RESUMO
O objetivo é discutir o trabalho compulsório indígena no Pará entre 1821 e 1831. Ressaltamos a importância e a total dependência na província dessa mão de obra, impulsionando vários conflitos entre as autoridades pelo controle desses homens. Ao mesmo tempo, trazemos o protagonismo indígena para o centro das ações, ressaltando que estes não estiveram alheios ao debate político da época. Nessa direção, mostramos que, no primeiro período desse artigo, entre 1821 e 1825, há uma intensa apropriação do debate liberal pelos indígenas para a sua recusa ao trabalho compulsório, estando ao mesmo tempo envolvidos em conflitos armados de grandes dimensões. A segunda parte mostra como após 1825 continua a exploração compulsória desses braços, a despeito da forte contestação do período anterior. Busca-se compreender as permanências e mudanças nas formas de resistência dos indígenas até 1831, quando se põe fim ao principal mecanismo de recrutamento dessa mão de obra.
Palavras-chave:
Brasil Império; trabalho compulsório; indígenas