Desafios da cooperação internacional em saúde mental abarcam a superação de propostas colonizadoras por meio de práticas horizontais e localmente situadas. O conceito decolonial do terceiro espaço fomenta a construção de entendimentos híbridos, aprendizagens situadas e transformações recíprocas entre países. Buscamos relatar uma experiência de cooperação internacional entre Brasil e Itália, no âmbito da saúde mental, decorrente de uma pesquisa qualitativa, colaborativa e etnográfica, por meio de uma comunidade virtual de prática. Interações entre gestores, profissionais, usuários, familiares e membros da comunidade, brasileiros e italianos, foram analisadas no software NVIVO e explicitaram imaginários, contradições e potências do cuidado em saúde mental nas duas localidades. As transformações ocorridas nas trocas possibilitaram des/re/fazer identidades cristalizadas sobre o outro país, identificar singularidades e similaridades, assim como criar e reafirmar caminhos que valorizem os princípios da reforma psiquiátrica.
Cooperação internacional; Saúde mental; Comunidade de prática; Conhecimentos, atitudes e prática em saúde; Aprendizagem situada