Resumo
Tendo como referência os estudos da história do livro e da cultura escrita, o artigo trabalha com a tipografia como um dos indicadores de circulação da cultura escrita em Minas Gerais, no final do século XIX e início do século XX. Tomando como fonte anuários, almanaques e anúncios são recuperadas algumas condições técnicas das tipografias e o papel que exercem na relação com instâncias como livrarias e papelarias. A partir dos anúncios é feito um inventário de ofertas de impressão e mapeadas algumas esferas de usos e gêneros de escrita. Constata-se que prevalecem, nas ofertas, usos relacionados à vida financeira e comercial, seguidos daqueles ligados à vida cotidiana, informativa, publicitária, religiosa, civil e jurídica, escolar e literária. Conclui-se que a cultura impressa e manuscrita se mesclam nos gêneros e que a tipografia pode refletir as práticas sociais de escrita ao mesmo tempo em que as institui e inventa.
Palavras chave:
cultura escrita; tipografia; cultura impressa; cultura manuscrita