RESUMO
O texto pretende debater a cisão do Partido Republicano Riograndense (PRR) a partir do estudo de caso do tiroteio no Clube Pinheiro Machado, em Livramento, em 1910, com saldo de três mortos, vértice do conflito que opôs as famílias Flores da Cunha e Pereira de Souza, cujos desdobramentos repercutiram no Rio de Janeiro e alcançaram a política uruguaia. Investigam-se as causas do conflito, bem como o contexto no qual se inscreveu, de indistinção entre espaço público e privado, típico do sistema coronelista de poder. Tenta-se perceber o envolvimento de autoridades policiais e judiciárias e com a política em vários níveis, do local ao internacional. Em um ambiente explosivo, questões como o combate ao contrabando ou conferências anticlericais eram instrumentalizadas pelas facções, cujo embate era administrado pelo líder Borges de Medeiros, revelando um partido muito menos coeso e disciplinado do que aquele que parte da historiografia identificou.
Palavras-chave:
PRR; Borges de Medeiros; Santana do Livramento; Uruguai; João Francisco Pereira de Souza; revolução de 1910; Justiça