políticas em várias gerações. Contudo, essa rolha não está bem vedada, dando margem a exceções nessas histórias. Acredito que a farmaceuticalização e as exceções não surjam da “resistência” à lógica biopsiquiátrica, mas sim de possibilidades transformativas na coprodução padronizada da vida social, política e psiquiátrica.
Brasil; medicamentos; biorreducionismo; epistemologia; história