Accessibility / Report Error

Briófitas da Caatinga: conhecendo a biodiversidade de Briófitas da Serra Barra do Vento, Serrinha, Estado da Bahia, Brasil

Biodiversity survey of Bryophytes of Caatinga in Serra Barra do Vento, Serrinha, Bahia State, Brazil

RESUMO

O município de Serrinha está inserido no Polígono das Secas e apresenta formações de Floresta que merecem ter sua flora investigada, principalmente em se tratando de briófitas, uma vez que o conhecimento sobre a composição das Briófitas no Domínio Caatinga ainda é subestimado. A Serra Barra do Vento é uma formação de Floresta submontana, e neste ambiente foram encontradas 71 espécies de briófitas. Frullania intumescens (Lehm. & Lindenb.) Lehm. & Lindenb, Chionoloma orthodontum (Müll.Hal.) M. Alonso et al. e Chionoloma schlimii (Müll.Hal.) M. Alonso et al. estão sendo citadas pela primeira vez para a região Nordeste. Enquanto Fissidens brevipes Besch. e Campylopus griseus (Horsch.) A. Jaeger. estão sendo citadas pela primeira vez para o Estado da Bahia.

Palavras-chave:
Bryophyta; Caatinga; Marchantiophyta; novas ocorrências

ABSTRACT

The municipality of Serrinha is part of the Polígono das Secas and has some forest formations that deserve to have their flora investigated, considering that the knowledge about the composition of Bryophytes in the Caatinga Domain is underestimated. Serra da Barra do Vento is a Submontane Seasonal Forest formation and in this environment 71 species of bryophytes were found. Frullania intumescens (Lehm. & Lindenb.) Lehm. & Lindenb, Chionoloma orthodontum (Müll.Hal.) M. Alonso et al., and Chionoloma schlimii (Müll.Hal.) M. Alonso et al. are being cited for the first time for the Northeast region. And the species Fissidens brevipes Besch., and Campylopus griseus (Horsch.) A. Jaeger. are being cited for the first time for Bahia State.

Keywords:
Bryophyta; Caatinga; Marchantiophyta; new occurrences

Introdução

A Caatinga está entre os Domínios fitogeográficos brasileiros mais subestimados em relação ao conhecimento da riqueza e biodiversidade vegetal. De acordo com Giulietti et al. (2002), esse fato é decorrente de uma crença de que a Caatinga apresenta baixa diversidade muito baixa de plantas, sem espécies endêmicas e altamente modificadas pelas ações antrópicas. Porém, os mesmos autores reforçam a ideia de que o Domínio da Caatinga apresenta uma grande variedade de tipos vegetacionais, com elevado número de espécies e remanescentes de vegetação ainda bem preservada, que incluem um número expressivo de táxons raros e endêmicos. Estudos recentes apontam que a Caatinga abriga uma flora fanerogâmica altamente endêmica com 31 gêneros endêmicos (Cardozo et al. 2017).

O conhecimento sobre a diversidade de briófitas da Caatinga ainda é escasso, principalmente quando comparado com outros grupos vegetais. Os números concentrados na flora do Brasil são o resultado dos trabalhos publicados por diversos autores, sendo um dos primeiros trabalhos conhecidos para a Caatinga o de Yano & Andrade-Lima (1987)Yano, O. & Andrade-Lima, D. 1987. Briófitas do Nordeste Brasileiro: Estado de Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica 10: 171-181. que estudaram a composição de briófitas em áreas de enclaves em Pernambuco. Para esse trabalho, foram encontradas 69 espécies com maior riqueza específica entre os musgos acrocárpicos.

O conhecimento da riqueza e composição de briófitas da Caatinga, quando comparados com outros Domínios fitogeográficos brasileiros, são escassos, sendo possível listar todos aqui: Pôrto (1990Pôrto, K.C. 1990. Bryoflores d’une forêt de plaine et d’une forêt d’altitude moyenne dans l’Etat de Pernambuco (Brésil): analyse floristique. Cryptogamie. Bryologie, Lichénologie 11: 109-161., 1992Pôrto, K.C. 1992. Bryoflores d’une forêt de plaine et d’une forêt d’altitude moyenne dans l’Etat de Pernambuco (Brésil). 2. Analyse écologique comparative des forêts. Cryptogamie. Bryologie, Lichénologie 13: 187-219.), Pôrto et al. (1994)Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85., Pôrto & Bezerra (1996)Pôrto, K.C. & Bezerra, M.F. 1996. Briófitas de caatinga: 2. Agrestina, Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 10: 93-102., Bastos et al. (1998)Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75., Silva & Germano (2013)Silva, J.B. & Germano, S.R. 2013. Bryophytes on rocky outcrops in the caatinga biome: a conservationist perspective. Acta Botanica Brasilica 27: 827-835., Souza & Oliveira (2019)Souza, M.E.B. & Oliveira, H.O. 2019. Briófitas de uma área ecotonal de Caatinga/Cerrado no estado do Piauí, Brasil. Enciclopédia Biosfera 16: 1796-1808., Nascimento et al. (2019)Nascimento, G.M.G., Conceição, G.M., Peralta, D.F. & Oliveira, H.C. 2019. Bryophytes of Serra da Capivara National Park, Piauí, Brazil. Check List 15: 833-845., Nascimento et al. (2020)Nascimento, G.M.G., Conceição, G.M., Peralta, D.F. & Oliveira, H.C. 2020. Bryophytes of Sete Cidades National Park, Piauí, Brazil. Check List 16: 969-988. e Carvalho et al. (2023)Carvalho, D.N., Oliveira I.C., Costa, G.M., Borges, R.L., Matos, A.O., Souza, A.M., Evangelista-dos-Santos, M., Oliveira, M.F. & Oliveira R.P. 2023. Plants of the Serra do Mucambo: a checklist of a remnant of deciduous seasonal forest within the Caatinga domain in Bahia, Brazil. Brazilian Journal of Botany 46: 947981.. Atribuímos o número reduzido de trabalhos à falsa ideia de baixa biodiversidade de briófitas no Domínio. Entretanto, os trabalhos supracitados tiveram diversas contribuições para a flora de briófitas da Caatinga, evidenciando espécies com distribuição ampla no Brasil, espécies comuns a diversas fitofisionomias, assim como espécies raras e endêmicas.

Atualmente, são reconhecidas 96 espécies de briófitas para a Caatinga, incluindo oito espécies endêmicas do Domínio (Costa & Peralta 2015Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1063-1071.), embora, dados mais recentes do Flora e Funga do Brasil (2022Flora do Brasil. 2022 (em construção). Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 07-III-2023).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
) listem 129 espécies para a Caatinga (destas 15 são endêmicas), distribuídas em 50 gêneros e 30 famílias. Os dados supracitados demonstram a importância dos estudos florísticos para o conhecimento da biodiversidade e preservação da Caatinga. Em especial para o Estado da Bahia em que os estudos acerca da brioflora está concentrado principalmente nos fragmentos de floresta ombrófila do Domínio da Floresta Atlântica (e.g.Bastos & Valente 2008Bastos, C.J.P. & Valente, E.B. 2008. Hepáticas (Marchantiophyta) da Reserva Ecológica da Michelin, Igrapiúna, Bahia, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas 8: 280-293., Reis et al. 2015Reis, L.C., Oliveira, H.C. & Bastos, C.J.P. 2015. Hepáticas (Marchantiophyta) epífitas de duas áreas de Floresta Atlântica no Estado da Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 225-241., Evangelista-dos-Santos et al. 2019Evangelista-dos-Santos, M., Valente, E.B., Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2019. Musgos (Bryophyta) da Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Bahia, Brasil. Hoehnea 46: 1-17., Evangelistados-Santos & Almeida 2019Evangelista-dos-Santos, M. & Almeida, G.S.S. 2019. Briófitas de um fragmento de floresta ombrófila densa, Fazenda Patioba, Alagoinhas, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 74: 325-336.).

O conhecimento da riqueza e composição de briófitas da Caatinga baiana é apresentado em dois trabalhos: Bastos et al. (1998)Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75. e Valente et al. (2013)Valente, E.B., Pôrto, K.C. & Bastos, C.J.P. 2013. Species richness and distribution of bryophytes within different phyto physiognomies in the Chapada Diamantina region of Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 294-310.. Estudos realizados por Bastos et al. (1998)Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75. em áreas formadas principalmente por afloramentos rochosos da Caatinga, registraram 18 espécies. A composição florística encontrada por Bastos et al. (1998)Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75. apresenta espécies reportadas para áreas urbanas, formações de restinga e cerrado. O inventário realizado por Valente et al. (2013)Valente, E.B., Pôrto, K.C. & Bastos, C.J.P. 2013. Species richness and distribution of bryophytes within different phyto physiognomies in the Chapada Diamantina region of Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 294-310. nas formações vegetacionais da Caatinga na Chapada Diamantina, registraram 29 espécies, consideradas comuns quando comparadas com os demais estudos para o Domínio.

Diante da perda cada vez maior da vegetação natural devido principalmente às ações antrópicas, atrelado ao reduzido conhecimento sobre a brioflora da Caatinga, entende-se que esforços florísticos são essenciais para permitir o desenvolvimento de pesquisas futuras e contribuição ao conhecimento sobre a diversidade de briófitas da Caatinga. Desta forma, tendo em vista a necessidade em contribuir para o conhecimento da diversidade de briófitas em áreas da Caatinga, o presente trabalho teve por objetivo principal inventariar as briófitas da Serra da Barra do Vento, município de Serrinha-BA.

Material e métodos

O município de Serrinha está localizado a 68 km de Feira de Santana-BA, sentido norte pela BR 116. Está inserido no Domínio da Caatinga e integra o Território do Sisal, semiárido do estado da Bahia, juntamente com outros vinte municípios. O município de Serrinha está inserido no Polígono das Secas, possui temperaturas anuais médias de 25º a 30º, apresenta clima semiárido, subúmido a seco com longos períodos de estiagem ou períodos ocasionais de chuvas torrenciais (Ab’Saber 2006). A Serra Barra do Vento (figuras 1 e 2) está localizada na porção oeste do município de Serrinha, possui aproximadamente 51 km2, variação altitudinal de 250-600 m. Sua vegetação é caracterizada como Floresta Estacional Submontana, conservada há pelo menos 40 anos.

Figura 1
Mapa com a localização da área de coleta. a. Mapa da América Latina. b. Estado da Bahia. c. Município de Serrinha com destaque para a Serra Barra do Vento (Produzido por Adelly Cardoso de Araujo Fagundes).
Figure 1
Map showing the location of the collection area. a. Map of South America. b. State of Bahia. c. Municipality of Serrinha with emphasis on Serra Barra do Vento (Produced by Adelly Cardoso de Araujo Fagundes).

Figura 2
Fotos da área de coleta (Fotografias: Milena Evangelista dos Santos, 2022).
Figure 2
Photos of the study area (Photographs: Milena Evangelista dos Santos, 2022).

A área é dominada por espécies do gênero Manilkara Adans. (Sapotaceae), com uma vegetação densa e árvores que superam os 15m de altura.

Foram realizadas excursões de campo durante os anos de 2021 e 2022. As amostras foram coletadas em todos os substratos disponíveis, dos quais foram retiradas e acondicionadas em sacos de papel para transporte seguindo a metodologia proposta por Frahm (2003)Frahm, J.P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196. e posterior estudo morfológico e identificação taxonômica. Para a identificação das espécies foram realizadas consultas às literaturas especializadas (e.g. Buck 1998Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous mosses of the West Indies. Memoirs of The New York Botanical Garden 82: 1-400., Sharp et al. 1994Sharp, A.J., Crum, H. & Eckel, P.M. 1994. The moss flora of Mexico. Memoirs of The New York Botanical Garden 69: 1-1113., Gradstein & Costa 2003Gradstein, R.S. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical 87: 1-318., Zartman & Ilkiu-Borges 2007Zartman, C.E. & Ilkiu-Borges, A.L. 2007. Guia para as briófitas epífilas da Amazônia Central. Editora INPA. Manaus., Santos 2008Santos, M.B. 2008. O gênero Campylopus Brid. no Estado da Bahia. Monografia (graduação) - Bacharelado em Ciências Biológicas. Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Salvador., Bordin 2013Bordin, J. 2013. Fissidentaceae (Bryophyta) do Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 22: 1-168., Evangelista-dos-Santos et al. 2021Evangelista-dos-Santos, M., Valente, E.B., Câmara, P.E.A.S., Souza, A.M. & Cerqueira, A.H.G. 2021. Família Sematophyllaceae sensu stricto Broth. no estado da Bahia. Pesquisas, Botânica 75: 251-273. e Flora e Funga do Brasil 2022Flora do Brasil. 2022 (em construção). Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 07-III-2023).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). O sistema taxonômico adotado para esse trabalho é o proposto por Goffinet et al. (2009)Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the Bryophytes of Tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577., exceto para a família Sematophyllaceae que foi tratada de acordo com Carvalho-Silva et al. (2017)Carvalho-Silva, M., Stech, M., Soares-Silva, L.H., Buck, W.R., Wickett, N.J., Liu, Y & Câmara, P.E.A.S. 2017. A molecular phylogeny of the Sematophyllaceae s.l. (Hypnales) based on plastid, mitochondrial and nuclear markers, and its taxonomic implications. Taxon 66: 811-831..

A listagem das espécies está organizada na tabela 1, em ordem alfabética de família e gênero, seguidas da sua distribuição nos Domínios Fitogeográficos, Briocenose e Voucher. O conceito de Domínios Fitogeográficos brasileiros segue o proposto por Fiaschi & Pirani (2009)Fiaschi, P. & Pirani, J.R. 2009. Review of plant biogeographic studies in Brazil. Journal of Systematics and Evolution 47: 477-496.. Para a distribuição geográfica no Brasil foram consultados os catálogos de Costa et al. (2011)Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A.S., Peralta, D.F., Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334., artigos recentemente publicados (e.g.Carmo et al. 2016Carmo, D.M., Lima, J.S., Amélio L.A. & Peralta, D.F. 2016. Briófitas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo de Santa Virgínia, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 42: 265-287., Evangelista-dos-Santos & Valente 2022Evangelista-dos-Santos, M. & Valente, E.B. 2022. Biodiversity of Sematophyllaceae s. str. in northeastern Brazil. CheckList 18: 1181-1189., Vilas BôasBastos et al. 2017Vilas Bôas-Bastos, S.B., Bastos, C.J.P. & Costa, K.R. 2017. Brioflora da área de relevante interesse ecológico Serra do Orobó, municípios de Ruy Barbosa e Itaberaba, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 70: 79-98.) e Flora e Funga do Brasil 2020 [2023]. O conceito de briocenose segue o proposto por Robins (1952)Robins, R.G. 1952. Bryophyte ecology of a dune area in New Zealand. Acta Geobotanica 4: 1-31. e Bates (2009)Bates, J.W. 2009. Mineral nutrition and substratum ecology. In: B. Goffinet & A.J. Shaw. Bryophyte Biology. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 299-356., que corresponde ao tipo de substrato ao qual a espécie está crescendo, sendo classificadas em: corticícola (troncos vivos), epífila (folhas vivas), epíxila (material vegetal em decomposição), terrícola (solo) e rupícola (rochas).

Tabela 1
Lista das espécies encontradas na Serra da Barra do Vento, Serrinha, Estado Bahia, seguida das informações de Distribuição nos Domínios Fitogeográficos brasileiros, briocenose e voucher. AM: Amazônia. AT: Floresta Atlântica. CA: Caatinga. CE: Cerrado. PM: Pampa. PT: Pantanal. CO: Corticícola. EP: Epífila. EX: Epíxila. TE: Terrícola. RU: Rupícola. * nova ocorrência no Domínio Fitogeográfico.
Table 1
List of species found in Serra da Barra do Vento, Serrinha, Bahia State, followed by information on Distribution in Brazilian Phytogeographic Domains, bryocenosis and voucher. AM: Amazon Rainforest. AT:Atlantic Florest. CA: Caatinga. CE: Cerrado. PM: Pampa. PT: Pantanal. CO: Corticicolous. EP: Epiphylla. EX: Epixilous. TE: Terriculous. RU: Rupiculous. * new ocurrence of Phytogeographic Domains.

As novas ocorrências para o Domínio da Caatinga estão sinalizadas com um asterisco (*). As novas ocorrências para o Nordestes são representadas na figura 3, com fotomicrografias de caracteres taxonômicos importantes para a sua diagnose. Todo material coletado está depositado na coleção de Briófitas do Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS) e no Instituto de Pesquisas Ambientais (SP) (abreviação de acordo Thiers 2015Thiers, B. 2015. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em: http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 20-III-2023).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
).

Figura 3
Macrodictyum proliferum (Mitt.) E. Hegew. a. Gametófito. b-c. Anfigastros. d. Filídio. e. Detalhe das células dos filídios. Chionoloma orthodontum (Müll.Hal.) M. Alonso et al. f. Gametófito. g-h. Filídios. i-j. Corte transversal dos filídios. Chionoloma schlimii (Müll.Hal.) M. Alonso et al. k. Gametófito. l-m. Filídios. n-o. Corte transversal dos filídios.
Figure 3
Macrodictyum proliferum (Mitt.) E. Hegew. a. Gametophyte. b-c. Underleaves. d. Leaves. e. Cells of leaves. Chionoloma orthodontum (Müll.Hal.) M. Alonso et al. f. Gametophyte. g-h. Leaves. i-j. Transversal section of leaves. Chionoloma schlimii (Müll.Hal.) M. Alonso et al. k. Gametophyte. l-m. Leaves. n-o. Transversal section of leaves

Resultados e Discussão

Foram encontradas 71 espécies, sendo que deste total 28 espécies pertencem à Divisão Marchantiophyta e 43 à Divisão Bryophyta (tabela 1). As hepáticas estão representadas por seis famílias e os musgos por 15 famílias. O número de espécies encontradas na região, é considerado expressivo, diferente do encontrado em outros trabalhos de briófitas da Caatinga (e.g.Pôrto et al. 1994Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85., Bastos et al.1998Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75., Souza & Oliveira 2019Souza, M.E.B. & Oliveira, H.O. 2019. Briófitas de uma área ecotonal de Caatinga/Cerrado no estado do Piauí, Brasil. Enciclopédia Biosfera 16: 1796-1808.).

As famílias mais representativas entre as hepáticas foram: Lejeuneaceae Cavers (onze espécies) e Frullaniaceae Lorch. (oito espécies). Lejeuneaceae é uma família que apresenta distribuição tropical (Gradstein et al. 2001), com um expressivo número de espécies registradas para o Brasil, aproximadamente 316, que em sua maioria possuem distribuição nos mais variados tipos de ambientes, sendo encontradas praticamente em todos os Domínios Fitogeográficos brasileiros, assim como em áreas urbanas e industriais (Bastos & Vilas Bôas-Bastos 2019Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S. 2019. Catálogo da família Lejeuneaceae (Marchantiophyta) no estado da Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 73: 55-111., Flora e Funga do Brasil 2020 [2023]).

Entre as famílias de musgos encontradas, as mais representativas em número de espécies foram: Bryaceae Schwägr. (sete espécies), Pottiaceae Schimp. (seis espécies), Dicranaceae Schimp. (cinco espécies) e Fissidentaceae Schimp. (cinco espécies). Essas famílias também se destacam nos inventários florísticos realizados na Caatinga (Pôrto et al. 1994Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85., Souza & Oliveira 2019Souza, M.E.B. & Oliveira, H.O. 2019. Briófitas de uma área ecotonal de Caatinga/Cerrado no estado do Piauí, Brasil. Enciclopédia Biosfera 16: 1796-1808.). O número elevado de espécies de musgos encontrados, quando comparado ao número de hepáticas identificados na área, pode ser justificado devido ao fato de que os musgos apresentam maior complexidade estrutural e fisiológica (Pôrto et al. 1994Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85.).

Para ter sucesso em habitats com longos períodos de seca interrompidos por curtos períodos de umidade, as briófitas devem ser capazes de se recuperar rapidamente da dessecação (Glime 2019Glime, J.M. 2019. Tropics: Wet and Dry Habitats. Chapt. 8-11. In: J. M. Glime. Bryophyte Ecology. Volume 4. Habitat and Role. Ebook sponsored by Michigan Technological University and the International Association of Bryologists.). De acordo com Pôrto et al. (1994)Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85. alguns musgos possuem mecanismos que os permitem sobreviver por relativamente períodos relativamente longos sujeitos a dessecação e retomar rápida e normalmente seu desenvolvimento após novo contato com a umidade. Também podem apresentar estruturas que auxiliem na absorção de água e proteção das células com clorofila, como as papilas e as células hialinas.

Algumas espécies encontradas na Serra Barra do Vento apresentam importantes contribuições para o conhecimento da biodiversidade de Briófitas no Brasil. A espécie Frullania intumescens (Lehm. & Lindenb.) Lehm. & Lindenb (figura 3 a-e) está sendo citada pela primeira vez para a região Nordeste. Sua ocorrência confirmada é para os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro em áreas pertencentes ao Domínio Floresta Atlântica (Peralta et al. 2022Peralta, D.F., Souza, A.M., Ilkiu-Borges, A.L., Carmo, D.M., Lima, E., Santos, E.L., Valente, E.B., Oliveira, H.C., Lima, J.S., Amelio, L.A., Prochazka, L.S.Frullaniaceae. In Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB97315 (acesso em 22-III-2023).
https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB9731...
). Este se caracteriza também como novo registro para o Domínio da Caatinga.

É caracterizada pelos filídios ovalados, côncavos, base dorsal auriculada, margem inteira; lóbulos subparalelos ao caulídio, estilete filiforme com 3-4 células de comprimento; anfigastros bífidos, longo-ovalados, imbricados com margens fortemente revolutas; células isodiamétricas com trigônios radiados, com paredes irregularmente espessadas. Pode crescer sobre troncos de árvores vivas ou rochas em regiões que apresentem uma variação altitudinal entre 500 e 1000 m (Gradstein & Costa 2003Gradstein, R.S. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical 87: 1-318.). Na área de estudo a espécie foi encontrada crescendo sobre troncos vivos.

Entre as espécies de musgos encontradas, Macrodictyum proliferum (Mitt.) E. Hegew. apresenta a sua segunda ocorrência para o Brasil confirmada, ambas para a Bahia. É caracterizada por apresentar filídios ligulados, ápice obtuso, margem inteira na porção basal e denteada na porção apical; costa percurrente a sub-percurrente; células alares coloridas e retangulares; células dos filídios retangulares na porção basal a hexagonais próximo ao ápice. Não foram observadas estruturas reprodutivas. Informações adicionais sobre diagnose e ilustrações podem ser encontradas em Price (2002)Price, M. 2002. Monograph of the moss genus Macrodictuym (Broth.) E.H. Hegew (Dicranaceae). Journal of Bryology 24: 133-142..

É uma espécie que pode ser encontrada crescendo sobre rochas e arbustos, em áreas com elevações variando entre 450-1.100 metros de altitude (Price 2002Price, M. 2002. Monograph of the moss genus Macrodictuym (Broth.) E.H. Hegew (Dicranaceae). Journal of Bryology 24: 133-142.). Na área de estudo foi coletada crescendo sobre troncos vivos. Os registros mais recentes de M. proliferum datam de 1971, no Morro do Chapéu, próximo ao Rio Riachão. Tendo em vista os conceitos de espécies raras propostos por Hubbell & Foster (1986)Hubbell, S.P. & Foster, R.B. 1986. Commonness and rarity in a neotropical forest: implications for tropical tree conservation. In: M.E. Soule (eds.). Conservation biology: the science of scarcity and diversity. Sinauer, Sunderland, pp. 205. e Martins (1991)Martins, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, pp. 246., pode-se considerar M. proliferum como uma espécie rara. Esse registro, depois de 40 anos, reforça a importância dos inventários florísticos para o conhecimento da biodiversidade de Briófitas.

As espécies Chionoloma orthodontum (Müll.Hal.) M. Alonso et al. e Chionoloma schlimii (Müll.Hal.) M. Alonso et al. estão sendo citadas pela primeira vez para a região Nordeste e para o Domínio da Caatinga. A espécie C. orthodontum (figura 3 f-j) possui filídios lineares a lanceolados com ápice agudo; margem inteira ou crenulada; células lineares a retangulares na base e isodiamétricas e pluripapilosas na porção apical. Chionoloma orthodontum pode ser encontrada crescendo sobre solo, rochas, troncos ou raízes de árvores vivas ou material vegetal em decomposição, em áreas variando entre 100 e 3.400 metros de altitude (Alonso et al. 2019Alonso, M., Jeménez, J.A. & Cano, M.J. 2019. Taxonomic revision of Chionoloma (Pottiaceae, Bryophyta). Annals of the Missouri Botanical Garden 104: 563-632.).

Chionoloma schlimii apresenta filídios lanceolados a lineares, células medianas retangulares e medianas a apicais isodiamétricas, pluripapilosas. A principal característica utilizada para diferenciar de C. orthodontum é a presença, em seção transversal dos filídios, de células guia na porção dorsal e ventral (figura 3 n-o). Não foram encontradas estruturas reprodutivas em ambas as espécies. Na área de estudo, C. schlimii foi encontrada crescendo principalmente em solos e rochas, podendo ser encontrada em áreas expostas ou sombreadas, raramente em locais úmidos (Alonso et al. 2019Alonso, M., Jeménez, J.A. & Cano, M.J. 2019. Taxonomic revision of Chionoloma (Pottiaceae, Bryophyta). Annals of the Missouri Botanical Garden 104: 563-632.). Informações adicionais sobre diagnose e ilustração das espécies de Chiomoloma aqui reportadas são fornecidas por Alonso et al. (2019)Alonso, M., Jeménez, J.A. & Cano, M.J. 2019. Taxonomic revision of Chionoloma (Pottiaceae, Bryophyta). Annals of the Missouri Botanical Garden 104: 563-632. e Amamoto (2022)Amamoto, K., Yuya, I., Alonso-García, M. & Yamaguchi, T. 2022. New localities for Chionoloma orthodontium (Pottiaceae, Bryophyta) in Japan. Acta Phytotaxonomica et Geobotanica 73: 131-139..

Do total de espécies encontradas, doze estão sendo citadas pela primeira vez para o Domínio da Caatinga (tabela 1). Levando em consideração os atuais registros sobre a composição de briófitas da Caatinga disponibilizados no banco de dados do Flora e Funga do Brasil 2020 (2023) que citam 129 espécies para a região, os resultados encontrados no presente trabalho denotam uma importante colaboração e elevam o número de briófitas da Caatinga para 141. Também foram encontradas duas novas ocorrências para o Estado da Bahia, a saber: Fissidens brevipes Besch. e Campylopus griseus (Horsch.) A. Jaeger.

Com relação a distribuição das espécies por Domínio Fitogeográfico houve um número expressivo de espécies que são encontradas na Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica. É um dado já esperado, uma vez que a Caatinga tem como limite a Floresta Atlântica em sua porção ao leste e com o Cerrado a oeste. Desta forma, as famílias mais abundantes em número de espécies encontradas nesse trabalho, como Lejeuneaceae e Fissidentaceae, são as principais famílias altamente diversas nas floras do Domínio Atlântico (Evangelista-dos-Santos et al. 2019Evangelista-dos-Santos, M., Valente, E.B., Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2019. Musgos (Bryophyta) da Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Bahia, Brasil. Hoehnea 46: 1-17., Koga et al. 2022Koga, M.L., Peralta, D.F., Magrin, A.G.E. 2022. Briófitas do remanescente florestal do campus da Universidade Federal de São Carlos, município de Sorocaba, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 49: e422021.).

O substrato mais colonizado foi corticícolo sendo representado por 56% das ocorrências das espécies, seguido do terrícolo, com 23% ao qual se deve às espécies coletadas em solo arenoso e nas bordas. O substrato rupícolo foi colonizado por 11% das espécies tratadas neste estudo, correspondendo às espécies coletadas nos afloramentos rochosos em especial às espécies da família Ricciaceae Rchb. As particularidades da área de coleta permitem a ocorrências de espécies da família Ricciaceae que consiste em uma família comum na Caatinga (e.g.Bastos et al. 1998Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75., Pôrto et al. 1994Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85.). Quando o ambiente está mais seco é comum encontrar os gametófitos enrolados, o que resulta na exposição dos rizóides que servem para absorver a água e consequentemente proteção da porção do talo que contêm cloroplastos.

O estudo sobre a flora de briófitas em Domínios ainda pouco explorados são extremamente importantes, pois fornecem dados para a sua completa interpretação. Os dados aqui encontrados complementam aqueles anteriormente realizados para a Caatinga baiana (Bastos et al. 1998Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75., Valente et al. 2013Valente, E.B., Pôrto, K.C. & Bastos, C.J.P. 2013. Species richness and distribution of bryophytes within different phyto physiognomies in the Chapada Diamantina region of Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 294-310.). A composição de Briófitas encontradas na Serra da Barra do Vento reflete a importância do conhecimento e conservação da biodiversidade, essencialmente devido a ocorrência de espécies consideradas raras por apresentar uma distribuição geográfica restrita.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao seu Antônio Queiroz por permitir a realização das coletas na área e a todo suporte fornecido.

Literatura citada

  • Ab’saber, A.N. 2003. Os Domínios de Natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo. Ateliê Editorial.
  • Alonso, M., Jeménez, J.A. & Cano, M.J. 2019. Taxonomic revision of Chionoloma (Pottiaceae, Bryophyta). Annals of the Missouri Botanical Garden 104: 563-632.
  • Amamoto, K., Yuya, I., Alonso-García, M. & Yamaguchi, T. 2022. New localities for Chionoloma orthodontium (Pottiaceae, Bryophyta) in Japan. Acta Phytotaxonomica et Geobotanica 73: 131-139.
  • Bastos, C.J.P., Albertos, A. & Vilas-Bôas, S.B. 1998. Bryophytes from some Caatinga areas in the state of Bahia (Brazil). Tropical Bryology 14: 69-75.
  • Bastos, C.J.P. & Valente, E.B. 2008. Hepáticas (Marchantiophyta) da Reserva Ecológica da Michelin, Igrapiúna, Bahia, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas 8: 280-293.
  • Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S. 2019. Catálogo da família Lejeuneaceae (Marchantiophyta) no estado da Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 73: 55-111.
  • Bordin, J. 2013. Fissidentaceae (Bryophyta) do Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 22: 1-168.
  • Bates, J.W. 2009. Mineral nutrition and substratum ecology. In: B. Goffinet & A.J. Shaw. Bryophyte Biology. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 299-356.
  • Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous mosses of the West Indies. Memoirs of The New York Botanical Garden 82: 1-400.
  • Carmo, D.M., Lima, J.S., Amélio L.A. & Peralta, D.F. 2016. Briófitas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo de Santa Virgínia, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 42: 265-287.
  • Carvalho-Silva, M., Stech, M., Soares-Silva, L.H., Buck, W.R., Wickett, N.J., Liu, Y & Câmara, P.E.A.S. 2017. A molecular phylogeny of the Sematophyllaceae s.l. (Hypnales) based on plastid, mitochondrial and nuclear markers, and its taxonomic implications. Taxon 66: 811-831.
  • Carvalho, D.N., Oliveira I.C., Costa, G.M., Borges, R.L., Matos, A.O., Souza, A.M., Evangelista-dos-Santos, M., Oliveira, M.F. & Oliveira R.P. 2023. Plants of the Serra do Mucambo: a checklist of a remnant of deciduous seasonal forest within the Caatinga domain in Bahia, Brazil. Brazilian Journal of Botany 46: 947981.
  • Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A.S., Peralta, D.F., Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334.
  • Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1063-1071.
  • Evangelista-dos-Santos, M. & Almeida, G.S.S. 2019. Briófitas de um fragmento de floresta ombrófila densa, Fazenda Patioba, Alagoinhas, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 74: 325-336.
  • Evangelista-dos-Santos, M., Valente, E.B., Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2019. Musgos (Bryophyta) da Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Bahia, Brasil. Hoehnea 46: 1-17.
  • Evangelista-dos-Santos, M., Valente, E.B., Câmara, P.E.A.S., Souza, A.M. & Cerqueira, A.H.G. 2021. Família Sematophyllaceae sensu stricto Broth. no estado da Bahia. Pesquisas, Botânica 75: 251-273.
  • Evangelista-dos-Santos, M. & Valente, E.B. 2022. Biodiversity of Sematophyllaceae s. str. in northeastern Brazil. CheckList 18: 1181-1189.
  • Flora do Brasil. 2022 (em construção). Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 07-III-2023).
    » http://floradobrasil.jbrj.gov.br/
  • Fiaschi, P. & Pirani, J.R. 2009. Review of plant biogeographic studies in Brazil. Journal of Systematics and Evolution 47: 477-496.
  • Frahm, J.P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196.
  • Giulietti, A.M., Neta, A.L.B., Castro, A.A.J.F., GamarraRojas, C.F.L., Sampaio, E.V.S.B., Virgínio, J.F., Queiroz, L.P., Figueiredo, M.A., Rodal, M.J.N., Barbosa, M.R.V. & Harley, R.M. 2004. Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga. In: J.M.C. Silva, M. Tabarelli, M.T. Fonseca, L.V. & Lins (eds.). Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para conservação. Ministério do Meio Ambiente, UFPE, Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas, Embrapa Semi-Árido, Brasília, pp. 48-90.
  • Glime, J.M. 2019. Tropics: Wet and Dry Habitats. Chapt. 8-11. In: J. M. Glime. Bryophyte Ecology. Volume 4. Habitat and Role. Ebook sponsored by Michigan Technological University and the International Association of Bryologists.
  • Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the Bryophytes of Tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577.
  • Gradstein, R.S. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical 87: 1-318.
  • Hubbell, S.P. & Foster, R.B. 1986. Commonness and rarity in a neotropical forest: implications for tropical tree conservation. In: M.E. Soule (eds.). Conservation biology: the science of scarcity and diversity. Sinauer, Sunderland, pp. 205.
  • Koga, M.L., Peralta, D.F., Magrin, A.G.E. 2022. Briófitas do remanescente florestal do campus da Universidade Federal de São Carlos, município de Sorocaba, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 49: e422021.
  • Martins, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, pp. 246.
  • Nascimento, G.M.G., Conceição, G.M., Peralta, D.F. & Oliveira, H.C. 2019. Bryophytes of Serra da Capivara National Park, Piauí, Brazil. Check List 15: 833-845.
  • Nascimento, G.M.G., Conceição, G.M., Peralta, D.F. & Oliveira, H.C. 2020. Bryophytes of Sete Cidades National Park, Piauí, Brazil. Check List 16: 969-988.
  • Peralta, D.F., Souza, A.M., Ilkiu-Borges, A.L., Carmo, D.M., Lima, E., Santos, E.L., Valente, E.B., Oliveira, H.C., Lima, J.S., Amelio, L.A., Prochazka, L.S.Frullaniaceae. In Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB97315 (acesso em 22-III-2023).
    » https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB97315
  • Pôrto, K.C. 1990. Bryoflores d’une forêt de plaine et d’une forêt d’altitude moyenne dans l’Etat de Pernambuco (Brésil): analyse floristique. Cryptogamie. Bryologie, Lichénologie 11: 109-161.
  • Pôrto, K.C. 1992. Bryoflores d’une forêt de plaine et d’une forêt d’altitude moyenne dans l’Etat de Pernambuco (Brésil). 2. Analyse écologique comparative des forêts. Cryptogamie. Bryologie, Lichénologie 13: 187-219.
  • Pôrto, K.C. & Bezerra, M.F. 1996. Briófitas de caatinga: 2. Agrestina, Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 10: 93-102.
  • Pôrto, K.C., Silveira, M.F.G. & Sá, P.S.A. 1994. Briófitas da Caatinga l. Estação Experimental do Ipa, Caruaru - PE. Acta Botanica Brasilica 8: 77-85.
  • Price, M. 2002. Monograph of the moss genus Macrodictuym (Broth.) E.H. Hegew (Dicranaceae). Journal of Bryology 24: 133-142.
  • Queiroz, L.P., Cardoso, D., Fernandes, M.F. & Moro, M.F. 2017. Diversity and Evolution of Flowering plants of the Caatinga Domain. Caatinga, pp. 23-63.
  • Robins, R.G. 1952. Bryophyte ecology of a dune area in New Zealand. Acta Geobotanica 4: 1-31.
  • Reis, L.C., Oliveira, H.C. & Bastos, C.J.P. 2015. Hepáticas (Marchantiophyta) epífitas de duas áreas de Floresta Atlântica no Estado da Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 225-241.
  • Santos, M.B. 2008. O gênero Campylopus Brid. no Estado da Bahia. Monografia (graduação) - Bacharelado em Ciências Biológicas. Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Salvador.
  • Sharp, A.J., Crum, H. & Eckel, P.M. 1994. The moss flora of Mexico. Memoirs of The New York Botanical Garden 69: 1-1113.
  • Silva, J.B. & Germano, S.R. 2013. Bryophytes on rocky outcrops in the caatinga biome: a conservationist perspective. Acta Botanica Brasilica 27: 827-835.
  • Souza, M.E.B. & Oliveira, H.O. 2019. Briófitas de uma área ecotonal de Caatinga/Cerrado no estado do Piauí, Brasil. Enciclopédia Biosfera 16: 1796-1808.
  • Thiers, B 2015. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em: http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 20-III-2023).
    » http://sweetgum.nybg.org/ih/
  • Valente, E.B., Pôrto, K.C. & Bastos, C.J.P. 2013. Species richness and distribution of bryophytes within different phyto physiognomies in the Chapada Diamantina region of Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 294-310.
  • Vilas Bôas-Bastos, S.B., Bastos, C.J.P. & Costa, K.R. 2017. Brioflora da área de relevante interesse ecológico Serra do Orobó, municípios de Ruy Barbosa e Itaberaba, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 70: 79-98.
  • Yano, O. & Andrade-Lima, D. 1987. Briófitas do Nordeste Brasileiro: Estado de Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica 10: 171-181.
  • Zartman, C.E. & Ilkiu-Borges, A.L. 2007. Guia para as briófitas epífilas da Amazônia Central. Editora INPA. Manaus.

Editado por

Editor Associado: Diego Tavares Vasques

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Jun 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    25 Dez 2023
  • Aceito
    29 Fev 2024
Instituto de Pesquisas Ambientais Av. Miguel Stefano, 3687 , 04301-902 São Paulo – SP / Brasil, Tel.: 55 11 5067-6057, Fax; 55 11 5073-3678 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: hoehneaibt@gmail.com