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Chloris Sw. e Stapfochloa H. Scholz (Poaceae: Chloridoideae) no Estado da Paraíba, Brasil

Chloris Sw. and Stapfochloa H. Scholz (Poaceae: Chloridoideae)

RESUMO

O presente trabalho compreende o levantamento taxonômico das espécies de Chloris e Stapfochloa no Estado da Paraíba, ampliando o conhecimento da flora agrostológica local. Foram realizadas consultas em bases virtuais, visitas a herbários físicos e excursões para coletas e observações em campo. Na área de estudo foi confirmada a ocorrência de cinco espécies de Chloris e uma espécie de Stapfochloa. Chave de identificação, descrições dos táxons, dados sobre distribuição geográfica e importância econômica, ecologia e imagens das espécies são fornecidas.

Palavras-chave:
Caatinga; flora agrostológica; forrageiras nativas; levantamento florístico

ABSTRACT

This paper encompasses the taxonomic study of Chloris and Stapfochloa in Paraíba State, contributing to the knowledge of local agrostological flora. Consultations on the virtual databases, as well as visits to physical herbaria, collecting expeditions and fieldwork observations, were made. In the study area, the occurrence of five species of Chloris and one species of Stapfochloa was confirmed. Identification key, descriptions, information about economic value and geographical distribution, ecology, and images of the species are provided.

Keywords:
agrostological flora; Caatinga; floristic survey; native forage

Introdução

A família Poaceae Barnhart compreende 768 gêneros e 11.506 espécies e 12 subfamílias: Anomochlooideae, Pharoideae, Puelioideae, Oryzoideae, Bambusoideae, Pooideae, Aristidoideae, Panicoideae, Arundinoideae, Micrairoideae, Danthonioideae e Chloridoideae (Soreng et al. 2017Soreng, R.J., Peterson, P.M., Konstantin, R., Davidse, G., Teisher, J.K., Clark, L.G., Barberá, P., Gillespie, L.J. & Zuloaga, F.O. 2017. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) II: An update and a comparison of two 2015 classifications. Journal of Systematics and Evolution 55: 259-290., 2022Soreng, R.J., Peterson, P.M., Zuloaga, F.O., Romaschenko, K., Clark, L.G., Teisher, J.K., Gillespie, L.J., Barberá, P., Welker, C.A.D., Kellogg, E.A., Li, D.Z. & Davidse, G. 2022. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) III: An update. Journal of Systematics and Evolution. Disponível em https://doi.org/10.1111/jse.12847 (acesso em 05-IV-2022).
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). No Brasil é composta por 232 gêneros e cerca de 1.548 espécies, das quais a ocorrência de 181 espécies e 67 gêneros são confirmados no Estado da Paraíba (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-V-2021).
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).

A subfamília Chloridoideae consiste em 124 gêneros e 1.602 espécies amplamente distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo (Giraldo-Cañas & Peterson 2009Giraldo-Cañas, D. & Peterson, P.M. 2009. Revision of the genus Sporobolus (Poaceae: Chloridoideae: Sporobolinae) for northwest South America: Peru, Ecuador, Colombia and Venezuela. Caldasia 31: 41-76., Soreng et al. 2017Soreng, R.J., Peterson, P.M., Konstantin, R., Davidse, G., Teisher, J.K., Clark, L.G., Barberá, P., Gillespie, L.J. & Zuloaga, F.O. 2017. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) II: An update and a comparison of two 2015 classifications. Journal of Systematics and Evolution 55: 259-290.), e associada a ambientes campestres e frequentemente áridos (Longhi-Wagner 2012Longhi-Wagner, H.M. 2012. Poaceae: an overview with reference to Brazil. Rodriguésia 63: 89-100.). Atualmente, Chloridoideae é composta pelas tribos Eragrostideae Stapf, Triraphideae P.M. Peterson, Zoysieae Benth., Centropodieae P.M. Peterson, N.P. Barker & H.P. Linder e Cynodonteae Dumort., na qual os gêneros Chloris Sw. e Stapfochloa H. Scholz (Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467.).

Chloris tem sido tratado em sentido amplo por autores como Anderson (1974Anderson, D.E. 1974. Taxonomy of the genus Chloris (Gramineae). Brigham Young University Science Bulletin, Biological Series 19: 1-133.) e Pereira & Barreto (1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20.) incluindo as espécies de Eustachys Desv. e Trichloris E. Fourn. ex Benth.. Já outros como Clayton & Renvoize (1986), Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428., Nicora & Rúgolo de Agrasar (1987), Watson & Dallwitz (1992) mantém estes gêneros separados. Entretanto, estudos moleculares têm mostrado que Chloris é um gênero polifilético (Columbus et al. 2007Columbus, J.T., Cerros-Tlatilpa, R., Kinney, M., Siqueiros, D.M.E., Bell, L., Griffith, P. & Refulio-Rodríguez, N.F. 2007. Phylogeneticsof Chloridoideae (Gramineae): a preliminar study based on nuclear ribosomal internal transcribed spacer and chloroplast trnL-F sequences. In: Columbus, J.T., Friar, E.A., Porter, J.M., Prince, L.M. & Simpson, M.G. (eds.). Monocots: comparative biology and evolution-Poales. Rancho Santa Ana Botanic Garden. Claremont, USA, pp. 565-579., Peterson et al. 2010Peterson, P.M., Romaschenko, K. & Johnson, G. 2010. A classification of the Chloridoideae (Poaceae) based on multi-gene phylogenetic trees. Molecular Phylogenetics and Evolution 55(2): 580-598., 2012Peterson, P.M., Romaschenko, K., Snow, N. & Johnson, G. 2012. A molecular phylogeny and classification of Leptochloa (Poaceae: Chloridoideae: Chlorideae) sensu lato and related genera. Annals of Botany 109(7): 1317-1330.). Peterson et al. (2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467.) realizaram uma análise molecular envolvendo um maior número de espécies de Chloris e sugeriram a separação das espécies que fazem parte do complexo “Chloris ciliata Sw.” descrito por (Anderson 1974Anderson, D.E. 1974. Taxonomy of the genus Chloris (Gramineae). Brigham Young University Science Bulletin, Biological Series 19: 1-133.) para integrar o gênero monotípico Stapfochloa H. Scholz (Scholz & Müller 2004Scholz, H. & Müller, J. 2004. Stapfochloa (Poaceae: Cynodonteae, Chloridinae), a new genus from Africa. Willdenowia 34: 129-133.).

Assim, no conceito atual, Chloris é composto por 57 espécies (Peterson et al. 2022Soreng, R.J., Peterson, P.M., Zuloaga, F.O., Romaschenko, K., Clark, L.G., Teisher, J.K., Gillespie, L.J., Barberá, P., Welker, C.A.D., Kellogg, E.A., Li, D.Z. & Davidse, G. 2022. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) III: An update. Journal of Systematics and Evolution. Disponível em https://doi.org/10.1111/jse.12847 (acesso em 05-IV-2022).
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), distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do globo, com áreas de maior riqueza localizadas no sul dos Estados Unidos e na região subtropical da Argentina e países vizinhos (Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428., Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467., Soreng et al. 2017Soreng, R.J., Peterson, P.M., Konstantin, R., Davidse, G., Teisher, J.K., Clark, L.G., Barberá, P., Gillespie, L.J. & Zuloaga, F.O. 2017. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) II: An update and a comparison of two 2015 classifications. Journal of Systematics and Evolution 55: 259-290., 2022Soreng, R.J., Peterson, P.M., Zuloaga, F.O., Romaschenko, K., Clark, L.G., Teisher, J.K., Gillespie, L.J., Barberá, P., Welker, C.A.D., Kellogg, E.A., Li, D.Z. & Davidse, G. 2022. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) III: An update. Journal of Systematics and Evolution. Disponível em https://doi.org/10.1111/jse.12847 (acesso em 05-IV-2022).
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). Já Stapfochloa H. Scholz inclui seis espécies distribuídas no Novo Mundo e uma espécie, S. lamproparia (Stapf) H. Scholz nativa da África (Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467., Soreng et al. 2022Soreng, R.J., Peterson, P.M., Zuloaga, F.O., Romaschenko, K., Clark, L.G., Teisher, J.K., Gillespie, L.J., Barberá, P., Welker, C.A.D., Kellogg, E.A., Li, D.Z. & Davidse, G. 2022. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) III: An update. Journal of Systematics and Evolution. Disponível em https://doi.org/10.1111/jse.12847 (acesso em 05-IV-2022).
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). Diferencia-se morfologicamente de Chloris por possuir lemas férteis elípticos, ovais ou lanceolados e margens densamente ciliadas ao longo de todo o seu comprimento (vs. ovais a elípticos, lanceolados ou elíptico-lanceolados, ciliados na porção basal ou formando um tufo de tricomas no ápice) (Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467.).

Considerando a importância de estudos regionais com a finalidade de ampliar o conhecimento das espécies de Poaceae e atualizar a Flora do Brasil, o presente estudo apresenta o levantamento taxonômico das espécies de Chloris e Stapfochloa no Estado da Paraiba, fornece chave de identificação destas espécies, fotos, além de comentários sobre importância econômica, aspectos ecológicos e distribuição geográfica.

Materiais e Métodos

Área de estudo - O levantamento florístico foi realizado no Estado da Paraíba (figura 1), que possui uma área de 56.469 km e está localizado na região Nordeste do Brasil, entre as coordenadas 06˚02'12"-08˚19'18"S, 34˚45'54"-38˚45'45"W (Moreira 1985Moreira, E.R.F., Carvalho, F.A.F. & Carvalho, M.G.F. 1985. Atlas Geográfico do Estado da Paraíba . Universidade Federal da Paraíba, Grafset, João Pessoa.). O clima é quente e úmido no litoral, com temperaturas médias anuais entre 24 ºC e 27 ºC e precipitação de 900 a 1.800 mm anuais. Entretanto, a maior parte (80%) da Paraíba está sob o domínio Caatinga, onde as temperaturas médias mensais estão entre 25 ºC e 30 ºC, e precipitação anual de 300 a 1.000 mm (Lima & Heckendorff 1985Lima, P.J. & Heckendorff, W.D. 1985. Climatologia. In: Governo do Estado da Paraíba. (ed.). Atlas Geográfico do Estado da Paraíba . Ed. Grafset, João Pessoa, pp. 34-42.). A cobertura vegetal varia conforme as condições ambientais e geomorfológicas, sendo encontradas as restingas, os manguezais, as manchas de cerrado e os fragmentos da Mata Atlântica no litoral, e no interior, a Caatinga e os enclaves de mata serrana (Carvalho & Carvalho 1985Carvalho, F.A.F. & Carvalho, M.G.F. 1985. Vegetação. In: Governo do Estado da Paraíba (ed.). Atlas Geográfico do Estado da Paraíba. João Pessoa, Secretaria da Educação. Ed. Grafset, pp. 34-43.).

Figura 1.
Espécies de Chloris do Estado da Paraíba, Brasil. a. Chloris barbata Sw. b. C. gayana Kunth. c. C. orthonoton Döll. d-e. C. virgata Sw. f. Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson. Figure 1. Species of Chloris from Paraíba State, Brazil. a. Chloris barbata Sw. b. C. gayana Kunth. c. C. orthonoton Döll. d-e. C. virgata Sw. f. Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson

Análise morfológica - O estudo baseou-se na análise comparativa de amostras obtidas em campo, as quais foram herborizadas conforme a metodologia de Gadelha-Neto et al. (2013Gadelha-Neto P.C., Lima J.R., Barbosa M.R.V., Barbosa M.A., Menezes M., Pôrto K.C., Wartchow F. & Gibertoni T.B. 2013. Manual de Procedimentos para Herbários, Recife. Editora Universitária da UFPE.), e em espécimes depositados nos herbários HCES, EAN, JPB, UFRN, além de consultas a imagens de exsicatas disponíveis em acervos virtuais: CEN, EAC, INPA, NY e UB (Thiers 2021Thiers, B. [continuamente atualizado]. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih (acesso em 14-V-2021).
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, continuamente atualizado). Utilizou-se o banco de dados SpeciesLink (http://www.splink.org.br) para coleta de coordenadas das coleções depositadas nos Herbários HST, IPA e PEUFR para plotar os pontos de ocorrência no mapa. As exsicatas disponíveis nos herbários que não indicavam as coordenadas geográficas da coleta, a sede do município da coleta foi utilizada como aproximação geográfica para plotar os pontos de ocorrência, com o uso da ferramenta GeoLoc (disponível no sítio SpeciesLink 2020SpeciesLink. Sistema de Informação distribuído para Coleções Biológicas. 2020. Disponível em https://www.splink.cria.org.br (acesso em 12-V-2021).
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).

A identificação foi feita com base em chaves analíticas encontradas na literatura (Anderson 1974Anderson, D.E. 1974. Taxonomy of the genus Chloris (Gramineae). Brigham Young University Science Bulletin, Biological Series 19: 1-133., Pereira & Barreto 1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20., Longhi-Wagner 2001Longhi-Wagner, H.M. 2001. Tribo Cynodonteae (Chlorideae). In: Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V., Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. Hucitec, São Paulo, v. 1, pp. 49-61., Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428., Maciel et al. 2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.). Descrições das espécies foram feitas baseadas na análise morfológica das estruturas vegetativas e reprodutivas sob estereomicroscópio. A terminologia morfológica seguiu Longhi Wagner (2001Longhi-Wagner, H.M. 2001. Tribo Cynodonteae (Chlorideae). In: Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V., Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. Hucitec, São Paulo, v. 1, pp. 49-61.), Maciel et al. 2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9. e Molina & Rúgolo de Agrasar (2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.) e a nomenclatura está de acordo com Peterson et al. (2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467.). Os mapas foram elaborados no editor online SimpleMappr (Shorthouse 2010Shorthouse, D.P. 2010. SimpleMappr, an online tool to produce publication-quality point maps. Disponível em http://www.simplemappr.net (acesso em 10-IV-2021).
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).

Resultados e Discussão

Após a realização de coletas e análise de exemplares depositados nos herbários visitados, foram registradas no Estado da Paraíba uma espécie de Stapfochloa, S. elata (Desv.) P.M. PetersonPeterson, P.M., Soreng, R.J., Davidse, G., Filgueiras, T.S., Zuloaga, F.O. & Judziewicz, E.J. 2001. Catalogue of New World Grasses (Poaceae): II. Subfamily Chloridoideae. Contributions from the United States National Herbarium 41: 1-255. e cinco espécies de Chloris: C. barbata Sw., C. orthonoton Döll, C. virgata Sw., C. gayana Kunth e C. pycnotrhix Trin., as duas últimas novas ocorrências para o Estado. Chloris gayana, C. orthonoton e Stapfochloa elata são espécies perenes, enquanto C. barbata, C. pycnothrix e C. virgata são anuais (Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). Das espécies registradas, apenas C. gayana é exótica (Pereira & Barreto 1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20.).

De acordo com a circunscrição atual (Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467., 2022Peterson, P.M., Romaschenko, K., Snow, N. & Johnson, G. 2012. A molecular phylogeny and classification of Leptochloa (Poaceae: Chloridoideae: Chlorideae) sensu lato and related genera. Annals of Botany 109(7): 1317-1330.), Chloris e Stapfochloa estão representados no Brasil por cinco e quatros espécies, respectivamente. Este trabalho é o primeiro a tratar as espécies de Chloris sensu stricto, a qual está fundamentada em evidências filogenéticas, diferindo daqueles que já foram publicados sobre o grupo na América do Sul, incluindo o Brasil (Pereira & Barreto 1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20., Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428., Maciel et al. 2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.). Além disso, este artigo amplia a ocorrência de duas espécies de Chloris para o Estado da Paraiba e atualiza os nomes para as espécies de Stapfochloa registradas no Brasil.

Chave das espécies de Chloris e Stapfochloa no Estado da Paraíba

1. Espiguetas com apenas um antécio estéril; lâmina foliar com ápice obtuso

2. Plantas perenes, cespitoso-estoloníferas; ramos da inflorescência 7-8 cm compr.; lema do antécio inferior 3-4 mm; arista do antécio neutro 6-10 mm compr.; cariopse 1,8-2 mm compr. .......................................................................................................... 1.3. C. orthonoton

2. Plantas anuais, estoloníferas; ramos da inflorescência 2,5-6 cm compr.; lema do antécio inferior 2-3 mm; arista do antécio neutro 4-7 mm compr.; cariopse 1,0-1,2 mm compr. ....................................................................................................................... 1.4. C. pycnothrix

1. Espiguetas com 2-3 antécios estéreis; lâmina foliar com ápice agudo

3. Plantas estoloníferas; prefoliação conduplicada ................................................... 1.2. C. gayana

3. Plantas cespitosas; prefoliação convoluta

4. Lema fértil com o dorso giboso e sulco lateral evidente ................................. 1.5. C. virgata

4. Lema fértil com o dorso reto e sulco lateral não evidente

5. Inflorescência vinácea com os ramos eretos a suberetos; lâmina foliar linear; lema fértil oval, margem esparsamente pilosa ............................................................ 1.1. C. barbata

5. Inflorescência amarelada com os ramos flexuosos; lâmina foliar linear-lanceolada; lema fértil largamente elíptico, margem densamente pilosa ................... 2.1. Stapfochloa elata

1. Chloris Sw., Prodr. Veg. Ind. Occ., 25. 1788.

Ervas anuais ou perenes, cespitosas, estoloníferas ou cespitoso-estoloníferas; prefoliação convoluta ou conduplicada; bainha foliar glabra a esparsamente pilosa; lâminas foliares lineares a lanceoladas, ápice agudo, obtuso ou acuminado; lígula membranoso-ciliada. Inflorescência racemosa, com 1-20 ramos unilaterais espiciformes, verticilados no ápice do colmo florífero, livres, eretos, flexuosos ou divergentes. Espiguetas com o antécio inferior bissexuado acompanhado de 1-4 antécios apicais neutros, desenvolvidos ou rudimentares, ás vezes o segundo masculino, mais raramente bissexuado (Chloris gayana Kunth); ráquila articulada acima das glumas; glumas 2, subiguais, hialinas ou membranáceas, glabras ou escabras, 1-3-nervadas, lanceoladas, ápice agudo, a inferior geralmente mútica, mucronada ou aristada, a superior mútica ou aristada, persistentes na inflorescência após a queda dos antécios maduros; lemas 3-nervados, aristados, arista apical ou subapical; páleas lanceoladas a elíptico-lanceoladas, agudas. Cariopse elipsoide, oblonga ou obovoide.

1.1.Chloris barbata Sw., Fl. Ind. Occid. 1: 200. 1797.

Iconografia: fig. 19. a-m, in Molina & Rúgolo de Agrasar. Candollea 59: 347-427. 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428..

Figura 2 a

Figura 2.
Mapa de distribuição das espécies de Chloris Sw. do Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil. a. Chloris barbata Sw. (círculos), C. gayana Kunth (triângulos) e C. orthonoton Döll. (estrelas). b. C. pycnothryx Trin. (círculos) e C. virgata Sw. (triângulos), Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson (estrelas).Figure 2. Distribution map of Chloris Sw. in Paraíba State, Northeastern Brazil. a. Chloris barbata Sw. (circles), C. gayana Kunth (triangles) and C. orthonoton Döll. (stars). b. C. pycnothryx Trin. (circles), C. virgata Sw. (triangles) and Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson (stars).

Ervas 20-60 cm alt., anuais, cespitosas; prefoliação convoluta; bainha foliar glabra, margens glabras; lígula 0,3-0,5 mm compr., membranoso-ciliada. Lâmina foliar 7-15 × 0,2-0,6 cm, linear, glabra em ambas as faces, ápice agudo. Inflorescência vinácea, 7-12 ramos digitados, 6-8 cm compr., eretos a suberetos; espiguetas com 2 antécios neutros apicais; glumas lanceoladas a estreitamente ovadas, hialinas, múticas, glabras, ápice agudo, a inferior 1,2-2 mm compr., a superior 2-3 mm compr.; lema fértil 1,8-2 mm compr., oval a elíptico, glabro a esparsamente piloso, sulco lateral inconspícuo, margem ciliada, tricomas 0,5-1,2 m compr., mais concentrados na porção distal, arista 3,2-5 mm compr., calo piloso; pálea 1,5-1,8 × 0,5 mm, lanceolada, glabra, ápice agudo; primeiro antécio estéril reduzido ao lema, 1-1,5 mm compr., obcônico, ápice truncado, glabro, às vezes com tricomas curtos e esparsos no dorso e ápice, arista 4,5-6 mm compr., apical; segundo antécio estéril reduzido ao lema 1-1,5 mm compr., obovoide, inflado, truncado, glabro, arista 3-4,2 mm compr., apical. Cariopse 1-1,2 × 0,5 mm, elipsoide.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Alagoinha, 06°56'59"S, 35°32'42"W, 05-II-1969, E.C. Tenório 564 (PEUFR); Algodão de Jandaíra, Serra do Algodão, 12-VI-2017, V.F. Sousa s.n. (HCES1060); Areia, 06°57'48"S, 35°41'30"W, 05-II-1969, E.C. Tenório 629 (IPA); Boqueirão, 07°28'54"S, 36°08'06"W, 29-X-2014, H.O. Machado-Filho 796 (PEUFR); Cajazeiras, 06°53'31"S, 38°34'52"W, 04-VIII-2015, J.E. Santos 19 (HUEFS, imagem digital); Camalaú, 07°53'20"S, 36°49'24"W, 15-X-2013, H.O. Machado Filho 175 (IPA); Campina Grande, 07°13'50"S, 35°52'52"W, 14-IX-1954, J.I.A. Falcão 1089 (INPA, imagem digital); Cuité, 06°28'27"S, 36°08'49"W, 23-X-1989, Lima 5838 (EAN); ibidem, 06°28'27"S, 36°08'49"W, 30-I-2010, V.F. Sousa s.n. (HCES58); Itabaiana, 07°19'43"S, 35°19'57"W, VII-1928, B. Pickel 1715 (IPA); João Pessoa, 07°08'22"S, 34°52'36"W, 18-VII-2014, Machado-Filho & M.V. Santos 593 (JPB); Mataraca, 06°29'37"S, 34°58'43"W, 31-VII-2007, C.S. Silva 40 (JPB); Monteiro, 07°52'30"S, 37°13'44"W, 09-VII-2009, J.A. Siqueira Filho 2240 (PEUFR); Olivedos, Sítio Riacho do Meio, 06°55'07"S, 36°16'42"W, 20-VI-2014, V.F. Sousa s.n. (HCES772); Patos, 07°01'28"S, 37°16'48"W, 20-I-2012, C. Torres 143 (EAC, imagem digital); São Bento, 06°28'39"S, 37°27'28"W, 22-XII-2014, R.H. Silva & F.G. Silva 63 (PEUFR); São João do Cariri, 07°23'27"S, 36°31'58"W, X-2014, A.C. Cavalcante 238 (CEN, imagem digital); ibidem, 07°23'27"S, 36°31'58"W, 28-II-1962, J. Mattos & N. Mattos 9732 (SP, imagem digital); São José de Piranhas, 07°07'14"S, 38°30'07"W, 17-VII-2009, J.R. Andrade et al. 126 (PEUFR); Solânea, 06°45'18"S, 35°32'24"W, 26-IV-2001, T.M.G. Veloso 165 (JPB, IPA); ibidem, 07°03'26"S, 35°21'46"W, 21-IV-2009, A Trajano 78 (IPA).

Espécie nativa, amplamente distribuída nas regiões tropicais e subtropicais do Novo e do Velho Mundo (Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). No Brasil foi registrada nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, associada aos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (Maciel 2020Maciel, J.R. 2020.Chloris Sw.In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13082 (acesso em 29-I-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
).

Chloris barbata é facilmente reconhecida pela inflorescência vinácea, ramos eretos a suberetos, espiguetas com os três antécios aristados e inflados, obovados a obcônicos. No Estado da Paraíba cresce sobre solos arenosos, argilosos e areno-pedregosos, em campos agricultáveis, terrenos baldios, jardins, beira de estradas e fendas de calçadas. Conhecido como belota-roxo (Lima 5838).

1.2.Chloris gayana Kunth, Révis. Gramin. 1: 293, pl. 58. 1830.

Iconografia: fig. 16. a-h, inMolina & Rúgolo de Agrasar. Candollea 59: 347-427. 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428..

Figura 2 b

Ervas 40-70 cm alt., perenes, cespitoso-estoloníferas; prefoliação conduplicada; bainha foliar glabra, margens glabras; lígula 0,5 mm compr., membranoso-ciliada. Lâmina foliar 5-22,5 × 0,2-0,4 cm, linear, ápice agudo, glabra em ambas as faces. Inflorescência amarelada, frequentemente tingida de púrpura, 8-11 ramos verticilados, 7-10 cm compr., arranjados geralmente em 1 ou 2 verticilos terminais, patentes a reflexos; espiguetas com 2-3 antécios neutros apicais, às vezes o segundo com flor estaminada ou bissexuada; glumas lanceoladas, agudas, múticas, glabras, a inferior ca. 3 mm compr., a superior ca. 4 mm compr.; antécio inferior com lema 3-4 mm compr., elíptico, dorso reto, esparsamente escabroso, linhas de tricomas curtos acompanhando a nervura central, ápice agudo, sulco lateral evidente, tricomas marginais 0,5-1 mm compr., aristado, arista subapical de 10-20 mm compr.; pálea 2,8-3 × 0,8 mm, elíptica, glabra, ápice agudo; segundo antécio com lema neutro 2,2-2,5 mm compr., obovoide, ápice agudo, aristado, arista 7-8 mm compr., subapical; terceiro antécio reduzido ao lema, ca. 0,5-0,7 mm compr., obtriangular, truncado, mútico. Cariopse 2,5-2,8 × 0,5-0,8 mm, elipsoide.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, 06°57'48"S, 35°41'29"W, 01-I-1900, A.L. Silva s.n. (JPB4603); Bananeiras, 06°45'S, 35°37'59"W, IX-1927, B. Pickel 1370 (IPA); Cuité, Sítio Olho d’Água da Bica, 06°28'27"S, 36°08'49"W, 15-III-2010, V.F. Sousa s.n. (HCES146), ibidem, Estrada para o Sítio Maribondo, 11-VI-2017, V.F. Sousa, s.n. (HCES1017); Olivedos, Sítio Riacho do Meio, 06°55'07"S, 36°16'42"W, 20-VI-2014, V.F. Sousa s.n. (HCES773); Sousa, 06°45'33"S, 38°13'41"W, 20-VI-1937, Luetzelburg 28622 (IPA).

Espécie nativa da África e introduzida no continente americano (Pereira & Barreto 1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20., Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428., Cerros-Tlatilpa et al. 2015Cerros-Tlatilpa, R., Delgado, M.E.S. & Skendzic, E.M. 2015. El género Chloris Sw. (Poaceae: Chloridoideae) en México. Acta Botanica Mexicana 112: 95-147.). No Brasil foi registrada nos Estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe, associada aos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa (Maciel 2020Maciel, J.R. 2020.Chloris Sw.In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13082 (acesso em 29-I-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Este é o primeiro registro para o Estado da Paraíba.

Chloris gayana é facilmente reconhecida pelas espiguetas com 2-3 antécios neutros, às vezes, o segundo com flor estaminada ou bissexuada e lema inferior possuindo sulco lateral evidente. No Estado da Paraíba cresce em solos arenosos, argilosos e pedregosos, ao longo das estradas e ambientes abertos.

1.3. Chloris orthonoton Döll, Fl. Bras. 2(3): 64. 1878.

Iconografia: fig. 20. a-i, inMolina & Rúgolo de Agrasar. Candollea 59: 347-427. 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428..

Figura 2 c

Erva 20-60 cm alt., perene, cespitoso-estolonífera, enraizando nos nós inferiores; prefoliação conduplicada; bainha foliar glabra, margens glabras; lígula 0,2-0,4 mm compr., ciliada. Lâmina foliar 5,5-11,5 × 0,2-0,4 cm, linear, glabra, ápice obtuso. Inflorescência amarelada a arroxeada, 5-10 ramos digitados, 7-8 cm compr., patentes; espiguetas com 2 antécios; glumas lanceoladas, acuminadas, glabras, a inferior ca. 4 mm compr., mútica, a superior ca. 6 mm compr.; antécio inferior com lema 2-2,5 mm, lanceolado a elíptico, glabro ou curtamente piloso, dorso reto, sulco lateral evidente, margem ciliada, tricomas 1,8-2 mm compr. presentes apenas na porção distal, arista 10-12 mm compr. subapical; pálea 1,5-2 mm, lanceolada, glabra; antécio superior neutro com lema 3,8-4 mm compr., cuneiforme, aristado, arista 12-18 mm compr., subapical; pálea 2,8-3 × 0,8 mm compr., lanceolada, aguda. Cariopse 1,8-2 × 0,5 mm, oblonga.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, 06°57'48"S, 35°41'30"W, 11-XI-1976, J. Leite 004 (CEN, imagem digital); ibidem, 06°57'48"S, 35°41'30"W, 24-V-1947, J.M. Vasconcelos 5887 (UB, imagem digital); Campina Grande, 07°13'50"S, 35°52'52"W, 14-VI-1956, B. Pickel 3796 (IPA); Cuité, Sítio Olho d’Água da Bica, 06°28'27"S, 36°08'49"W, 10-VII-2009, V.F. Sousa & C.A.G. Santos s.n. (HCES105); Junco do Seridó, 06°59'48"S, 36°42'47"W, 10-VII-1994, L.P. Félix & A.M. Miranda 6626 (HST); Olivedos, Sítio Riacho do Meio, 06°55'07"S, 36°16'42"W, 03-VII.2019, V.F. Sousa 897 (HCES); Pedras de Fogo, 07°24'07"S, 35°06'59"W, 18-VIII-1969, E.C. Tenório 717 (IPA); Pocinhos, 07°03'26"S, 36°21'46"W, 20-VI-1959, J.C.. Moraes s.n. (EAN); Soledade, 07°03'26"S, 36°21'46"W, 26-III-1986, R. Pereira 49455 (IPA); Sousa, Distrito de São Gonçalo, 06°45'33"S, 38°13'41"W, 20-VI-1935, D.B. Pickel s.n. (EAC0040072, imagem digital); Sumé, 07°40'18"S, 36°52'48"W, VI-1935, M. Coelho 27 (IPA).

Espécie nativa da América do Sul, ocorrendo no Brasil e na Argentina (Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). No Brasil foi registrada nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe, associada aos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal (Maciel 2020Maciel, J.R. 2020.Chloris Sw.In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13082 (acesso em 29-I-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
).

Chloris orthonoton é facilmente reconhecida pelo hábito cespitoso-estolonífero, prefoliação conduplicada, espiguetas com dois antécios aristados, com o segundo antécio neutro e cariopse oblonga. No Estado da Paraíba cresce sobre solos arenosos e areno-pedregosos de ambientes alterados.

1.4.Chloris pycnothrix Trin., Gram. Unifl. Sesquifl. 234. 1824.

Iconografia: fig. 23. a-i, inMolina & Rúgolo de Agrasar. Candollea 59: 347-427. 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428..

Erva 30-40 cm alt., anual, estolonífera, prefoliação conduplicada. Bainha foliar glabra a esparsamente pilosa, margem pilosa; lígula 0,5 mm compr., membranoso-ciliada; lâmina foliar 2,0-4,5 × 0,2-0,4 cm, linear, glabra em ambas as faces, ápice obtuso. Inflorescência amarelada a arroxeada, 3-9 ramos digitados, 3,0-6,0 cm compr., suberetos a flexuosos; espiguetas com um antécio neutro apical, aristado; glumas lanceoladas, agudas a acuminadas, glabras, a inferior ca. 1,8 mm compr., a superior ca. 2,5 mm compr.; primeiro antécio fértil, lema inferior 2,5-3,0 mm compr., elíptico, dorso reto, glabro, sulco lateral não evidente, margem com tricomas 0,2-0,5 mm compr. presentes na parte distal, aristado, arista 12-15 mm compr., subapical; pálea 2,4 × 0,4 mm, elíptica, glabra, ápice agudo; segundo antécio neutro, lema 1,2 mm compr., oblongo, subagudo, dorso glabro, margem com tricomas ca. 0,2 mm compr. presentes na parte distal, arista 4,5-10 mm compr., subapical, piloso na base, tricomas 0,2-0,4 mm compr. Cariopse ca. 1,3 × 0,4 mm, elipsoide.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Santa Luzia, 06°57'34"S, 36°43'17"W, 07-X-2002, M.F. Agra et al. 6926 (JPB); Sousa, Vale dos Dinossauros, 06°45'34"S, 38°13'41"W, 11-VII-2007, P.C. Gadelha Neto 780 (JPB).

Espécie nativa, amplamente distribuída nas regiões tropicais e subtropicais do Novo e do Velho Mundo (Longhi-Wagner 2001Longhi-Wagner, H.M. 2001. Tribo Cynodonteae (Chlorideae). In: Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V., Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. Hucitec, São Paulo, v. 1, pp. 49-61., Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). No Brasil foi registrada nos Estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grand do Sul, Santa Catarina e São Paulo, associada aos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa (Maciel 2020Maciel, J.R. 2020.Chloris Sw.In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13082 (acesso em 29-I-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Este é o primeiro registro para o Estado da Paraíba.

Chloris pycnothrix é facilmente reconhecida por ser anual, estolonífera, com prefoliação conduplicada, ramos da inflorescência digitados e espiguetas com os dois antécios aristados, a arista do antécio inferior alcançando até 15 mm comprimento. No Estado da Paraíba cresce em solos areno-pedregosos, nas margens de estradas.

1.5.Chloris virgata Sw., Fl. Ind. Occid. 1: 203. 1797.

Iconografia: fig. 27. a-i, inMolina & Rúgolo de Agrasar. Candollea 59: 347-427. 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428..

Figura 2d-e

Erva 0,70-1 m alt., anual, cespitosa ou cespitoso-estolonífera; prefoliação convoluta. Bainha foliar glabra; lígula 0,3-0,5 mm compr., membranoso-ciliada; lâmina foliar 5-21 × 0,4-0,7 cm, linear-lanceolada, glabra em ambas as faces, ápice agudo. Inflorescência amarelada, enegrecida na maturação, 11-17 ramos digitados, 4-7 cm compr., eretos; espiguetas com 2-3 antécios, primeiro e segundo aristados, o terceiro mútico; glumas lanceoladas a estreitamente ovadas, glabras, a inferior 1,8-2 mm compr., mútica, a superior, 4,5-5 mm compr.; primeiro antécio fértil, lema 2-3,3 mm compr., elíptico, giboso, glabro ou piloso, margens com tufos de tricomas concentrados na porção apical do lema, tricomas 2-3 mm compr., sulco lateral evidente, arista 5,5-9 mm compr., subapical, calo piloso; pálea ca. 2 mm compr., elíptica, glabra, ápice agudo; segundo antécio neutro, lema 1,8-3 mm compr., obovoide, glabro, ápice agudo, aristado, arista 4-8,5 mm compr., subapical; terceiro antécio neutro, lema 0,8-1 mm compr., obovoide, glabro, truncado, mútico. Cariopse 1,5-2 × 0,8 mm, obovoide.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Algodão de Jandaíra, Serra do Algodão, 12-VI-2017, V.F. Sousa & C.A.G. Santos s.n. (HCES1065); Cajazeiras, 06°26'25"S, 38°33'19"W, 19-VI-1935, B. Pickel 3817 (IPA); Cuité, Sítio Olho d’Água da Bica, 06°28'27"S, 36°08'49"W, 11-V-2010, V.F. Sousa s.n. (HCES128); ibidem, Serra do Bom Bocadinho, 31-VII-2008, C.A.G. Santos 188 (HCES); Mataraca, 06°29'37"S, 34°58'43"W, 26-IX-2007, P.C. Gadelha Neto et al. 1785 (JPB); Olivedos, Sítio Riacho do Meio, 06°55'07"S, 36°16'42"W, 05-IV-2017, V.F. Sousa s.n. (HCES949); Santa Teresinha, 07°02'20"S, 37°26'43"W, VII-2009, B. Laine et al. 48 (IPA); Sousa, 06°45'33"S, 38°13'41"W, 03-IV-1936, Luetzelburg 27056 (IPA); ibidem, Distrito de São Gonçalo, 29-IV-1941, M.A. Oliveira 32 (EAC, imagem digital).

Espécie nativa, amplamente distribuída nas regiões tropicais e subtropicais do Novo e do Velho Mundo (Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). No Brasil foi registrada nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, frequentemente associada ao domínio fitogeográfico da Caatinga (Maciel 2020Maciel, J.R. 2020.Chloris Sw.In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13082 (acesso em 29-I-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
).

Chloris virgata é facilmente reconhecida pela inflorescência amarelada, tornando-se enegrecida na maturação, com os ramos eretos e concentrados no ápice do colmo florífero, o primeiro antécio com lema giboso e com dois tufos de tricomas na porção distal. No Estado da Paraíba, a espécie cresce sobre solos arenosos e areno-pedregosos de ambientes perturbados.

2.Stapfochloa H. Scholz, Willdenowia 34: 131. 2004Scholz, H. & Müller, J. 2004. Stapfochloa (Poaceae: Cynodonteae, Chloridinae), a new genus from Africa. Willdenowia 34: 129-133..

Plantas perenes, ocasionalmente anuais, cespitosas, rizomatosas ou estoloníferas. Bainhas foliares glabras; lígula membranoso-ciliada; lâminas foliares planas ou dobradas, glabras a pilosas. Inflorescências com 1-12(-28) ramos terminais, digitados ou subdigitados; ramos 3-20 cm de comprimento. Espiguetas com 1 antécio basal fértil, com 2 ou 3 antécios reduzidos e estéreis; lemas férteis elípticos, ovais ou lanceolados, com uma única arista apical ou subapical, quilha e margens ciliadas geralmente ao longo de todo o seu comprimento, cílios 0,5-3 mm de comprimento. Cariopse ovoide a elipsoide, trígona (Scholz & Müller 2004Scholz, H. & Müller, J. 2004. Stapfochloa (Poaceae: Cynodonteae, Chloridinae), a new genus from Africa. Willdenowia 34: 129-133., Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467.).

Stapfochloa é constituído por seis espécies distribuídas no Novo Mundo e uma espécie, S. lamproparia (Stapf.) H. Scholz, nativa da África (Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467., Soreng et al. 2022Soreng, R.J., Peterson, P.M., Zuloaga, F.O., Romaschenko, K., Clark, L.G., Teisher, J.K., Gillespie, L.J., Barberá, P., Welker, C.A.D., Kellogg, E.A., Li, D.Z. & Davidse, G. 2022. A worldwide phylogenetic classification of the Poaceae (Gramineae) III: An update. Journal of Systematics and Evolution. Disponível em https://doi.org/10.1111/jse.12847 (acesso em 05-IV-2022).
https://doi.org/10.1111/jse.12847 ...
). Os seus representantes ocorrem em campos abertos e savanas úmidas. No Brasil foi registrado três espécies: Stapfochloa canterae (Arechav.) P.M. Peterson [≡ Chloris canterae Arechav.], Stapfochloa ciliata (Sw.) P.M. Peterson [≡ Chloris ciliata Sw.] e Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson [≡ Chloris elata Desv.], associadas a todos os domínios fitogeográficos.

2.1. Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson, Taxon 64(3): 460. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467..

Iconografia: fig. 12. a-h, inMolina & Rúgolo de Agrasar. Candollea 59: 347-427. 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428..

Figura 2 f

Ervas 0,70-1 m alt., perenes, cespitosas; prefoliação convoluta; bainha foliar glabra; lígula 0,3-0,5 mm compr., membranoso-ciliada. Lâmina foliar 6-35 × 0,3-1 cm, linear-lanceolada, glabra em ambas as faces, ápice acuminado. Inflorescência amarelada, 9-16 ramos digitados, inseridos no ápice do colmo florífero, 6-15 cm compr., flexuosos; espiguetas com 2-3 antécios apicais neutros; glumas lanceoladas, glabras, múticas, ápice agudo, a inferior 1-2,6 mm compr., a superior 2‒3 mm compr.; antécio inferior com lema ca. 2 mm compr., largamente elíptico, sulco lateral não evidente, dorso reto, piloso, tricomas marginais 0,5-2 mm compr., mais concentrados no ápice, arista ca. 3 mm compr.; pálea 1,7-2 × 0,8-1 mm, glabra, margem ciliada, ápice agudo; calo piloso; segundo antécio neutro com lema ca. 1,5 mm compr., elíptico, glabro, ápice obtuso, arista ca. 3 mm compr.; terceiro neutro, 0,5-1 mm compr., truncado, glabro, mútico; quarto antécio reduzido 0,2-0,5 mm compr., glabro, truncado, mútico. Cariopse 1-1,2 × 0,5 mm, elíptica.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Escola de Agronomia do Nordeste, 06°58'15"S, 35°42'59"W, 29-IV-1954, J.C. Moraes 1116 (NY, imagem digital); Bananeiras, Reserva Ecológica Goiamunduba, 06°45'00''S, 35°37'59''W, 05-IV-2009, V.F. Sousa & C.A.G. Santos s.n. (HCES187); Cuité, Sítio Bujari, 10-III-2016, V.F. Sousa s.n. (HCES296); Nova Floresta, 06°27'20''S, 36°12'12''W, 22-II-2015, V.F. Sousa s.n. (UFRN21179); Pilões, Cachoeira do Ouricuri, 06°53'32"S, 35°35'07"W, 21-I-2014, P.C. Gadelha Neto & J.D.L. Mendonça 3729 (JPB); Solânea, 06°45'19"S, 35°32'24"W, 05-IV-2009, V.F. Sousa & C.A.G. Santos s.n. (HCES186).

Espécie nativa, distribuída desde os Estados Unidos até a Argentina (Anderson 1974Anderson, D.E. 1974. Taxonomy of the genus Chloris (Gramineae). Brigham Young University Science Bulletin, Biological Series 19: 1-133., Longhi-Wagner 2001Longhi-Wagner, H.M. 2001. Tribo Cynodonteae (Chlorideae). In: Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V., Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. Hucitec, São Paulo, v. 1, pp. 49-61., Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). No Brasil foi registrada nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe, associada aos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal (Maciel 2020Maciel, J.R. 2020.Chloris Sw.In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13082 (acesso em 29-I-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
).

Stapfochloa elata é facilmente reconhecida pela inflorescência amarelada com ramos flexuosos e espiguetas com todos os antécios aristados. No Estado da Paraiba é encontrada na Mata Atlântica e na Caatinga, crescendo em solos argilosos e areno-pedregosos. Conhecida popularmente como capim belota (Moraes 1116).

Os espécimes J.C. Moraes 853 (INPA) e A.L. Silva s.n. (JPB 4604), identificados como Chloris radiata (L.) Sw. correspondem a Stapfochloa elata (Desv.) P.M. Peterson. Na revisão do gênero Chloris para a América do Sul, Molina & Rúgolo de Agrasar (2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.) citaram a ocorrência de C. radiata para o Brasil sem, entretanto, listar nenhum material testemunho que comprove sua ocorrência no Brasil.

Distribuição geográfica, ecologia e importância econômica de Chloris e Stapfochloa no Estado da Paraíba

No Estado da Paraiba, Stapfochloa elata e as espécies de Chloris são encontradas em ambientes pertencentes aos domínios fitogeográficos da Caatinga e da Mata Atlântica, além das áreas de transição entre os dois domínios. Chloris pycnothrix foi a única espécie coletada exclusivamente em vegetação de Caatinga. Todas as espécies crescem em ambientes abertos, sobre solos arenosos, argilosos e areno-pedregosos. Duas das seis espécies, Chloris barbata e C. orthonoton são frequentemente encontradas em margens de estradas, jardins, fissuras abertas nas calçadas, terrenos baldios e plantações, adquirindo comportamento ruderal, o que foi também relatado por Maciel et al. (2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.) para estas espécies no Estado de Pernambuco.

No geral, as espécies de Chloris exibem uma ampla distribuição no Estado da Paraíba (figura 1). Entretanto, a maior riqueza de espécies foi encontrada na faixa de transição entre os domínios da Caatinga e Mata Atlântica. Nossos resultados diferem daquele mostrado por Maciel et al. (2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.) para as espécies de Chloris do Estado de Pernambuco, onde foi observado uma riqueza homogênea na distribuição das espécies ao longo do Estado, no sentido Leste-Oeste. Por outro lado, observamos para as espécies de Chloris do Estado da Paraíba um padrão de distribuição semelhante àquele apresentado por Maciel & Silva (2011Maciel, J.R. & Costa e Silva, M.B. 2011. Distribuição e taxonomia de Andropogon L. (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Pesquisas, Botânica 62: 117-128.) para as espécies de Andropogon L. no Estado de Pernambuco; nesse Estado, Andropogon apresentou maior riqueza na região de ecótono entre a Mata Atlântica e Catinga. Maciel & Silva (2011Maciel, J.R. & Costa e Silva, M.B. 2011. Distribuição e taxonomia de Andropogon L. (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Pesquisas, Botânica 62: 117-128.) sugerem que a riqueza de Andropogon em área de ecótono pode ser devido a diversidade de ambientes nestas áreas, além desse grupo estar adaptado a ambientes de moderada a baixa sazonalidade climática. Esta mesma diversidade de habitats registrada pelos autores na região de ecótono no Estado de Pernambuco é também encontrada em área de transição no Estado da Paraíba. Além disso, Stapfochloa elata e as espécies de Chloris apresentam mecanismo fotossintético C4 e são adaptadas a ambientes semiáridos (Andersom 1974, Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428., Peterson et al. 2015Peterson, P. M., Romaschenko, K. & Arrieta, Y. H. 2015. A molecular phylogeny and classification of the Eleusininae with a new genus, Micrachne (Poaceae: Chloridoideae: Cynodonteae). Taxon 64(3): 445-467.).

As espécies de Chloris registradas no Estado da Paraiba correspondem a 8% do total conhecido para o gênero (59 spp.) (Molina & Rúgolo de Agrasar 2004Molina, A.M. & Rúgolo-de-Agrasar, Z.E. 2004. Revisión taxonómica del género Chloris (Poaceae: Chloridoideae) em Sudamérica. Candollea 59: 347-428.). Apesar de sua baixa riqueza em relação ao gênero como um todo, observou-se que as espécies geralmente ocorrem em populações com grande número de indivíduos. Em comparação com levantamentos realizados em outros estados do Brasil, verificou-se que o gênero Chloris encontra-se bem representado no Estado da Paraiba: Renvoize (1984Renvoize, S.A. 1984. The grasses of Bahia. Kew: Royal Botanic Gardens.) registrou quatro espécies para o Estado da Bahia; Pereira & Barreto (1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20.) registraram a presença de quatro espécies para o Estado do Rio Grande do Sul, Longhi-Wagner (2001Longhi-Wagner, H.M. 2001. Tribo Cynodonteae (Chlorideae). In: Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V., Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. Hucitec, São Paulo, v. 1, pp. 49-61.) registrou três espécies para o Estado de São Paulo, e Maciel et al. (2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.) registraram cinco espécies para o Estado de Pernambuco.

Os representantes de Chloris e Stapfochloa são resistentes ao período de secas, crescem em diferentes habitats, toleram solos salinos como os das florestas secas brasileiras, aumentam a fertilidade do solo, protegem o solo dos processos erosivos e exigem baixos investimentos para seu manejo sustentável (Cerros-Tlatilpa et al. 2015Cerros-Tlatilpa, R., Delgado, M.E.S. & Skendzic, E.M. 2015. El género Chloris Sw. (Poaceae: Chloridoideae) en México. Acta Botanica Mexicana 112: 95-147.). Na literatura, há informações de que C. barbata, é uma espécie tolerante às condições de ambientes salinos e a metais pesados como mercúrio, cádmio e zinco (Patra et al. 1994Patra, J., Lenka, M. & Panda, B.B. 1994. Tolerance and co-tolerance of the grass Chloris barbata Sw. to mercury, cadmium and zinc. New Phytologist 128: 165-171.). Essas características tornam as espécies de Chloris e Stapfochloa adequadas para inclusão em um sistema de pastoreio equilibrado e sustentável, particularmente em áreas com baixa pluviosidade e solos rasos e salinos, como é o caso da região semiárida do Estado da Paraíba.

Em relação à importância econômica, as espécies nativas de Poaceae são importantes fontes de forragem para animais herbívoros porque são bem adaptadas e resistentes à seca, fornecem produção de forragem confiável, possuem sistema radicular extenso, aumentam a fertilidade do solo e exigem baixos custos (Ramírez et al. 2009). Nesse sentido, algumas espécies nativas de Chloris têm seu potencial forrageiro conhecido e são utilizadas na dieta dos animais devido ao seu alto valor nutricional, como é o caso de C. barbata Sw. (Pereira & Barreto 1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20.) e C. pychnothrix Trin. (Maciel et al. 2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.), ambas registradas no Estado da Paraiba. Embora o potencial de C. orthonoton e C. virgata não seja conhecido (Maciel et al. 2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.), no presente estudo observou-se que, no período de estiagem, em épocas mais secas, estas espécies são procuradas pelos animais, principalmente devido à escassez de outros elementos forrageiros mais palatáveis. Em relação a Stapfochloa elata, o seu potencial forrageiro não é conhecido (Maciel et al. 2013Maciel, J. R., Silva, W.C. & Silva, M.B.C. 2013. O gênero Chloris (Poaceae) em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 64: 1-9.). Entretanto, Pereira & Barreto (1985Pereira, S.C. & Barreto, I.L. 1985. O gênero Chloris Swartz (Gramineae) no Rio Grande do Sul. Rodriguésia 37: 9-20.) sugere o aproveitamento desta espécie para a produção de forragem.

Com base no presente estudo, verifica-se que, tanto na extremidade leste quanto oeste do Estado da Paraíba (figura 2) existem poucas coletas de espécimes de Chloris e Stapfochloa. Provavelmente, o baixo número de exemplares provenientes dessas regiões seja uma consequência de escassas expedições de campo. Além disso, outro fator que agrava esta situação é a ausência de especialistas em Poaceae, os quais podem contribuir com a identificação correta de espécimes já disponíveis nas coleções dos herbários. A falta de investimentos em pesquisa focados em inventários de biodiversidade e o número limitado de programas de pós-graduação a fim de preparar botânicos providos de conhecimento da flora local (Versieux et al. 2013Versieux, L.M., Tomaz, E.C. & Jardim, J.G. 2013. New genus and species records of Bromeliaceae in the Caatinga of Rio Grande do Norte state, northeastern Brazil: Orthophutum disjunctum L.B. Sm. (Bromelioideae) and Tillandsia paraibensis R.A. Pontes (Tillandsioideae). Check List 9: 663-665.) são as principais causas que podem explicar as lacunas do conhecimento em alguns grupos de plantas do Estado da Paraíba, como é o caso das Poaceae.

Conclusões

Com base no presente estudo, verifica-se a importância da contribuição dos estudos taxonômicos para o conhecimento da biodiversidade local, uma vez que estes possibilitam atualizar e ampliar os acervos e bancos de dados dos herbários. Reforça-se também a necessidade de levantamentos florísticos em ambientes de transição e áreas com pouco ou sem nenhum esforço amostral no Estado da Paraíba. Os dois novos registros apresentados aqui, Chloris gayana Kunth e C. pycnotrhyx Trin. ajudam a aumentar o conhecimento sobre a distribuição geográfica dessas espécies e atualizar os dados da Flora da Paraíba.

Agradecimentos

Os autores agradecem à Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Cuité, por disponibilizar as dependências do Laboratório de Botânica para a realização do presente estudo; aos Curadores e funcionários dos Herbários visitados o acesso as suas coleções, ao Doutor Sérgio Maia e à Mestre Ana Bennemann, pelos valiosos comentários em uma versão preliminar do manuscrito. Aos revisores e editor, as valiosas sugestões.

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Editado por

Autor Associado:

Alain Chautems

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

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