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"Os Pirineus não são ecos": a montanha como objeto de fronteira

Em Toulouse, por volta de 1850, uma controvérsia sobre a estrutura dos Pirineus colocou o diretor do Observatório, Frederic Petit, contra o professor de geologia Alexandre Leymerie. O motivo do debate foi a hipótese formulada por Petit: o interior dos Pirineus era praticamente oco. A proposição baseava-se no trabalho que Petit iniciara para determinar a latitude de Toulouse. Os debates, que tiveram lugar na Academia de Ciências de Toulouse e também em periódicos locais, ilustram a organização dos espaços disciplinares no século XIX. Petit defendia seu método de pesquisa baseado em cálculos; a perspectiva do geólogo provinha do campo. A emergência da ciência geológica, menos matemática, vinha de encontro às práticas da astronomia daquele século. Analisada por cálculos ou pela observação visual, a montanha foi um objeto de controvérsia entre diferentes práticas científicas.

astronomia; geologia; disciplina; controvérsia; montanha


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