Resumo:
O tema do artigo é a crítica de Reinhart Koselleck ao primado da hermenêutica. Mais especificamente, jogamos luz sobre a crítica koselleckiana à pretensão de universalidade da hermenêutica a partir do exame de alguns aspectos do seu embate com Hans-Georg Gadamer. Em termos esquemáticos, o artigo é dividido em quatro partes. Primeiramente, analisamos como o historiador alemão se apropriou da filosofia de Martin Heidegger ao fazer uma leitura incomum de Ser e tempo. No passo seguinte, buscamos entender melhor a crítica de Koselleck à hermenêutica gadameriana. Em um terceiro momento, apresentamos rapidamente a “tensão” constitutiva de todo labor historiográfico segundo a perspectiva de Koselleck. Para terminar, lançamos mão de um trecho de um romance de Hermann Hesse com o intuito de ilustrar o argumento koselleckiano sobre o sentido ( Sinn) e o não sentido ( Unsinn) na história. Ao concluir, o nosso intuito é mostrar que talvez Koselleck e Gadamer concordassem um com o outro - talvez eles estivessem apenas olhando o problema a partir de prismas diferentes.
Palavras-chave:
Reinhart Koselleck; Hermenêutica; Hans-Georg Gadamer