Resumo
O objetivo do texto é realizar um analise do discurso em torno a formação dos setores populares exposto por dois importantes jornais radicais na virada do século XX em Brasil e na Colômbia. Para o caso colombiano se aborda o estudo do periódico La Humanidad entre os anos 1917 e 1920. Para o caso brasileiro estuda-se o jornal A Plebe entre 1917 e 1920. Assim, no contexto de uma forte mobilização popular derivada da questão social, além da constituição do campo da esquerda local, os intelectuais-populares que escreveram nas páginas destes jornais conceberam uma educação “racionalista” e inclusiva dirigida aos setores populares. Ao partir da construção coletiva de um sentido educativo, compuseram-se intricados imaginários a respeito do ser proletário e popular, sobre o passado e o futuro, mas, sobretudo, das logicas que deveriam guiar a revolução como exercício formativo. De tal modo, o processo educativo foi concebido como o devir da consciência e a descoberta da verdade “cientifica”. O texto desenvolverá quatro momentos: 1. Os contextos sociais e políticos; 2. Os periódicos como mecanismo de difusão das ideias; 3. Os discursos educativos expostos nos jornais; 4. Finalmente, propunha-se uma conclusão sobre os condicionamentos metodológicos da comparação, assim como dos limites dos discursos educativos frente às práticas dos sujeitos e a mirada do historiador.
Palavras-chave:
educação; história comparada; intelectuais-populares; formação libertaria