Resumo:
Ambrósio encontrou em Graciano o primeiro imperador que lhe ofereceu um espaço público oficial para a defesa da crença cristã-nicena. Este novo espaço ia além das pregações episcopais e dos textos sobre a questão da virgindade feminina debatida pelo sacerdote. Por isso, através de seus escritos, o bispo milanês transformou Graciano em um “santo imperador”, protetor dos nicenos. Neste trabalho, meu objetivo é examinar a memória criada por Ambrósio sobre o lugar de Graciano no céu, uma construção discursiva que afastava o augusto da tradicional apoteose divina. Tal análise será feita com base, especialmente, em duas laudações fúnebres de autoria ambrosiana: De Obitu Valentiniani Consolatio (de 392) e De Obitu Theodosii Oratio (de 395).
Palavras-chaves:
Imperador Graciano; Memória; Morte