No período entre 1849 e 1864, o botânico e explorador inglês Richard Spruce promoveu minucioso estudo da flora amazônica e dos costumes dos povos que habitavam essa região. Ainda hoje, grande parte do conhecimento sobre várias famílias botânicas daquela região advém do esforço desenvolvido por esse cientista. A amplitude de seus interesses, a meticulosidade e a exatidão de suas descrições foram fenomenais: nada parece ter escapado à sua atenção e capacidade de documentação. Spruce era não apenas notável botânico, mas também admirável antropólogo, lingüista (sabia francês, espanhol e português), geólogo, e geógrafo, bem como arguto observador sociológico dos sistemas políticos e dos hábitos das tribos amazônicas e andinas entre as quais esteve, trazendo considerável contribuição para o entendimento das crenças e práticas nativas e para o conhecimento das propriedades e usos das plantas, no contexto amazônico. Sua participação na exploração econômica de espécies locais também foi importante, particularmente em relação aos gêneros Hevea e Cinchona.
Richard Spruce; exploração botânica da Amazônia; plantações de quinas no Sudeste Asiático; etnobotânica amazônica