Ao analisar pesquisas de campo realizadas no final do século XIX e início do XX, o artigo mostra como as estradas de ferro foram instrumentos do império dos conhecimentos no Oeste dos Estados Unidos. A economia política da região foi modelada pela ascensão do populismo e pelo desenvolvimento do capitalismo com o apoio dos governos estaduais e federal. Criaram-se assim as condições para a cooperação entre cientistas e companhias ferroviárias. Num primeiro momento, o deslocamento dos índios e sua concentração em reservas estiveram relacionados às pesquisas do Escritório de Etnologia, então dirigido por John Wesley Powell. As companhias ferroviárias tornaram-se importantes patrocinadoras de pesquisas de campo fornecendo passagens gratuitas ou a custos reduzidos para as viagens dos cientistas, desde aqueles ligados a universidades públicas que promoviam estudos sobre horticultura e engenharia da irrigação, até museus metropolitanos de história natural, cujos trabalhos de campo em paleontologia tinham valor simbólico ou cultural.
pesquisa de campo; estradas de ferro; John Wesley Powell; Oeste americano; desenvolvimento econômico