EL ECLECTICISMO PEDAGÓGICO ALEMÁN, PRECURSOR DE LA EDUCACIÓN COMPARADA? RECEPCIONES Y LEGADO DE GRUNDSÄTZE DE AUGUST HERMANN NIEMEYER EN EL ESPACIO FRANCO-SUIZO
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História da Educação
Hist. Educ.
1414-3518
2236-3459
Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação
Resumen
August Hermann Niemeyer (1754-1828) es, sin duda, uno de los pedagogos que mejor dominaban la educación en el siglo XIX, aunque su obra es poco conocida, casi completamente olvidada. Autor de un centenar de libros y folletos, sus producciones circularon por toda Europa y han contribuido a la forma de entender y pensar la pedagogía. Expuso su pensamiento en un “compendio de pedagógica general”, publicado en Halle en 1796, titulado Grundsätze der Erziehungund des Unterrichts für Eltern, Hauslehrer und Erzieher, que fue una de las obras de pedagogía más vendidas de Europa y cuyos principales estándares aún están presentes en cientos de instituciones. En este artículo se trata de aclarar la recepción del trabajo de Niemeyer en el espacio franco-suizo. A partir del Grundsätze y el eclecticismo alemán, del que Niemeyer es el representante principal, también demostraremos la existencia de una tradición comparativa anterior a Marc-Antoine Jullien, llamado “padre de la educación comparativa” por Pedro Rosselló, siguiendo la tradición del Bureau International d’Éducation, fundado en Ginebra en 1925.
Wer zu keiner Partey gehören will,
hat immer den Vortheil, das Gute aller benutzen
und ihre Fehler leichter vermeiden zu können
(NIEMEYER, 1801, p. 61).
Hermann August Niemeyer (1754-1828) foi certamente um dos pedagogos que mais dominou a educação alemã no século XIX, apesar de sua obra ser pouco conhecida, quase totalmente esquecida (ZIERER, 2009)1. Autor de uma centena de obras e folhetos, suas produções circularam em toda a Europa e contribuíram na maneira de apreender e de pensar a pedagogia. Profundamente afetado pelas perturbações pós Revolução Francesa, foi através de uma “pedagogia da ordem” que Niemeyer procurou restabelecer a paz social para assentar a educação e o ensino em bases sólidas (DE LANDSHEERE, 1998, p. 563). Ele expôs seu pensamento em um “compêndio pedagógico geral”, publicado em Halle em 1796, intitulado Grundsätze der Erziehungund des Unterrichts für Eltern, Hauslehrer und Erzieher, bestseller pedagógico europeu cujo peso e normas ainda se fazem presentes em algumas das nossas instituições. Entre1796 e 1825 serão feitas oito edições dos Grundsätze e diversas traduções. Como já enfatizou Gilbert de Landsheere, os três volumes da oitava e última edição contêm tudo o que os professores alemães expressaram durante quase um século. Assim, os Principes de Niemeyer simbolizam por si só o resultado de tudo o que foi experimentado na pedagogia e na didática ocidentais (DE LANDSHEERE, 1998, p. 563). Além disso, encontramos nos Grundsätze uma das primeiras histórias da pedagogia que vai servir de base e de modelo às histórias dos sistemas escolares redigidas na Europa e bem além de lá.
Este artigo procurará esclarecer a aceitação da obra-norteadora de Niemeyer no espaço franco-suíço. Tratar-se-á também de elucidar, a partir dos Grundsätze e do ecletismo germânico, do qual Niemeyer é o principal representante, a existência de uma tradição comparatista anterior aos trabalhos de Marc-Antoine Jullien, promovido “pai da educação comparada” por Pedro Rossello (1897-1970) seguindo a tradição do Bureau international d’éducation, fundado em Genebra em 19252.
Um pedago conservador em Halle
August Hermann Niemeyer nasceu em setembro de 1754, em Halle, centro nevrálgico do pietismo luterano (hallischer Pietismus) desde a criação de sua universidade em 1694 (STRÄTER, 2001). Vale lembrar que essa corrente religiosa, fundada por Philipp Jakob Spener (1635-1705) e teorizada em sua Pia Desideria de 1675, combate o formalismo dogmático da tradição luterana, propondo um retorno à piedade pela prática de um ideal de vida evangélica. Se o pietismo alemão forneceu um quadro de formação e de referências religiosas a Goethezeit (LAGNY, 2001, p. 11; GIERL, 1997; WALLMANN, 1997), não podemos insistir muito sobre sua pregnância no contexto pedagógico e ressaltar a figura de August Hermann Francke (1663-1705), que, como sublinha Loïc Chalmel (2004, p. 28), “vai fazer crescer a massa na qual Spener colocou o fermento”. Padre, depois animador dos Franckesche Stiftungen e do Paedagogium de Halle, fundado em1697, oficializado pelo rei da Prússia Frédéric-Guillaume Ier, Francke se dedica a elaborar de maneira empírica uma pedagogia prática que se aparenta a uma primeira profissionalização do ensino e dá origem ao nascimento na Alemanha dos Realschulen:
No campo da educação, o nome de Francke permanece ligado à solução prática de uma das questões que mais preocuparam o mundo moderno desde o renascimento das letras, isto é, a interminável discussão dos humanistas e dos realistas. Não é porque os programas disponibilizados para experiência, e pacientemente elaborados durante numerosos anos nas escolas de Francke, devam ser recomendados como definitivos, porém tudo o que foi elaborado, desde então, confirma a precisão das previsões do autor. Ele tinha como colega, entre os pregadores de Halle e os professores da universidade, Christophe Semler, homem com espírito empreendedor que introduziu certas inovações no programa de uma escola comunal de pobres, da qual ele era inspetor, e que ele passou a chamá-la Mathematische und mechanische Realschule; certamente sua iniciativa incentivou a dedicação de Francke. Onze anos após a sua morte, Semler criou em Halle outra escola, a Mathematische, mechanische und ökonomische Realschule, que funcionou somente durante dois anos (1738-1740). A brecha aberta por Semler devia solicitar outros esforços; o impulso foi dado, até mesmo o nome da reforma a ser operada foi inventado: Hecker, aluno de Francke, organizou em 1746, em Berlim, uma ökonornisch-mathematische Realschule, e, em 1748, Frédéric II transformou-a em estabelecimento real. (GUILLAUME, 1911).
Niemeyer é o principal herdeiro de Francke, do qual é bisneto. Órfão aos treze anos, recebeu sua primeira educação de Lythénius von Wurmb, uma dama de origem aristocrática. Na Universidade da cidade hanseática, ele estuda teologia e filologia. Realiza seus estudos com Johann August Nösselt (1734-1807) e fica fascinado pelo racionalismo teológico professado pelo pedagogo e teólogo Christoph Semler (1669-1740). Percorrerá uma carreira fulgurante que o conduzirá à glória. Torna-se inspetor do Paedagogium, em 1774, e codirige as Fundações Francke (Franckesche Stiftungen), desde 1775, que ele reformará e administrará sozinho após o desaparecimento do filólogo e teólogo Johann Ludwig Schulze, em 1799.
Protegido pelos reis da Prússia, Niemeyer se torna pró-reitor da Universidade de Halle em 1793. Ele se alia à Lessing e Klopstock e se torna amigo de Schiller e de Goethe. Após a derrota de Iéna e a supressão da Universidade de Halle, ele é deportado para Paris e, na sua volta em 1807, Nolte o convida para participar da fundação da Universidade de Berlim, ao mesmo tampo em que o Ministro Heinrich Friedrich Karl vom Stein lhe oferece o cargo de conselheiro de estado. Niemeyer prefere servir a sua cidade natal. Ele responde positivamente à proposta do rei Jérôme e é nomeado chanceler da Universidade de Halle. Niemeyer toma, então, posição clara ao lado dos conservadores, desaprovando as corporações de estudantes (Deutsche Burschenschaften) e os acontecimentos da Wartburg; ele combate a juventude perdida que esquece que seu verdadeiro dever é “respeitar as disposições existentes, permanecer obediente, não ser reivindicadora, mas modesta” (DE LANDSHEERE, 1961, p. 190). A existência de Niemeyer termina plena de honras. Ele morre, em 1828, em sua cidade natal. Constatamos, enfim, que se os pedagogos do século XIX consagraram a obra do pedagogo de Halle como uma literatura farta3, Niemeyer faz parte dessas figuras que foram esquecidas pelo século XX, apesar do trabalho de “redenção” operado principalmente por Hans-Hermann Groothoff e Ulrich Herrmann (1970)4.
Da Suíça para a França, a recepção triangular dos Grundsätze
Aterrorizado pelas perturbações que seguiram a Revolução Francesa, Niemeyer elaborou um “compêndio pedagógico geral” no qual ele (re)pensa cada detalhe da vida escolar com a finalidade de acabar para sempre com a instabilidade do seu tempo. Publicados em 1796 e reeditados oito vezes até a versão definitiva de 1825, seus Grundsätze der Erziehung und des Unterrichts compreendem quatro volumes e estabelecem as estruturas educativas em um imenso imobilismo do edifício social, colocando a burguesia nascente no centro do tabuleiro pedagógico. Esse posicionamento é muito partilhado por numerosos pedagogos do fim do Século das Luzes, a exemplo do Padre Girard em Friburgo, na Suíça, um dos especialistas do ensino mútuo. É uma das razões que explicam porque os Grundsätze vão nitidamente dominar a pedagogia alemã e europeia do século XIX. Traduzidos em dinamarquês e em neerlandês em 1800, em polonês em 1808, depois em húngaro, sueco e em francês, os Grundsätze constituem:
um tipo de enciclopédia onde as estruturas educativas que se impuseram à Europa ocidental durante mais de um século são perfeitamente definidas e justificadas, onde a metodologia do ensino, que chamamos atualmente tradicional, é codificada (adotada por Herbart quase que integralmente), onde cada aspecto da educação, da filosofia e da história até os mínimos detalhes da vida escolar cotidiana, é estudado minuciosamente. (DE LANDSHEERE, 1961, p. 187).
Os Grundsätze de Niemeyer são divulgados no espaço francófono através de duas produções importantes de Jean-Jacques Lochmann (1835-1841) e de Théodore Fritz (1841-1843). Como explicou Sylviane Tinembart (2015, p. 256), a primeira tradução deve ser contextualizada na origem da Escola Normal do Cantão de Vaud5, fundada em Lausana, em 1833. A direção do estabelecimento foi confiada ao pastor Louis-Frédéric-François Gauthey (1795-1864), que tinha por missão criar esse lugar de intercâmbios e de educação6. Assim, os professores nomeados devem produzir meios de ensino e obras de referência. Eles se voltam ao exterior e adaptam, sintetizam ou traduzem os manuais que eles julgam eficientes. Enquanto que os Principes de Niemeyer são adotados por Gauthey como pedagogia oficial do cantão de Vaud e que os cursos da Escola Normal se fundem, então, essencialmente sobre sua doxa (TINEMBART, 2015, p. 254), as autoridades políticas decidem financiar a tradução dos Grundsätze que ficará a cargo de Jean-Jacques Lochmann (1802-1897). Nascido em Hanau, perto de FrancKfurt, Lochmann se forma na pedagogia de Niemeyer na Alemanha antes de se instalar em Lausana em 1827, onde estudará francês. Ele se casa com a filha do reitor da Academia, Emmanuel Develey, aluno de Horace Bénédicte de Saussure, e consegue a nacionalidade suíça, em 1833. Com a abertura da Escola Normal ele é contratado como professor de matemática, aproveitando da admiração do diretor Gauthey pelo seu mestre Niemeyer. Lochmann faz esse trabalho com seu colega de Toulouse Jules-Théophile Sambuc, que falece em agosto de 1834, após um duelo. Lochmann publica, então, somente com seu nome os três volumes de seus Principes d’éducation traduits de H. A. Niemeyer em Paris e, em Lausana, entre 1835 e 1841.
A obra não é, entretanto, aceita por unanimidade. Nas páginas do L’Éducateur - a revista dos professores romandos que ele dirige desde 1865 -, o historiador e pedagogo suíço Alexandre Daguet (1871, p. 54) julgou a posteriori essa tradução demasiadamente “sumária”7, preferindo a versão do orientalista e pastor de Estrasburgo Théodore Fritz8. É preciso ressaltar que foi também em reação à tradução parcial de Lochmann que Fritz (1841-1843) publicou Esquisse d’un système complet d’instruction et d’éducation et de leur histoire:
A história geral da educação não foi até agora cultivada entre nós. O único ensaio desse gênero que conhecemos é a tradução da obra de Niemeyer fils por Lochmann; mas o trabalho do sábio professor alemão, com muitos defeitos, piorou nas mãos de Lochmann, que suprimiu uma quantidade de detalhes da obra original, bem como a citação das referências as quais serviram de pesquisa para Niemeyer. Ora, sabemos que no contexto de história é muito importante conhecer as referências, que o crédito dos fatos dados depende, em grande parte, delas. (FRITZ, 1843, p. I).
Na verdade, Fritz, professor no seminário protestante, na Faculdade de teologia de Estrasburgo e membro correspondente da Sociedade de Educação de Leipzig, compõe seu compêndio pedagógico após o lançamento do concurso da Academia das Ciências de Lyon cujo objetivo consistia em expor “o melhor sistema de educação e de instrução pública na monarquia constitucional” (1834). Se outra obra ganhasse o prêmio, Fritz receberia a distinção da Academia, permitindo assim publicar seus três volumes em Estrasburgo, Paris e Genebra entre 1841 e 1843.
Os dois primeiros volumes contêm um tratado de educação no qual Fritz apresenta e analisa os diferentes métodos e sistemas pedagógicos mais ou menos eficientes para a infância (livro I), adolescência (livro II), juventude (livro III), idade madura (livro IX) e propõe, enfim, uma análise dos meios externos de educação (livro X). O alsaciano procura principalmente informar e divulgar na França os preceitos e as ideias pedagógicas que fizeram da Alemanha uma terra clássica da pedagogia. Se isso, às vezes, chega ao excesso, a Esquisse de Fritz apresenta e discute tudo o que a Alemanha pensou em matéria de educação. O estrasburguês se inspira alternadamente em Luther, Kant, Schiller, Herder, Bonstetten, Jacobi, Wessenberg ou Fichte, comenta os pensamentos educativos de Sailer, Jean Paul, Schwarz, Campe e discute as inovações trazidas por Niemeyer, Dinter, Denzel, Gutsmuths ou Diesterweg, entre tantos outros.
Na França, constatamos que a aceitação da obra não sai dos círculos protestantes e que ela se beneficia, no máximo, no exterior de algumas recensões na Alemanha9. A razão principal disso é encontrada na crítica redigida por Charles Stoffels no jornal protestante Le Semeur, porta-voz dos meios revivalistas. O argumento, redibitório, consiste em uma crítica sobre as citações em alemão que Fritz não incluiu na tradução:
A última observação que faremos hoje a Fritz, diz respeito ao emprego que ele fez das obras pedagógicas escritas em alemão. Se ele citasse somente as principais delas, nós poderíamos aplaudir; mas parece que ele se deixou levar um pouco a esse abuso de citações que observamos nos seus colegas cientistas do além-Reno. Fritz faz citações até mesmo para os detalhes mais especiais, e ele é pródigo em notas das passagens extraídas de autores alemães, sem que ele ache necessário traduzi-las. Para que servirão essas citações tão frequentes? O autor escreve para leitores franceses; ele faz citações para incentivar o estudo das obras, mas onde encontrá-las? Fritz cita um grande número delas, que certamente só existem na França na biblioteca do próprio autor ou na de algum outro pedagogo da Alsácia. Resulta, então, em infligir a seus leitores o suplício de Tântalo ao mostrar tesouros que eles não poderão jamais desfrutar.
Quanto aos textos de obras alemãs, o autor pensa que o alemão é muito conhecido na França e por isso uma tradução não se impõe. Infelizmente, nós não podemos partilhar essa opinião; mesmo atualmente a grande maioria dos leitores franceses à qual a obra é dirigida não conhece esse idioma, ou tem um conhecimento muito superficial para que possa compreender textos de autores alemães e tão difíceis como Luther, Jean Paul, Herder, Harms e outros.
(STOFFELS, 1841, p. 307).
Sabemos, por outro lado, que Fritz tentou divulgar sua obra em círculos oficiais. Ele escreveu ao influente Victor Cousin, em janeiro de 1841, solicitando para difundir sua obra nas escolas normais da França:
Tenho a honra de lhe transmitir os dois primeiros volumes de uma obra sobre a instrução que acabo de publicar. Essa obra embarca o conjunto completo da pedagógica (sic); É, segundo meu conhecimento, a primeira desse tipo na França e poderia ser útil para o estudo dessa área. Pareceu-me, e estudiosos muito competentes e imparciais concordaram comigo, que tal obra deveria servir de base às lições de pedagogia que devem ser dadas nas escolas normais. Cottard, Reitor da Academia de Estrasburgo, escreveu ao Ministro da Instrução Pública reforçando essa ideia. Ficarei muito grato, se seu voto for favorável a esse pedido. O Barão de Gérando me escreveu algumas linhas elogiando meu trabalho; seu julgamento me incentiva a tomar esta atitude junto ao Senhor10.
Se Victor Cousin, figura tutelar do ecletismo (BILLARD, 1998), segundo nosso conhecimento, não deu continuidade ao pedido de seu colega de Estrasburgo, a Esquisse será amplamente divulgada na Suíça romanda por pedagogos trilínguês formados essencialmente em pedagogia alemã do século XVIII. O Padre Girard, o seu aluno Alexandre Daguet e o educador de Genebra François-Marc-Louis Naville11 opinaram favoravelmente na imprensa romanda (1841), por verem ali, prioritariamente, a ocasião de legitimar o ecletismo pedagógico que eles reivindicam:
Se a literatura escolar da Alemanha é rica em histórias e em enciclopédias da educação, não acontece o mesmo com a literatura escolar da França. Excluindo algumas composições incompletas e um pouco confusas, como o Dictionnaire d’éducation do abade Migne, a única obra realmente interessante que chegou a nós foi a do pastor Fritz, de Estrasburgo (1843), sua cultura científica e a vantagem de morar em uma cidade nos confins da França e da Alemanha possibilitou se iniciar ao movimento intelectual dos dois países. Também, como observou o autor da história literária da educação moral e religiosa na França, Louis Burnier, a obra de Fritz é, sem dúvida, o que temos de mais completo na nossa língua em matéria de história da pedagogia. (DAGUET, 1869, p. 378-379).
As razões que levaram esses educadores romandos a optar pelo ecletismo pedagógico se explicam muito facilmente. Completamente atacados pelos ultramontanos, eles consideravam o ecletismo como único meio de se libertar das discussões religiosas e políticas de seu tempo:
“Experimentem tudo e retenham o que é bom”. Tal é e tal será sempre nossa divisa sobre esse contexto elevado e neutro da educação, onde desejamos nos manter a exemplo de nossos antecessores dos congressos anteriores, estrangeiros e superiores às divergências dos partidos religiosos e políticos que dividem nossa pátria e que nos cercam. (DAGUET, 1874, p. 202).
Por outro lado, eis um argumento complementar que mostra o lugar específico que tiveram tanto a Alsácia (HIRSCH; MOMBERT, 2016) como a Suíça romanda na transferência de saberes entre os países do Norte e do Sul12, e que Naville ressalta a justo título:
Estrasburgo é uma das cidades da França das mais interessantes intelectualmente. Ligação entre a França e a Alemanha, essa nobre cidade participa das vantagens das duas nações, e serve como ponte entre elas para a comunicação recíproca das ideias. As mentes instruídas que ali são numerosas cumprem honrosamente as obrigações que essa posição lhes impõe. (NAVILLE, 1843, p. 1).
Por sua vontade de construir pontes entre a Alemanha e essa França ainda pouco versada na pedagogia alemã, Fritz (1843, p. I) elabora uma história da pedagogia no seu último volume, traduzindo Niemeyer: “a obra de Niemeyer serve também de base para nosso trabalho, seguidamente, nós a traduzimos livremente; mas também recorremos aos esclarecimentos fornecidos por outras obras”, conforme ele explica na introdução.
As raízes germânicas da educação comparada
Já salientamos que Niemeyer redigiu uma das primeiras histórias da pedagogia que os especialistas julgaram válida, e na qual ele expôs todas as vantagens da escola eclética que ele reivindica. Com essa abordagem, ele deseja contribuir a divulgar
o que o passado oferece de realmente meritório, bem como os melhoramentos que puderam ser realizados desde então; colocar ao alcance dos educadores e dos professores da juventude o que foi dito ou feito de melhor em todos os tempos e conseguir, assim, estabelecer as regras sólidas da educação e do ensino, baseadas na experiência. (GUILLAUME, 1911).
Niemeyer acrescenta ainda que a intenção é de “persuadir-se que não existe em pedagogia um método único e exclusivo, como também não pode existir na religião uma Igreja que possua sozinha o privilégio de conceder a salvação”. (GUILLAUME, 1911).
Reinvestindo os Grundsätze de Niemeyer e a Esquisse de Fritz, o leitor francófano ficará surpreso pela riqueza das referências e principalmente pela existência de uma escola eclética alemã engajada na análise comparativa dos sistemas pedagógicos a partir do último quarto do século XVIII. Pensemos em Friedrich Gedike (1754-1803), teólogo alemão, professor e reformador do sistema escolar prussiano, que compara em uma obra publicada em Berlim, em 1779, a filiação entre os antigos e Basedow, que ele considera um seguidor (GEDIKE, 1779). No mesmo ano, o pedagogo Karl Ehregott Andreas Mangelsdorf (1748-1802) aumenta o quadro, examinando os sistemas educativos dos egípcios, dos persas, dos gregos e dos romanos e restringe seu estudo em Comenius (MANGELSDORF, 1779). Friedrich Ernst Ruhkopf (1760-1821), professor em Ruppin, diretor do Liceu de Hanover, conhecido por seus trabalhos em filologia e pela publicação dos quatro volumes da Opera omnia quae supersunt de Sêneca, é o primeiro a publicar, em 1794, uma história completa da educação na Alemanha desde o tempo do cristianismo (RUHKOPF, 1794). Ele completa, assim, o estudo do pastor Samuel Baur (1768-1832), que procurou sintetizar os progressos feitos pelos pedagogos alemães do século XVIII (BAUR, 1790). Seguindo esses estudos pioneiros Christian Daniel Voss (1761-1821) edita seu esboço sobre as educações ditas “nacionais”, onde ele compara as especificidades em um período longo, dos persas às nações modernas (1799).
Constatamos que a abordagem comparativa se esmera substancialmente com a contribuição do médico Johann Peter Brinkmann (1746-1785), que, em 1784, traça um paralelo entre a educação dos antigos e dos contemporâneos na sua obra Vergleichung der Erziehung der Alten mit der heutigen (BRINKMANN, 1784). O pedagogo e filólogo alemão Ernst August Evers (1779-1823), aluno do filólogo e helenista Friedrich August Wolf, redige um estudo comparativo de envergadura, tomando como ponto de partida o “Erziehungskunst” de Aristóteles e tece, em seguida, um paralelo com os diversos sistemas dos pedagogos antigos e modernos (EVERS, 1806). Esses estudos abrem a via ao que Fritz considera as duas histórias da pedagogia mais completas, a do teólogo e pedagogo Friedrich Heinrich Christian Schwarz (1813) e a do pedagogo Friedrich Cramer (1832).
Esses trabalhos, cuja lista não é exaustiva, demonstram que os educadores e cientistas alemães da segunda metade do século XVIII já procuravam formular os princípios de uma pedagogia geral, baseada na confrontação das práticas no tempo (GOUBET, 2012). Assim, existiria uma escola comparativa germânica, oriunda do movimento eclético, que deveria ser valorizada paralelamente com os trabalhos de Marc-Antoine Jullien (1775-1848), promovido “pai da educação comparada” segundo o contexto do Bureau international d’éducation (BIE), fundado em Genebra em 192513. Lembremos que em 1943, seu diretor adjunto, Pedro Rossello (1897-1970), publica sua tese de doutorado sobre a história do Bureau, onde expõe os diversos precursores (ROSSELLO, 1943a). No mesmo ano, o catalão enaltece o educador francês em um trabalho de vinte e oito páginas, intitulado Marc-Antoine Jullien de Paris, Père de l'éducation comparée et précurseur du Bureau international d’éducation (ROSSELLO, 1843b).
Não é o caso de questionar o gênio de organização de Jullien que, em 1817, propôs um estudo comparativo de grande importância elaborado a partir dos cantões suíços, mantendo uma correspondência continental com o objetivo de engajar seus colegas para a realização de uma Comissão especial e de um Instituto normal de educação, podemos questionar essa promoção que contribuiu muito para apagar ou, pelo menos, dissimular a contribuição dos ecléticos alemães em matéria de estudos comparativos em história da educação. (JULLIEN, 1817).
Para tanto, as interrogações sobre o lugar reservado a Jullien não são novas. Em um artigo, publicado em 1993, Jacqueline Gautherin questiona essa promoção visto que Jullien foi esquecido durante todo o século XIX. Pouco lido e comentado no contexto da escola da Terceira República, foi Ferdinand Buisson que restabeleceu seu papel no processo de internacionalização das redes pedagógicas por ocasião da Exposição Universal de 1889 (p. 794). Para essa especialista em ciências da educação,
antes mesmo de colocar lado a lado duas trajetórias em um caminho, convém, inicialmente, garantir que se trata realmente do mesmo caminho”. Os especialistas em educação, muito ocupados com o presente da pedagogia e de sua legitimação, jamais tomaram essa precaução epistemológica. A obra de P. Rosselo, dedicada aos precursores do BIE, fornece um exemplo significativo dessa abordagem ilegítima quando ele se esforça em coincidir propostas e o questionário da Esquisse com as realizações do organismo internacional criado em 1925: “O leitor ficará convencido [...] da fidelidade com a qual o Bureau executou, sem conhecê-lo, o programa de pesquisas, que constitui o testamento pedagógico do criador da pedagogia comparada”. A ideia de um programa executado sem conhecê-lo surpreende. E o leitor ficará convencido com a fidelidade com a qual P. Rosselo tentou fazer profetizar através de A. Jullien o programa do BIE. Ainda teríamos que admitir que P. Rosselo leu M.-A. Jullien. (GAUTHERIN, 1993, p. 794).
Legado e europacentrismo
Resta questionarmos os fundamentos e os objetivos dessas histórias da pedagogia globalizantes e comparativas que emergem no final do século XVIII e cuja produção se intensifica e se generaliza no século seguinte, o da elaboração dos estados-nações e, consequentemente, das identidades nacionais. Uma análise dos sumários nos leva a duas constatações. As histórias da pedagogia ou da instrução oriundas do ecletismo germânico têm em comum de se atribuir uma leitura política, senão ideológica da história escolar na qual somente a civilização greco-latina e, depois, o cristianismo são provedores de progresso. O esboço abaixo auxilia, por exemplo, a história de Schwarz que Fritz julga a mais completa:
Na primeira parte de sua obra, Schwarz trata da época em que a cultura estava concentrada nos estreitos limites dos povos indianos, chineses, japoneses, egípcios, persas, babilônicos, fenícios, cartagineses e outros da antiguidade. A cultura é propriedade de uma casta, a dos sacerdotes, que comunica ao povo o que julga conveniente.
A segunda parte engloba a era clássica da antiguidade que inclui os hebreus, os gregos e os romanos.
A alta antiguidade nos apresenta, entre as nações cultivadas, o sacerdócio que conserva os tesouros do espírito como um segredo precioso (tempo das castas e dos padres).
Vem, em seguida, uma época clássica que abriu o santuário e mostrou aos olhos dos homens tudo o que há de grande e de belo (gregos e romanos).
Depois, o cristianismo abriu à humanidade a fonte a mais rica e a mais profunda do desenvolvimento intelectual; ele propagou uma nova vida entre as nações ocidentais; em todas as mudanças operadas, encontramos sempre esta grande e santa influência que se manifesta em toda parte e até nos mínimos eventos e que é a genialidade tutelar da humanidade. (FRITZ, 1843, p. 11).
Constatamos que desde sua gênese, as histórias da educação ocidentais erguem consciente ou inconscientemente muros entre as civilizações, e elas propagam uma visão teleológica na qual somente a civilização ocidental ganha em crédito e em superioridade. Isso representa, certamente, uma das falhas da educação comparada, sobretudo que esse posicionamento se repetiu bastante durante o século XX. Olhando retrospectivamente essa história rica de dois séculos, o especialista Henk van Daele (1993) admite que:
A grande maioria dos comparatistas da primeira metade do nosso século [século XX] se limita a descrever seguidamente de uma maneira etnocêntrica, alguns sistemas nacionais de ensino na Europa ocidental e na América do Norte. Inspirando-se nas ideias de Michael Sadler, James Russel e de Friedrich Schneider, todos estão convencidos que o sistema de educação de cada país, considerado - injustamente - como uma unidade homogênea, é o resultado típico da história nacional e do “caráter de um povo”. (DAELE, 1993, p. 108-109).
Alguns autores da época, como o pastor de Genebra, Naville, não se deixavam, porém, iludir quanto a essa divisão enaltecedora de uma Europa cristã, única depositária do avanço pedagógico. Na crítica da obra de Fritz, o pedagogo de Genebra pondera que o Alsaciano:
nos dá, assim, um balanço do estado atual da humanidade em diversas épocas. Esse balanço, no que se refere ao tempo atual, é triste em dois aspectos. Inicialmente, ficamos aflitos ao ver que foram reduzidos, sob o ponto de vista da educação, os povos que não são civilizados, pelo menos da maneira como nós pretendemos. Lá, onde somente existe ignorância, pela falta de instrução, o mal é leve; mas é muito grave lá onde há tudo ao mesmo tempo, costumes condenáveis e um certo refinamento de uma instrução pretensiosa e vã. Além disso, é impossível não ver nessas descrições de educações longínquas detalhes que, mutatis mutandis, podem se aplicar a alguns países mesmo entre os mais avançados da Europa. O autor não ressalta essas relações, mas é difícil acreditar que ele não as tinha em vista. Ele quis certamente respeitar o orgulho dos povos que se vangloriam por estarem no topo da civilização, apresentando-lhes, através de outra imagem, os traços que seriam muito humilhantes para eles reconhecerem em sua própria imagem. (NAVILLE, 1843, p. 7-8).
Esse eurocentrismo vai ser propagado e consolidado durante os dois séculos seguintes pelos adeptos de Niemeyer e da escola eclética do século XVIII. De um comparatismo diacrônico que procura, primordialmente, produzir filiações entre os antigos e os modernos, vamos, entretanto, passar a um comparatismo estratégico, baseado em um paralelo dos sistemas contemporâneos em termos de eficiência. Essa mudança de paradigma se explica pelo sucesso da estatística comparativa, ferramenta favorita dos habituados às exposições universais - Ferdinand Buisson não admitirá a Hermione Quinet de ter se tornado “um homem-estatística, um número vivo14” - que regem e guiam, desde então, considerações sobre as reformas escolares. As grandes obras comparativas se tornam legião no campo pedagógico e se instituem na França como seguidoras dos trabalhos do historiador e estatístico Émile Levasseur. No entanto, veremos que é ao economista socialista belga Émile de Laveleye (1822-1892) que se deve o primeiro estudo comparativo de envergadura destinado aos diversos sistemas educativos em vigor no mundo. (LAVELEYE, 1872).
Não é por acaso que responsáveis das instruções públicas começam a redação de sua história universal da pedagogia. Na França da segunda metade do século XIX, vamos reter o bestseller de Gabriel Compayré15, pensador da escola republicana e teórico das ideias educativas, que, como seu correspondente suíço Alexandre Daguet (1871), legitima e valoriza em filigrana seu próprio sistema. É também, talvez, por razões de competência linguística e, portanto, de apropriação das referências germânicas e latinas, que a Suíça será tão produtiva de histórias da pedagogia. Após Daguet, um de seus alunos - o educador protestante Jules Paroz (1872) - publica em Paris a Histoire universelle de la pédagogie com grande sucesso16, enquanto que François Guex, do cantão de Vaud, que passou pelo Seminário Pedagógico de Iéna e ensinou em Zurique, o faz em 190617. A Itália, vizinha, também começa a dissertar sobre a universalidade da pedagogia, notadamente, devido a tão influente Storia della pedagogia do rabino Guglielmo Lattes (1900)18.
Concluindo, notaremos que a aceitação dos Grundsätze de Niemeyer no espaço francófano tem como surpreender. Traduzidos, inicialmente, por um alemão instalado na Suíça, depois divulgados na França, os Principes de Lochmann julgados muito simples vão suscitar a redação de uma segunda obra, desta vez, substancial e muito próxima das fontes alemães, devemos isso a um pastor de Estrasburgo. Pouco lida na França, devido ao idioma vai ter muito sucesso na Suíça e servir de “arma de legitimação” do ecletismo pedagógico, reivindicado pelos educadores liberais nacionais da Suíça romanda, muito próximos das concepções de Niemeyer. Enfim, certamente a promoção de Marc-Antoine Jullien como “pai da educação” teve como inconveniente a desqualificação de outros precursores - e, em primeiro lugar, a escola eclética alemã - também muito ativa na elaboração e na promoção da educação comparada.
Referências
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_____. Circulaire du comité central de la Société des instituteurs de la Suisse romande aux membres du corps enseignant et aux amis de l’éducation dans la Suisse romande. L’Éducateur, 13, p. 201-202, 1874.
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Trois générations de herbartiens en Suisse romande. Modalités et conditions d’un transfert dans le champ pédagogique
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Doctorat
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Marc-Antoine
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Guglielmo
Storia della pedagogia
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LOCHMANN
Jean-Jacques
Principe d’éducation traduits de H. A. Niemeyer
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Renard Libraire-éditeur et Lausanne (chez tous les libraires)
3e
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MANGELSDORF, Karl Ehregott Andreas. Versuch einer Darstellung dessen was seit Jahrtausenden in Betreff des Erziehungswesens gesagt und gethan worden ist. Leipzig, 1779.
MANGELSDORF
Karl Ehregott Andreas
Versuch einer Darstellung dessen was seit Jahrtausenden in Betreff des Erziehungswesens gesagt und gethan worden ist
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François-Marc-Louis
Critique de l’ouvrage de M. T. Fritz
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Hermann August
Grundsätze der Erziehung und des Unterrichts für Eltern, Hauslehrer und Erzieher, Halle, 8 edições entre 1796 e 1825
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Presses du Septentrion
2001
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TINEMBART, Sylviane. Le manuel scolaire de français, entre production locale et fabrique de savoirs. Le cas des manuels et de leurs concepteurs dans le canton de Vaud au 19e siècle. 2015. Thèse (Doctorat) - Université de Genève, Genève, 2015.
TINEMBART
Sylviane
Le manuel scolaire de français, entre production locale et fabrique de savoirs. Le cas des manuels et de leurs concepteurs dans le canton de Vaud au 19e siècle
2015
Doctorat
Université de Genève
Genève
VAN DAELE, Henk. L’éducation comparée. Paris: PUF, 1993.
VAN DAELE
Henk
L’éducation comparée
Paris
PUF
1993
WALLMANN, Johannes. Europäische und aussereuropäische Ausstrahlung des Pietismus. In: DONNERT, E. (Éd.). Europa in der Frühen Neuzeit. T. II, Weimar, 1997, p. 1-20.
WALLMANN
Johannes
Europäische und aussereuropäische Ausstrahlung des Pietismus
DONNERT
E
Europa in der Frühen Neuzeit
Weimar
1997
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ZIERER, Klaus. On the Historical Oblivion of August Hermann Niemeyer, A Classic Author of Education. Journal of Educational Thought, v. 43, n. 3, p. 197-222, 2009.
ZIERER
Klaus
On the Historical Oblivion of August Hermann Niemeyer, A Classic Author of Education
Journal of Educational Thought
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197
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2009
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Uma primeira versão desse artigo (FONTAINE, 2016b) foi publicada em francês, Fontaine; Goubet (2016).
2
Para a trajetória de Jullien, ver Delieuvin (2003); Di Rienzo (1999); De Vargas (1995).
3
Ver principalmente Chimani (1812); Gruber (1831); Georgii (1859-1878); Rein (1882); Schleinitz (1899); Oppermann (1904); Menne (1928).
4
Ver também Keck (1993); Jacobi (2001); Herrmann (2004).
5
Uma das 26 “províncias” do Estado Federal Suíço.
6
Sobre Gauthey, ver Ruolt (2013).
7
Sobre a trajetória de Daguet e suas relações com os pedagogos da Terceira República, ver Fontaine (2015).
8
Théodore Fritz (1796-1864), professor de hebreu no seminário protestante, depois professor de idiomas orientais. É responsável pela cadeira de exegese do Antigo Testamento na Faculdade de Teologia de Estrasburgo. Membro da Sociedade Histórica de Leipzig (em 1841 e em 1843), apaixonado pela pedagogia, funda duas escolas gratuitas, uma para operários, outra para meninas pobres.
9
Recensões publicadas no Courrier du Bas-Rhin, 4 de novembro de 1840, por Schmidt, em Protestantisches Kirchen und Schulblatt für das Elsaß, dezembro de 1840, por Boeckel, no LeSemeur, 29 de setembro e 29 de dezembro de 1841, por Stoffels, na Paedagogische Revue de Stuttgart, 2/1841, por Klumpp, na Litteraturblatt du Morgenblatt de Tübingen, 18 de março de 1842, por Moennich. Salientamos que James Guillaume menciona a tradução de Lochmann no seu artigo dedicado a Niemeyer no Dictionnaire de pédagogie et d’instruction, e que a de Fritz não consta.
10
Carta de Fritz a Victor Cousin, Strasbourg, 29 de janeiro de 1841, Paris, Bibliothèque de la Sorbonne, Fonds Cousin, MSVC 229: Correspondance générale, t. XVI.
11
O pastor François-Marc-Louis Naville (1784-1846) funda em 1819 o Institut de Vernier, perto de Genebra, destinado à educação de meninos, onde ele oferece um ensino impregnado de moral religiosa, inspirado nos métodos pedagógicos (Pestalozzi, Père Girard, Johann Konrad Zellweger) com o objetivo de formar futuros cidadãos livres e responsáveis. Autor de numerosas obras (De l’éducation publique, 1832; De la charité légale, 1836), Naville se encarrega também de classificar os manuscritos do filósofo Maine de Biran, cujo filho lhe confiou os escritos.
12
Sobre a noção de “transferência cultural”, ver Espagne (2012); Fontaine (2014, 2016a).
13
O BIE é criado pela iniciativa dos colaboradores do Instituto Jean-Jacques Rousseau, fundado em Genebra, em 1912, pelo médico e psicólogo Édouard Claparède. Mesmo sendo muito modesto no início, esse organismo intergovernamental concretiza mais de um século de tentativas de federações e de cooperações internacionais entre os atores da escola europeia, mais tarde mundial. Ver: <http://www.ibe.unesco.org>.
14
Citado por Cabanel (2003, p. 71).
15
Compayré, 1883 (21 edições em 1929).
16
Sobre Paroz, ver Fontaine (2013).
17
Sobre Guex, ver Extermann; Rouiller (2016).
18
Ver também Colangelo (1912); Morgana (1912); Ruiz Amado; Valle (1913). Agradeço Wolfgang Sahlfeld por me ter indicado essas referências.
ARTIGOS
L’ÉCLECTISME PÉDAGOGIQUE GERMANIQUE, PRÉCURSEUR DE L’ÉDUCATION COMPARÉE? RÉCEPTIONS ET HÉRITAGE DES GRUNDSÄTZE DE HERMANN AUGUST NIEMEYER DANS L’ESPACE FRANCO-SUISSE
Fontaine
Alexandre
Université de Lausanne (UNIL), Suisse
Endereço: Université de Lausanne - Géopolis 4340 - CH-1015 - Lausanne - Suisse. E-mail: fontaine.transferts@gmail.com
ALEXANDRE FONTAINE,
historien des transferts culturels, é pesquisador na Universidade de Lausana (Iephi-CWP) e PhD pela Universidade de Friburgo (Suíça) e Paris VIII.
Résumé
Hermann August Niemeyer (1754-1828) incarne sans aucun doute un des pédagogues qui a le plus dominé l’éducation allemande du XIXe siècle, quand bien même son œuvre reste peu connue, sinon totalement oubliée. Auteur d’une centaine d’ouvrages et de brochures, ses productions ont circulé dans toute l’Europe et pesé dans la manière d’appréhender et de penser la pédagogie. Il a exposé sa pensée dans une “somme pédagogique totale”, publiée à Halle en 1796 sous le titre de Grundsätze der Erziehung und des Unterrichts für Eltern, Hauslehrer und Erzieher, best-seller pédagogique européen dont le poids et les normes se font encore sentir dans certaines de nos institutions. Cet article cherchera à mettre en lumière la réception de l’ouvrage-phare de Niemeyer dans l’espace franco-suisse. Il s’agira également d’éclairer, à partir des Grundsätze et de l’éclectisme germanique dont Niemeyer est le principal représentant, l’existence d’une tradition comparatiste antérieure aux travaux de Marc-Antoine Jullien, promu “père de l’éducation comparée” par Pedro Rossello le sillage du Bureau international d’éducation fondé à Genève en 1925.
Mots-clés:
Hermann August Niemeyer
Allemagne
éducation comparée
transfert culturel
réceptions
circulation de savoirs
histoire de la pédagogie européenne
européocentrisme
Wer zu keiner Partey gehören will,
hat immer den Vortheil, das Gute aller benutzen
und ihre Fehler leichter vermeiden zu können
(NIEMEYER, 1801, p. 61).
Hermann August Niemeyer (1754-1828) incarne sans aucun doute l’un des pédagogues qui a le plus dominé l’éducation allemande du XIXe siècle, alors même que son œuvre reste peu connue, sinon totalement oubliée (ZIERER, 2009)1. Auteur d’une centaine d’ouvrages et de brochures, ses productions ont circulé dans toute l’Europe et pesé dans la manière d’appréhender et de penser la pédagogie. Profondément affecté par les troubles consécutifs à la Révolution française, c’est au travers d’une “pédagogie de l’ordre” que Niemeyer a cherché à rétablir la paix sociale pour asseoir l’éducation et l’enseignement sur des bases fermes (DE LANDSHEERE, 1998, p. 563). Il a exposé sa pensée dans une “somme pédagogique totale”, publiée à Halle en 1796 sous le titre de Grundsätze der Erziehung und des Unterrichts für Eltern, Hauslehrer und Erzieher, bestseller pédagogique européen dont le poids et les normes se font encore sentir dans certaines de nos institutions. Les Grundsätze connaîtront huit éditions entre 1796 et 1825 et de multiples traductions. Comme l’a déjà souligné Gilbert de Landsheere, les trois volumes de la huitième et dernière édition contiennent tout, et c’est ce qu’ont exprimé les enseignants allemands durant presque un siècle. Ainsi, les Principes de Niemeyer symbolisent à eux seuls le résultat de tout ce qui a été éprouvé dans la pédagogie et la didactique occidentales (DE LANDSHEERE, 1998, p. 563). Plus encore, on trouve dans les Grundsätze une des premières histoires de la pédagogie qui va servir de socle et de patron aux histoires des systèmes scolaires rédigées en Europe et bien au-delà.
Cet article cherchera à mettre en lumière la réception de l’ouvrage-phare de Niemeyer dans l’espace franco-suisse. Il s’agira également d’éclairer, à partir des Grundsätze et de l’éclectisme germanique dont Niemeyer est le principal représentant, l’existence d’une tradition comparatiste antérieure aux travaux de Marc-Antoine Jullien, promu “père de l’éducation comparée” par Pedro Rossello (1897-1970) dans le sillage du Bureau international d’éducation fondé à Genève en 19252.
Un pédagogue conservateur à Halle
August Hermann Niemeyer naît en septembre 1754 à Halle, centre névralgique du piétisme luthérien (hallischer Pietismus) depuis la création de son université en 1694 (STRÄTER, 2001). Rappelons que ce courant religieux, fondé par Philipp Jakob Spener (1635-1705) et théorisé dans ses Pia Desideria de 1675, s’attaque au formalisme dogmatique de la tradition luthérienne en proposant un retour à la piété par la pratique d’un idéal de vie évangélique. Si le piétisme allemand a fourni un cadre de formation et de références religieuses à la Goethezeit (LAGNY, 2001, p. 11; GIERL, 1997; WALLMANN, 1997), on ne saurait trop insister sur sa prégnance dans le domaine pédagogique et relever la figure d’August Hermann Francke (1663-1705), qui, comme le souligne Loïc Chalmel (2004, p. 28), “va faire lever la pâte dans laquelle Spener a placé le levain”. Père puis animateur des Franckesche Stiftungen et du Paedagogium de Halle fondé en 1697, adoubé par le roi de Prusse Frédéric-Guillaume Ier, Francke s’emploie à élaborer de manière empirique une pédagogie pratique qui s’apparente à une première professionnalisation de l’enseignement et est à l’origine de la naissance en Allemagne des Realschulen:
Dans le domaine de l’éducation, le nom de Francke reste attaché à une solution pratique de l’une des questions qui ont le plus préoccupé le monde moderne depuis la renaissance des lettres, à savoir l’interminable querelle des humanistes et des réalistes. Ce n’est pas que les programmes mis à l'essai et patiemment améliorés pendant nombre d’années dans les écoles de Francke doivent être recommandés comme définitifs, mais tout ce qui s'est fait depuis confirme la justesse des prévisions de l’auteur. Il avait comme collègue, parmi les prédicateurs de Halle et les professeurs de l’université, Christophe Semler, homme d’un esprit entreprenant, qui introduisit certaines innovations dans le programme d’enseignement d’une école communale de pauvres dont il était l’inspecteur, et qu’il baptisa du nom de Mathematische und mechanische Realschule; il est possible que son initiative ait stimulé le zèle de Francke. Onze ans après la mort de celui-ci, Semler créa à Halle une autre école, une Mathematische, mechanische und ökonomische Realschule, qui ne subsista que deux ans (1738-1740). La brèche ouverte par Semler devait solliciter d'autres efforts; l’impulsion était donnée, le nom même de la réforme à opérer était inventé: Hecker, élève de Francke, organisa en 1746 à Berlin une ökonornisch-mathematische Realschule, dont Frédéric II fit en 1748 un établissement royal. (GUILLAUME, 1911).
Niemeyer est le principal héritier de Francke, dont il est l’arrière-petit-fils. Devenu orphelin à treize ans, il reçoit sa première éducation de Lythénius von Wurmb, une dame issue de l’aristocratie. À l’Université de la ville hanséate, il mène des études de théologie et de philologie. Il y suit les enseignements de Johann August Nösselt (1734-1807) et est fasciné par le rationalisme théologique professé par le pédagogue et théologien Christoph Semler (1669-1740). S’ensuit une carrière fulgurante qui va le mener vers la gloire. Il devient inspecteur du Paedagogium en 1774 et codirige les Fondations Francke (Franckesche Stiftungen) dès 1775, qu’il réformera et administrera seul après la disparition du philologue et théologien Johann Ludwig Schulze en 1799.
Protégé par les rois de Prusse, Niemeyer devient pro-recteur de l’Université de Halle en 1793. Il se lie avec Lessing et Klopstock et devient l’ami de Schiller et de Goethe. Suite à la défaite d’Iéna et la suppression de l’université de Halle, il est déporté à Paris et, à son retour en 1807, Nolte l’appelle à participer à la création de l’Université de Berlin alors que le ministre Heinrich Friedrich Karl vom Stein lui offre le poste de conseiller d’état. Niemeyer préfère servir sa ville natale. Il répond positivement à la proposition du roi Jérôme et devient chancelier de l’Université de Halle. Niemeyer se range dès lors clairement du côté des conservateurs, désapprouvant les corporations d’étudiants (Deutsche Burschenschaften) et les événements de la Wartburg; il s’en prend à une jeunesse égarée qui oublie que son vrai devoir est de “respecter les ordonnances existantes, de rester longtemps obéissante, de n’être pas revendicatrice mais modeste” (DE LANDSHEERE, 1961, p. 190). La fin de l’existence de Niemeyer se termine dans les honneurs et il meurt dans sa ville en 1828. On notera enfin que si les pédagogues du XIXe siècle ont consacré l’œuvre du pédagogue de Halle par une littérature foisonnante3, Niemeyer fait partie de ces figures qui ont été oubliées par le XXe siècle, malgré le travail de “sauvetage” opéré notamment par Hans-Hermann Groothoff et Ulrich Herrmann (1970)4.
De la Suisse vers la France, la réception triangulaire des Grundsätze
Terrifié par les troubles consécutifs à la Révolution française, Niemeyer construit une “somme pédagogique totale” dans laquelle il (re)pense chaque détail de la vie scolaire dans le but de mettre fin durablement à l’instabilité de son temps. Parus en 1796 et réédités à huit reprises jusqu’à la version définitive de 1825, ses Grundsätze der Erziehung und des Unterrichts comprennent quatre volumes et ancrent les structures éducatives dans un large immobilisme de l’édifice social tout en plaçant la bourgeoisie naissante au centre de l’échiquier pédagogique. Ce positionnement est largement partagé par de nombreux pédagogues de la fin du siècle des Lumières, à l’instar du Père Girard à Fribourg en Suisse, un des spécialistes de l’enseignement mutuel. C’est une des raisons qui expliquent pourquoi les Grundsätze vont nettement dominer la pédagogie allemande et européenne du XIXe siècle. Traduits en danois et en néerlandais en 1800, en polonais en 1808 puis en hongrois, en suédois et en français, les Grundsätze constituent:
une sorte d’encyclopédie où les structures éducatives qui s’imposeront à l’Europe occidentale pendant plus d’un siècle sont parfaitement définies et justifiées, où la méthodologie de l’enseignement que nous appelons aujourd’hui traditionnel est codifiée (Herbart l’adopte presque intégralement), où chaque aspect de l’éducation enfin, de la philosophie et de l’histoire jusqu’aux plus petits détails de la vie scolaire quotidienne, est étudié avec minutie. (DE LANDSHEERE, 1961, p. 187).
Les Grundsätze de Niemeyer sont diffusés dans l’espace francophone au travers des deux productions majeures de Jean-Jacques Lochmann (1835-1841) et de Théodore Fritz (1841-1843). Comme l’a exposé Sylviane Tinembart (2015, p. 256), la première traduction doit être contextualisée dans l’origine de l’École normale du canton de Vaud5 fondée à Lausanne en 1833. La direction de l’établissement est confiée au pasteur Louis-Frédéric-François Gauthey (1795-1864), qui a pour mission d’inventer ce lieu d’échanges et d’éducation6. Dans ce sens, les professeurs nommés sont chargés de produire des moyens d’enseignement et des ouvrages de référence. Ils se tournent vers l’étranger et adaptent, synthétisent ou traduisent les manuels qu’ils jugent efficients. Alors que les Principes de Niemeyer sont promus par Gauthey pédagogie officielle du canton de Vaud et que les cours de l’École normale se fondent dès lors essentiellement sur sa doxa (TINEMBART, 2015, p. 254), les autorités politiques décident de financer la traduction des Grundsätze qu’il confie à Jean-Jacques Lochmann (1802-1897). Né à Hanau près de Francfort, Lochmann se forme à la pédagogie de Niemeyer en Allemagne avant de s’installer à Lausanne en 1827 afin d’y apprendre le français. Il y épouse la fille du recteur de l’Académie, Emmanuel Develey, élève de Horace Bénédicte de Saussure, et se fait naturaliser Suisse en 1833. Il est engagé dès l’ouverture de l’École normale comme professeur de mathématiques et profite de l’engouement du directeur Gauthey pour son maître Niemeyer. Lochmann entreprend ce travail avec son collègue toulousain Jules-Théophile Sambuc qui décède en août 1834 suite à un duel. C’est donc sous son seul nom que Lochmann publie les trois tomes de ses Principes d’éducation traduits de H. A. Niemeyer à Paris et à Lausanne entre 1835 et 1841.
L’ouvrage ne fait toutefois pas l’unanimité. Dans les pages de L’Éducateur - la revue des instituteurs romands qu’il dirige depuis 1865 -, l’historien et pédagogue suisse Alexandre Daguet (1871, p. 54) juge a posteriori cette traduction trop “sommaire”7, lui préférant la version de l’orientaliste et pasteur strasbourgeois Théodore Fritz8. Il faut dire que c’est également en réaction à la traduction partielle de Lochmann que Fritz (1841-1843) publie son Esquisse d’un système complet d’instruction et d’éducation et de leur histoire:
L’histoire générale de l’éducation n’a guère été cultivée jusqu’ici parmi nous. Le seul essai de ce genre que nous connaissions est la traduction de l’ouvrage de M. Niemeyer fils par M. Lochmann; mais le travail du savant professeur allemand, assez défectueux en lui-même, l’est devenu bien plus encore sous les mains de M. Lochmann, qui a supprimé une foule de détails de l’ouvrage original, de même que la citation des sources dans lesquelles M. Niemeyer avait puisé. Or, on sait qu’en fait d’histoire il est d’autant plus important de connaître les sources, que l’autorité des faits avancés dépend d’elles en grande partie. (FRITZ, 1843, p. I).
À dire vrai, Fritz, professeur au séminaire protestant, à la faculté de théologie de Strasbourg et membre correspondant de la Société d’éducation de Leipzig, compose sa somme pédagogique suite à une mise au concours de l’Académie des sciences de Lyon dont l’objectif consiste à exposer “le meilleur système d’éducation et d’instruction publique dans la monarchie constitutionnelle” (1834). Si un autre ouvrage remporte le prix, Fritz reçoit l’accessit de l’Académie, ce qui lui permet de publier ses trois volumes à Strasbourg, Paris et Genève entre 1841 et 1843.
Les deux premiers tomes renferment un traité d’éducation dans lequel Fritz présente et analyse les différentes méthodes et systèmes pédagogiques plus ou moins efficients pour l’enfance (livre I), l’adolescence (livre II), la jeunesse (livre III), l’âge mûr (livre IX) et propose enfin une analyse des moyens extérieurs d’éducation (livre X). L’Alsacien cherche surtout à faire connaître et diffuser en France les préceptes et les idées pédagogiques qui ont fait de l’Allemagne une terre classique de la pédagogie. Si l’exercice tourne parfois à l’excès, l’Esquisse de Fritz présente et discute tout ce que l’Allemagne a pensé en matière d’éducation. Le Strasbourgeois puise tour à tour l’inspiration chez Luther, Kant, Schiller, Herder, Bonstetten, Jacobi, Wessenberg ou Fichte, commente les pensées éducatives de Sailer, Jean Paul, Schwarz, Campe et discute les innovations apportées par Niemeyer, Dinter, Denzel, Gutsmuths ou Diesterweg, parmi tant d’autres.
En France, on constate que la réception de l’ouvrage ne dépasse pas les cercles protestants et qu’il bénéficie tout au plus à l’étranger de quelques recensions en Allemagne9. On en trouve la raison principale dans la critique rédigée par Charles Stoffels dans le journal protestant Le Semeur, organe des milieux revivalistes. L’argumentaire, rédhibitoire, consiste en une critique des citations allemandes que Fritz n’a pas choisi de traduire:
La dernière observation que nous ferons aujourd’hui à M. Fritz, concerne l’emploi qu’il a fait des ouvrages pédagogiques écrits en allemand. S’il n’en citait que les principaux, nous pourrions qu’y applaudir; mais il nous semble qu’il s’est laissé entraîner quelque peu à cet abus des citations qu’on remarque chez beaucoup de ses savants confrères d’outre-Rhin. M. Fritz cite même pour les détails les plus spéciaux, et il est prodigue dans les notes des passages extraits d’auteurs allemands, sans qu’il croie nécessaire de les traduire. À quoi serviront ces citations si fréquentes? L’auteur écrit pour des lecteurs français; il cite pour engager à étudier les ouvrages mêmes; mais où les trouver? M. Fritz en nomme un grand nombre, qui sûrement n’existent en France que dans la bibliothèque de l’auteur même ou dans celle de quelque autre pédagogue alsacien. C’est donc infliger à ses lecteurs le supplice de Tantale que de leur montrer des trésors dont ils ne pourront jamais jouir.
Quant aux extraits d’ouvrages allemands, l’auteur pense que l’allemand est compris assez généralement en France pour qu’il ait pu se dispenser d’en donner une traduction. Malheureusement nous ne saurions être de son avis; encore aujourd’hui la grande majorité des lecteurs français auxquels il s’adresse ne connaît pas cette langue, ou n’en a du moins qu’une teinte trop superficielle pour comprendre des extraits d’auteurs aussi décidemment allemands et partant aussi difficiles que Luther, Jean Paul, Herder, Harms et autres.
(STOFFELS, 1841, p. 307).
On sait par ailleurs que Fritz a tenté de faire connaître son ouvrage dans les cercles officiels. Il écrit à l’influent Victor Cousin en janvier 1841 pour lui demander de diffuser sa somme dans les écoles normales de France:
J’ai l’honneur de vous transmettre les deux premiers volumes d’un ouvrage sur l’instruction, que je viens de publier. Cet ouvrage embrasse l’ensemble complet de la pédagogique (sic); il est, autant que je sache, le premier de ce genre en France et pourrait, à ce qu’il me semble, être utile à l’étude de cette partie. Il m’a semblé, et des juges assez compétents et impartiaux ont été de mon avis, qu’un pareil ouvrage devrait servir de base aux leçons de pédagogique qui doivent se donner dans les écoles normales. M. Cottard, Recteur de l’Académie de Strasbourg, a écrit dans ce sens à M. le Ministre de l’Instruction publique. Je vous serais fort reconnaissant, si votre suffrage fût favorable à cette demande. M. le baron de Gérando a bien voulu m’écrire des lignes bien flatteuses sur mon travail; son jugement favorable m’enhardit à faire cette démarche auprès de vous10.
Si Victor Cousin, figure tutélaire de l’éclectisme (BILLARD, 1998), n’a pas à notre connaissance donné suite à l’appel de son collègue strasbourgeois, l’Esquisse sera très largement diffusée en Suisse romande par des pédagogues trilingues formés essentiellement à la pédagogie allemande du XVIIIe siècle. Le Père Girard, son élève Alexandre Daguet et l’éducateur genevois François-Marc-Louis Naville11 en font grand cas dans la presse romande (1841), parce qu’ils y voient avant tout l’occasion de légitimer l’éclectisme pédagogique dont ils se réclament:
Si la littérature scolaire de l’Allemagne est riche en histoires et en encyclopédies de l’éducation, il n’en est pas de même de la littérature scolaire de la France. À part quelques compositions incomplètes et un peu confuses, comme le Dictionnaire d’éducation de l’abbé Migne, le seul ouvrage vraiment intéressant qui nous soit tombé dans les mains est celui du pasteur Fritz, de Strasbourg (1843), que sa culture scientifique et l’avantage d’habiter une ville située aux confins de la France et de l’Allemagne avait mis à même de s’initier au mouvement intellectuel des deux pays. Aussi, comme le faisait observer l’auteur de l’histoire littéraire de l’éducation morale et religieuse en France, M. Louis Burnier, l’ouvrage de M. Fritz est certainement ce que nous avons de plus complet dans notre langue en matière d’histoire de la pédagogie. (DAGUET, 1869, p. 378-379).
Les raisons qui ont poussé ces éducateurs romands à opter pour l’éclectisme pédagogique s’expliquent assez aisément. Indéfiniment pris à partie par les ultramontains, ils considéraient l’éclectisme comme l’unique moyen de s’extirper des querelles religieuses et politiques de leur temps:
“Essayez tout et retenez ce qui est bon”. Telle est et telle sera toujours notre devise sur ce terrain élevé et neutre de l’éducation, où nous désirons nous maintenir à l’exemple de nos devanciers des précédents congrès, étrangers et supérieurs aux tiraillements des partis religieux et politiques qui divisent notre patrie et s’agitent autour de nous. (DAGUET, 1874, p. 202).
Par ailleurs, voilà un argument supplémentaire qui montre la place spécifique qu’ont eue des espaces comme l’Alsace (HIRSCH; MOMBERT, 2016) ou la Suisse romande dans le transfert de savoirs entre les pays du Nord et du Midi12, et que Naville souligne à juste titre:
Strasbourg est l’une des villes de France les plus intéressantes sous le rapport intellectuel. Lien entre la France et l’Allemagne, cette noble cité participe aux avantages des deux nations, et sert entre elles comme de pont pour la communication réciproque des idées. Les esprits éclairés qui s’y trouvent en grand nombre s’acquittent honorablement des obligations que cette position leur impose. (NAVILLE, 1843, p. 1).
Par sa volonté de poser des ponts entre l’Allemagne et cette France encore peu versée dans la pédagogie allemande, Fritz (1843, p. I) dresse une histoire de la pédagogie dans son dernier volume en traduisant Niemeyer: “l’ouvrage de Niemeyer sert aussi de base à notre travail, et nous n’en donnons souvent qu’une traduction libre; mais nous avons eu recours en outre aux lumières que d’autres ouvrages pouvaient nous fournir” explique-t-il en introduction.
Les racines germaniques de l’éducation comparée
On l’a déjà souligné, Niemeyer rédige une des premières histoires de la pédagogie que les spécialistes aient jugé valable, et dans laquelle il expose tous les avantages de l’école éclectique dont il se réclame. Par cette démarche, il souhaite contribuer à faire connaître
ce que le passé offre de vraiment méritoire, ainsi que les améliorations qui ont pu être réalisées depuis; de mettre à la portée des éducateurs et des maîtres de la jeunesse ce qui a été dit ou fait de meilleur dans tous les temps, et d’arriver ainsi à établir, sur la base de l'expérience, les règles solides de l’éducation et de l’enseignement. (GUILLAUME, 1911).
Niemeyer ajoute encore qu’il s’agit de “se persuader qu'il n’existe pas plus, en pédagogie, de méthode unique et exclusive, qu’il ne peut exister en religion d’Église possédant seule le privilège de conférer le salut”. (GUILLAUME, 1911).
En réinvestissant les Grundsätze de Niemeyer et l’Esquisse de Fritz, le lecteur francophone ne peut qu’être surpris par la richesse des sources et surtout par l’existence d’une école éclectique allemande engagée dans l’analyse comparative des systèmes pédagogiques dès le dernier quart du XVIIIe siècle. Que l’on pense à Friedrich Gedike (1754-1803), théologien allemand, professeur et réformateur du système scolaire prussien, qui compare dans un ouvrage publié à Berlin en 1779 la filiation entre les anciens et Basedow, qu’il perçoit comme un continuateur (GEDIKE, 1779). La même année, le pédagogue Karl Ehregott Andreas Mangelsdorf (1748-1802) élargit le tableau en examinant les systèmes éducatifs des Égyptiens, des Perses, des Grecs et des Romains et borne son étude à Coménius (MANGELSDORF, 1779). Friedrich Ernst Ruhkopf (1760-1821), professeur à Ruppin, directeur du Lyceum de Hanovre, réputé pour ses travaux en philologie et la publication des quatre volumes de l’Opera omnia quae supersunt de Sénèque, est le premier qui publie en 1794 une histoire complète de l’éducation en Allemagne depuis les temps du christianisme (RUHKOPF, 1794). Il complète ainsi l’étude du pasteur Samuel Baur (1768-1832), qui avait cherché à synthétiser les progrès effectués par les pédagogues allemands du XVIIIe siècle (BAUR, 1790). C’est d’ailleurs dans le sillage de ces études pionnières que Christian Daniel Voss (1761-1821) édite son esquisse sur les éducations dites “nationales”, dont il compare les spécificités sur le temps long, des Perses aux nations modernes (1799).
On remarque que la démarche comparative s’affine substantiellement grâce aux travaux du médecin Johann Peter Brinkmann (1746-1785), qui en 1784 met aussi en parallèle l’éducation des anciens et des contemporains dans sa Vergleichung der Erziehung der Alten mit der heutigen (BRINKMANN, 1784). Le pédagogue et philologue allemand Ernst August Evers (1779-1823), élève du philologue et hélleniste Friedrich August Wolf, rédige une étude comparative d’envergure en prenant pour point de départ l’“Erziehungskunst” d’Aristote qu’il met ensuite en parallèle avec les divers systèmes des pédagogues antiques et modernes (EVERS, 1806). Ces études ouvrent la voie à ce que Fritz considère comme les deux histoires de la pédagogie les plus complètes, celle du théologien et pédagogue Friedrich Heinrich Christian Schwarz (1813) et celle de pédagogue Friedrich Cramer (1832).
Ces travaux, dont la liste n’est pas exhaustive, montrent que les éducateurs et savants allemands du second XVIIIe siècle cherchaient déjà à formuler les principes d’une pédagogie générale basée sur la confrontation des pratiques dans le temps (GOUBET, 2012). Ainsi existerait-il une école comparative germanique, issu du mouvement éclectique, qui doit être valorisée en parallèle des travaux de Marc-Antoine Jullien (1775-1848), promu “père de l’éducation comparée” dans le sillage de la création du Bureau international d’éducation (BIE) qui naît à Genève en 192513. Rappelons qu’en 1943 son directeur-adjoint, Pedro Rossello (1897-1970), publie sa thèse de doctorat dévolue à l’histoire du Bureau et en expose les divers précurseurs (ROSSELLO, 1943a). La même année, le Catalan consacre l’éducateur français dans un écrit de vingt-huit pages intitulé Marc-Antoine Jullien de Paris, Père de l'éducation comparée et précurseur du Bureau international d’éducation (ROSSELLO, 1843b).
S’il ne s’agit nullement de remettre en question le génie organisationnel de Jullien qui, en 1817, proposait une étude comparative d’envergure façonnée à partir des cantons suisses et tenait une correspondance à l’échelle du continent dans le but d’engager ses collègues à la réalisation d’une Commission spéciale et d’un Institut normal d’éducation, on peut s’interroger sur cette promotion qui a largement contribué à effacer ou, tout du moins, à dissimuler l’apport des éclectiques allemands en matière d’études comparatives en histoire de l’éducation. (JULLIEN, 1817).
Pour autant, les interrogations quant à la place réservée à Jullien ne sont pas neuves. Dans un article publié en 1993, Jacqueline Gautherin s’interroge sur cette promotion, d’autant que Jullien a été oublié durant tout le XIXe siècle. Peu lu et commenté par les cadres de l’école de la Troisième République, il n’y a qu’un Ferdinand Buisson pour relever son rôle dans le processus d’internationalisation des réseaux pédagogiques lors de l’Exposition universelle de 1889 (p. 794). Pour cette spécialiste des sciences de l’éducation,
“Avant de mettre bout à bout deux parcours sur un chemin, il convient d’abord de s’assurer qu’il s’agit bien du même chemin”. Les spécialistes d’éducation, tout occupés du présent de la pédagogie et de sa légitimation, ne prirent jamais cette précaution épistémologique. L’ouvrage de P. Rosselo, consacré aux Précurseurs du B.I.E, fournit un exemple remarquable de cette démarche illégitime lorsqu’il s’ingénie à faire coïncider des propositions et le questionnaire de l’Esquisse avec les réalisations de l’organisme international créé en 1925: “Le lecteur se convaincra [...] de la fidélité avec laquelle le Bureau a exécuté, sans le connaître, le programme de recherches qui constitue le testament pédagogique du créateur de la pédagogie comparée”. L’idée d’un programme exécuté sans le connaître ne laisse pas d’étonner. Et le lecteur sera plutôt convaincu de la fidélité avec laquelle P. Rosselo a tenté de faire prophétiser par M.-A. Jullien le programme du B.I.E. Encore conviendra-t-on que P. Rosselo avait lu M.-A. Jullien. (GAUTHERIN, 1993, p. 794).
Héritage et européocentrisme
Il reste à s’interroger sur les fondements et les objectifs de ces histoires de la pédagogie globalisantes et comparatives qui émergent à la fin du XVIIIe siècle et dont la production s’intensifie et se généralise au suivant, celui de la fabrication des États-nations, et par là même des identités nationales. Une analyse des tables des matières nous guident vers deux constats. Les histoires de la pédagogie ou de l’instruction issues de l’éclectisme germanique ont en commun de s’arroger une lecture politique, sinon idéologique de l’histoire scolaire dans laquelle seuls la civilisation gréco-latine puis le christianisme sont pourvoyeurs de progrès. Ce schème guide par exemple l’histoire de Schwarz que Fritz juge la plus complète:
Dans la première partie de son ouvrage, Schwarz s’occupe de l’époque où la culture était renfermée dans des limites étroites chez les Indiens, les Chinois, les Japonais, les Égyptiens, les Perses, les Babyloniens, les Phéniciens, les Carthaginois et d’autres nations de l’antiquité. La culture reste la propriété d’une caste, celle des prêtres, qui n’en communique au reste du peuple que ce qu’elle juge convenable.
La seconde partie embrasse l’ère classique de l’antiquité chez les Hébreux, les Grecs et les Romains.
La haute antiquité nous présente parmi les nations cultivées le sacerdoce conservant les trésors de l’esprit comme un secret précieux (temps des castes et des prêtres).
Vint ensuite une époque classique qui ouvrit le sanctuaire et présenta au regard des hommes tout ce qu’il y a de grand et de beau (Grec et Romains).
Puis le christianisme ouvrit à l’humanité entière la source la plus riche et la plus profonde du développement intellectuel; il répandit une nouvelle vie surtout parmi les nations occidentales; dans tous les changements opérés nous retrouvons toujours cette haute et sainte influence, qui se manifeste partout et jusque dans les moindres événements, et qui est le génie tutélaire de l’humanité. (FRITZ, 1843, p. 11).
On le voit, dès leur genèse, les histoires de l’éducation occidentales dressent consciemment ou inconsciemment des murs entre les civilisations, et elles propagent une vision téléologique dans laquelle seule la civilisation occidentale gagne en crédit et en supériorité. C’est certainement là une des failles de l’éducation comparée, d’autant que ce positionnement s’est largement répété durant le XXe siècle. En posant un regard rétrospectif sur cette histoire riche de deux siècles, le spécialiste Henk van Daele (1993) concède que:
La grande majorité des comparatistes de la première moitié de notre siècle [XXe siècle] se limite à décrire, souvent d’une manière ethnocentrique, quelques systèmes nationaux d’enseignement en Europe occidentale et en Amérique du nord. S’inspirant des idées de Michael Sadler, James Russel et de Friedrich Schneider, ils sont tous convaincus que le système d’éducation de chaque pays, considéré - à tort! - comme une unité homogène, est le résultat typique de l’histoire nationale et du “caractère d’un peuple”. (DAELE, 1993, p. 108-109).
Certains acteurs de l’époque, à l’instar du pasteur genevois Naville, n’étaient pourtant pas dupes quant à ce compartimentage tout à la gloire d’une Europe chrétienne, seule dépositaire de l’avancement pédagogique. Dans sa critique de l’ouvrage de Fritz, le pédagogue genevois fait remarquer que l’Alsacien:
Nous donne ainsi comme le bilan de l’état actuel de l’humanité à diverses époques. Ce bilan, pour ce qui tient au temps actuel, est triste à deux égards. D’abord on est affligé de voir à quoi en sont réduits, sous le point de vue de l’éducation, les peuples qui ne sont pas civilisés, du moins à la manière dont nous l’entendons. Là où il n’y a qu’ignorance, défaut d’instruction, le mal est léger; mais il est très grave là où il y a tout à la fois des mœurs condamnables et une sorte de raffinement d’une instruction prétentieuse et vaine. Ensuite, il est impossible de ne pas remarquer dans ces descriptions d’éducations lointaines des détails qui, mutatis mutandis, peuvent s’appliquer à quelques-uns d’entre les pays même les plus avancés de l’Europe. L’auteur ne fait pas ressortir ces rapports, mais il est difficile de croire qu’il ne les ait pas eus en vue. Il aura voulu ménager l’orgueil des peuples qui se piquent d’être en tête de la civilisation, en leur présentant sous une autre figure les traits qu’il aurait été trop humiliant pour eux de reconnaître dans leur propre image. (NAVILLE, 1843, p. 7-8).
Cet européocentriste va être colporté et consolidé durant les deux siècles suivants par les héritiers de Niemeyer et de l’école éclectique du XVIIIe siècle. D’un comparatisme diachronique qui cherche avant tout à produire des filiations entre les anciens et les modernes, l’on va toutefois passer à un comparatisme stratégique, sous-tendant une mise en parallèle des systèmes contemporains en termes d’efficience. Ce changement de paradigme s’explique par le succès de la statistique comparative, outil favori des coutumiers des expositions universelles - Ferdinand Buisson ne concédera-t-il pas à Hermione Quinet être devenu “un homme-statistique, un chiffre vivant14” - qui régissent et guident dès lors les considérations sur les réformes scolaires. Les grandes fresques comparatives deviennent légion dans le domaine pédagogique et s’instituent en France dans le sillage des travaux de l’historien et statisticien Émile Levasseur. Toutefois, on notera que c’est à l’économiste socialiste belge Émile de Laveleye (1822-1892) que l’on doit la première étude comparative d’envergure dévolue aux divers systèmes éducatifs en vigueur sur la planète. (LAVELEYE, 1872).
Nul hasard si les cadres des instructions publiques se mettent à la rédaction de leur histoire universelle de la pédagogie. Dans la France du second XIXe siècle, on retiendra le bestseller de Gabriel Compayré15, penseur de l’école républicaine et théoricien des idées éducatives, qui, tout comme son correspondant suisse Alexandre Daguet (1871), légitiment et valorisent en filigrane leur propre système. C’est peut-être aussi pour des raisons de compétences linguistiques, et donc d’appropriation des sources germaniques et latines, que la Suisse sera si prolifique en histoires de la pédagogie. À la suite de Daguet, c’est un de ses élèves - l’éducateur protestant Jules Paroz (1872) - qui publie à Paris une Histoire universelle de la pédagogie à succès16, alors que le Vaudois François Guex, qui est passé par le Séminaire pédagogique d’Iéna et a enseigné à Zurich, s’exécute en 1906
17. L’Italie voisine se met aussi à disserter sur l’universalité de la pédagogie, notamment grâce à la très influente Storia della pedagogia du rabbin Guglielmo Lattes (1900)18.
En conclusion, on notera que la réception des Grundsätze de Niemeyer dans l’espace francophone a de quoi surprendre. Traduits dans un premier temps par un Allemand installé en Suisse, puis diffusés en France, les Principes de Lochmann jugés trop sommaires vont susciter la rédaction d’un second écrit, substantiel et très proche des sources allemandes cette fois-ci, que l’on doit à un pasteur strasbourgeois. Peu lu en France pour des raisons de langue, cet écrit va connaître un franc succès en Suisse et servir d’“arme de légitimation” de l’éclectisme pédagogique dont se réclament les éducateurs libéraux-nationaux de Suisse romande, très proches des conceptions de Niemeyer. Enfin, il apparaît clairement que la promotion de Marc-Antoine Jullien comme “père de l’éducation” a eu le désavantage de disqualifier d’autres précurseurs - et en premier lieu l’école éclectique allemande - tout aussi active dans l’élaboration et la promotion de l’éducation comparée.
1
Une première version de cet article (FONTAINE, 2016b) a été publiée en français dans Fontaine; Goubet, (2016).
2
Sur la trajectoire de Jullien, voir Delieuvin (2003); Di Rienzo (1999); De Vargas (1995).
3
Voir notamment Chimani (1812); Gruber (1831); Georgii (1859-1878); Rein (1882); Schleinitz (1899); Oppermann (1904); Menne (1928).
4
Voir également Keck (1993); Jacobi (2001); Herrmann (2004).
5
Une des 26 “provinces” de l’État fédéral suisse.
6
Sur Gauthey, voir Ruolt (2013).
7
Sur la trajectoire de Daguet et ses liens avec les pédagogues de la Troisième République, voir Fontaine (2015).
8
Théodore Fritz (1796-1864), professeur d'hébreu au séminaire protestant puis professeur de langues orientales. Il occupe la chaire d'exégèse de l'Ancien Testament à la Faculté de théologie de Strasbourg. Membre de la société historique de Leipzig (en 1841 et en 1843), passionné de pédagogie, il fonde deux écoles gratuites, l'une pour les ouvriers, l'autre pour les jeunes filles pauvres.
9
Recensions parues dans le Courrier du Bas-Rhin, 4 novembre 1840, par M. Schmidt, dans le Protestantisches Kirchen und Schulblatt für das Elsaß, décembre 1840, par M. Boeckel, dans Le Semeur, 29 septembre et 29 décembre 1841, par M. Stoffels, dans la Paedagogische Revue de Stuttgart, 2/1841, par M. Klumpp, dans la Litteraturblatt du Morgenblatt de Tübingen, 18 mars 1842, par M. Moennich. Notons que si James Guillaume mentionne la traduction de Lochmann dans son article consacré à Niemeyer dans le Dictionnaire de pédagogie et d’instruction, celle de Fritz n’y figure pas.
10
Lettre de Fritz à Victor Cousin, Strasbourg, 29 janvier 1841, Paris, Bibliothèque de la Sorbonne, Fonds Cousin, MSVC 229: Correspondance générale, t. XVI.
11
Le pasteur François-Marc-Louis Naville (1784-1846) créé en 1819 l'Institut de Vernier, près de Genève, voué à l'éducation des garçons, où il offre un enseignement imprégné de morale religieuse, inspiré de méthodes pédagogiques novatrices (Pestalozzi, Père Girard, Johann Konrad Zellweger) en vue de former de futurs citoyens libres et responsables. Auteur de nombreux ouvrages (De l’éducation publique, 1832; De la charité légale, 1836), Naville se charge également de classer les manuscrits du philosophe Maine de Biran dont le fils lui avait confié les papiers.
12
Sur la notion de “transfert culturel”, voir Espagne (2012); Fontaine (2014, 2016a).
13
Le BIE naît à l’initiative des collaborateurs de l’Institut Jean-Jacques Rousseau fondé à Genève en 1912 par le médecin et psychologue Édouard Claparède. Bien que fort modeste à ses débuts, cet organisme intergouvernemental concrétise plus d’un siècle de tentatives de fédérations et de coopérations internationales entre les acteurs de l’école européenne puis mondiale. Voir: <http://www.ibe.unesco.org>.
14
Cité par Cabanel (2003, p. 71).
15
Compayré, 1883 (21 éditions en 1929).
16
Sur Paroz, voir Fontaine (2013).
17
Sur Guex, voir Extermann; Rouiller (2016).
18
Voir également Colangelo (1912); Morgana (1912); Ruiz Amado; Valle (1913). Je remercie Wolfgang Sahlfeld de m’avoir communiqué ces références.
Autoría
Alexandre Fontaine
Universidade de Lausana (UNIL), SuíçaUniversidade de LausanaSwitzerlandSwitzerlandUniversidade de Lausana (UNIL), Suíça
Endereço: Universidade de Lausana - Géopolis 4340 - CH-1015 - Lausana - Suíça. E-mail: fontaine.transferts@gmail.com
ALEXANDRE FONTAINE,
historien des transferts culturels, é pesquisador na Universidade de Lausana (Iephi-CWP) e PhD pela Universidade de Friburgo (Suíça) e Paris VIII.
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Como citar
Fontaine, Alexandre. EL ECLECTICISMO PEDAGÓGICO ALEMÁN, PRECURSOR DE LA EDUCACIÓN COMPARADA? RECEPCIONES Y LEGADO DE GRUNDSÄTZE DE AUGUST HERMANN NIEMEYER EN EL ESPACIO FRANCO-SUIZO. História da Educação [online]. 2017, v. 21, n. 53 [Accedido 15 Abril 2025], pp. 84-99. Disponible en: <https://doi.org/10.1590/2236-3459/71592>. ISSN 2236-3459. https://doi.org/10.1590/2236-3459/71592.
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