Descreve como a odontologia atual, no Brasil, participa das transformações do objeto de sua atividade em mercadoria para os consumidores darem vazão a desejos estéticos. Explora a construção do objeto odontológico dos desejos e sua relação com o cirurgião-dentista e o paciente-consumidor no mundo contemporâneo. Explicita o papel dos megacongressos odontológicos, a propiciarem um self-service biotecnológico que enfeitiça e seduz, uniformizando valores consumistas para a avidez por novidades dos cirurgiões-dentistas. Analisa a atuação da mídia na prática odontológica. Conclui que a individuação do cirurgião-dentista gerou ontologia petrificada e epistemologia fragmentada, e apresenta algumas tarefas inadiáveis para os segmentos acadêmico-profissionais e a sociedade, como o desenvolvimento de estratégias e a discussão sobre a comunicação em saúde bucal.
saúde bucal coletiva; odontologia dos desejos; objeto coletivo; biotecnologia