O estudo objetivou compreender como mulheres jovens que nasceram com HIV lidam com o exercício de suas sexualidades e com a ocorrência da gravidez durante suas trajetórias de vida. Esta pesquisa qualitativa foi inspirada na abordagem Construcionista Social em Saúde e no Quadro da Vulnerabilidade/Direitos Humanos. As dez participantes engravidaram na adolescência e na juventude (14 a 21 anos) e foram entrevistadas entre 2017 e 2018, em um serviço especializado da região Sul do Brasil. Evidenciaram-se dois perfis de trajetórias de vida distintos: gravidez inesperada no início da vida sexual da adolescente; gravidez desejada na transição para a adultez. Conclui-se que os processos e marcadores sociais, que ampliam a vulnerabilidade à gravidez não planejada, são comuns às adolescentes em geral, contudo particularizam-se pelo estigma do HIV, sendo preciso incorporar no cuidado contínuo em HIV os direitos sexuais e reprodutivos, fortalecendo a dimensão psicossocial do cuidado.
Palavras-chave
HIV; Saúde sexual e reprodutiva; Sexualidade; Gravidez na adolescência; Saúde do adolescente