As práticas de compartilhar e socializar relatos autobiográficos a respeito do próprio adoecimento constituem formas contemporâneas de o sujeito se relacionar consigo e com o outro. Esse movimento inaugura outros modos de ser e estar no mundo. Analisamos as práticas de se conectar e compartilhar – o escopo e a racionalidade que as agitam – acionadas por pacientes com câncer em duas ocasiões (a primeira se constitui em uma lista de discussão e a segunda, em um guia), destacando suas implicações na subjetividade e na biossociabilidade contemporânea. A hipótese é a de que a emergência do dispositivo de conexão tornou certos modos de ser doente inteligíveis, praticáveis e governáveis.
Dispositivo; Subjetividade; Comunicação; Câncer; Biossociabilidade