A década de 1940 representou o auge e o declínio do paradigma das "relações especiais" Brasil - Estados Unidos, predominante por quase meio século na política exterior brasileira. Após a experiência bem sucedida de colaboração durante a segunda guerra mundial, o Brasil enfrentou um período de frustração e desapontamento nas suas relações com o governo de Washington. Emergindo como potência hegemônica, os sucessivos governos norte-americanos constituíram interesses e objetivos globais na nova ordem internacional, pouco restando para o atendimento das demandas dos países latino-americanos. A IV Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos, realizada em Washington, entre março e abril de 1951, explicitou não apenas o dissídio de objetivos e interesses entre os Estados Unidos e os países latino-americanos no pós-guerra, mas também o surgimento de uma nova perspectiva de relacionamento dentro do continente, pautada em negociações realistas e pragmáticas, sobretudo por parte do Brasil.
Conferência de Washington; Relações Brasil - Estados Unidos; Política Externa Brasileira; América Latina