O presente ensaio se propõe a pensar, a partir de uma inspiração benjaminiana, o cuidado a contrapelo, buscando desnudá-lo. A autora do texto cruza sua experiência de cuidadora durante a pandemia de Covid-19 com as narrativas de suas interlocutoras na Serra Leoa (África do Oeste) durante a epidemia do ebola (2014-2016). A interseção dessas realidades – antropóloga-cuidadora e mulheres serra-leoneses cuidadoras – acaba levando a pesquisadora a pensar o próprio ofício da Antropologia, considerando questões de nomeação, gênero, raça, subalternidade, lugar de fala e o engenhoso espaço da relacionalidade.
Palavras-chave
Ofício da antropóloga; Covid-19; Cuidado a contrapelo