O pós-guerra traz mudanças importantes nas práticas discursivas de dois nacionalismos concorrentes e concomitantes: o movimento sionista e o movimento nacional palestino. Se desde o início do século XX os dois grupos disputavam o mesmo território sob lógicas de pertencimento difusas e complexas, referências às suas tragédias coletivas passam a ser centrais em seus respectivos discursos nacionais a partir dos anos 1940. Aqui, tanto a Shoá quanto a Nakba passam a constituir tentativas constantes de reafirmar justeza e legitimidade de suas demandas políticas. Neste artigo discutimos a centralidade dos usos políticos da Nakba e da Shoá por palestinos e sionistas em cenários de confronto ideológico, nacional e territorial.
sionismo; nacionalismo palestino; memória; Nakba; Shoá