RESUMO
Neste artigo analisamos ações do Estado na Terra Indígena (TI) Inhacorá, RS, nas décadas de 1950 e 1960, período em que crianças desta TI foram levadas para a Colônia Estadual de Férias de Itaí e para o Internato Rural Pedro Maciel. Focalizamos práticas educativas, exploração do território e do trabalho, a partir da análise do documento Com os Caingangue do Inhacorá, publicado originalmente em língua alemã por Fischer (1959). Apresentamos, igualmente, a percepção Kaingang diante destas ações a partir de trabalhos dos professores-pesquisadores Kaingang Cipriano (2014), Miguel (2015) e Policena (2020). No período estudado o Estado utilizou como estratégia civilizatória a combinação entre a escolarização e o trabalho, resultando na redução drástica do território e das liberdades, na sistemática exploração do trabalho indígena e em danos significativos nos processos próprios de aprendizagem desse povo. No entanto, destacamos a resistência Kaingang frente a essas violências.
Palavras-chave:
Internato Indígena; Educação e Escola Kaingang; Internato Rural Pedro Maciel; Colônia de Férias de Itaí; Território e Trabalho Indígena