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1414-3283
1807-5762
UNESP
Estudio cualitativo, teóricamente sostenido en el concepto de “Vulnerabilidad Social”, conforme Castel, y metodológicamente en la perspectiva constructivista de la Teoría Fundamentada en los Datos. El objetivo fue comprender, bajo la óptica de la Bioecología del Desarrollo Humano, los fenómenos sociales vividos por adolescentes atendidos en un Centro de Referencia en Asistencia Social. Las estrategias utilizadas para la colecta de datos fueron la observación y entrevistas en la técnica de grupo focal. El muestreo teórico consistió en 10 encuentros, entre agosto y diciembre de 2015, con vente adolescentes. Los datos analizados demuestran la existencia de un complejo multifactorial en las dinámicas familiar y comunitaria que somete al adolescente a la opresión o a la superación de sus limitaciones, explicitado en el fenómeno central: “sobreviviendo”. Se concluye que la comprensión de las contradicciones inherentes a la realidad de los adolescentes podrá subsidiar estrategias promotoras de los derechos de esas personas, lo que favorece un desarrollo saludable.
Introdução
A adolescência é uma fase de transformação biológica, psicológica e social entre a infância e a vida adulta. Trata-se de uma construção histórico-social que recebe influências da dinâmica social nos diferentes contextos e momentos culturais nos quais a pessoa se desenvolve. Essas influências, por sua vez, interferem no desenvolvimento da personalidade e, consequentemente, no comportamento do adolescente, de modo que ele busca, ao longo do processo de socialização, conquistar uma condição adulta condizente ao meio em que vive. Embora algumas transformações sejam semelhantes para a maioria dos adolescentes, os determinantes socioeconômicos os expõem de modo singular ao adoecimento e à marginalização1.
Os contextos comunitários em que eles vivem e se desenvolvem são importantes determinantes sociais. Nessa perspectiva, em comunidades desassistidas, a escassez de recursos sociais e a desigualdade social concorrem para o surgimento da violência, do tráfico de drogas e da fragilização das relações familiares e comunitárias, que afetam diretamente os mais vulneráveis, como os adolescentes. Tais ambientes representam o insucesso das políticas públicas e o fracasso na garantia de direitos às pessoas que neles vivem2,3.
A falta de suporte social e familiar pode estar também parcialmente associada à inabilidade de muitos adolescentes enfrentarem os infortúnios de práticas delinquentes, antissociais e até mesmo violentas, por vezes vivenciadas no convívio com pares e nos ambientes comunitários4. Nesse contexto, as instituições escolares, de assistência social e de saúde devem proporcionar suporte fundamental para evitar a exclusão social5. Entretanto, o olhar fragmentado sobre os fenômenos que os condicionam à vulnerabilidade social contribui para ações desarticuladas, pontuais e, não raro, falhas, o que torna relevante conhecer a perspectiva dos próprios adolescentes, uma vez que vivenciam a vulnerabilidade no seu dia a dia e, portanto, estão em melhor condição de se expressarem em relação ao funcionamento do contexto inerente a tais vulnerabilidades.
Esta pesquisa sustenta-se na Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano (TBDH)6, a qual se fundamenta no modelo processo-pessoa-contexto-tempo. Considera-se o processo como a dinâmica da relação entre a pessoa e suas características biológicas, cognitivas, emocionais e comportamentais no contexto. O contexto, definido como o sistema interligado da ecologia do desenvolvimento humano, é formado pelo microssistema, mesossistema e macrossistema6. Por fim, o tempo é compreendido como cronossistema, pois modera as mudanças no decorrer da vida.
O modelo da TBDH amplia a compreensão dos pesquisadores sobre as interações econômicas, institucionais e culturais em diversos contextos, inclusive naqueles comunitários em vulnerabilidade social. Estes são marcados pela fragilidade econômica; e pelo enfraquecimento dos mecanismos sociais de integração e dos laços familiares, permeados pelas relações com o trabalho.
Nesse sentido, o problema de investigação deste trabalho se reflete na seguinte questão de pesquisa: quais os principais fenômenos sociais vivenciados por adolescentes atendidos em um CRAS? Diante disso, o objetivo do estudo foi compreender os fenômenos sociais vivenciados por adolescentes atendidos em um CRAS da região metropolitana de Goiânia, Goiás, Brasil, sob a perspectiva da Bioecologia do Desenvolvimento Humano.
Método
Tipologia
Pesquisa qualitativa, respaldada na Teoria Fundamentada nos Dados (TFD), de abordagem construtivista. A TFD aproxima o pesquisador do fenômeno, com a finalidade de extrair percepções e significados atribuídos pelos sujeitos a um contexto ou objeto7. As diretrizes da TFD construtivista indicam a forma de organizar, analisar e compreender os dados do estudo, no seu contexto geográfico, ideológico e cultural, segundo uma teoria que explica o fenômeno estudado, o que ele significa para os participantes e como eles lidam com tal fenômeno8.
Local
O estudo ocorreu em um CRAS localizado na periferia da Região Metropolitana de Goiânia, Goiás, Brasil. Na época em que os dados foram coletados, a unidade atendia à comunidade adstrita e apresentava precárias condições sociais e de infraestrutura.
Os CRASs são unidades municipais consideradas porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que objetivam atender pessoas em vulnerabilidade social. Assim, seus serviços destinam-se a territórios com altos índices de vulnerabilidade e visam articular e oferecer programas e projetos de proteção social básica9.
Amostragem e coleta de dados
Os participantes foram selecionados após um período de aproximação com o campo, em uma reunião entre pais ou responsáveis, profissionais do serviço e a equipe de pesquisa. Os adolescentes que frequentavam o CRAS foram convidados a participar dos grupos focais, previamente acordados para ocorrerem entre os meses de agosto e dezembro de 2015. No decorrer do estudo, o ambiente selecionado para o desenvolvimento dos encontros comportava fisicamente entre 15 e vinte pessoas.
Constituíram critérios de inclusão: adolescentes com 13 anos ou mais, matriculados em instituições de ensino, que frequentassem as aulas e fossem atendidos pelos serviços de proteção básica da rede de assistência social do município. Adolescentes com menos de 13 anos foram excluídos.
Devido à dinâmica do serviço, admitiu-se a inclusão de novos participantes no decorrer das atividades, à medida que eram cadastrados no CRAS. Assim, o grupo foi aberto a novos membros e, para a participação, não foram exigidos requisitos de frequência mínima às reuniões, a fim de garantir a máxima utilização dos dados10. Os encontros tiveram, em média, duas horas de duração, cada um com grupos de seis a dez participantes. No total, participaram vinte adolescentes, entre 13 e 18 anos, sendo 15 do sexo masculino e cinco do feminino.
Tais encontros foram mediados pela seguinte questão norteadora: “Qual é a sua percepção sobre ser adolescente nesta comunidade?”. A primeira autora deste artigo, que não possuía nenhuma relação anterior com os participantes, conduziu os grupos acompanhada por duas auxiliares de pesquisa. Os dados foram registrados em gravador digital, transcritos na íntegra, logo após a realização de cada encontro, e complementados pelas anotações das auxiliares treinadas para registro de toda a movimentação do grupo, inclusive das falas dos participantes. A amostra de vinte participantes foi obtida em dez encontros, considerando a saturação teórica7 de dados, ou seja, quando não emergiram novas informações, e coincidindo com o período previsto para a execução da pesquisa.
No presente estudo, cada participante está identificado com a sigla composta pela letra “A” e o número sequencial, de acordo com a inserção do adolescente no grupo, a fim de garantir o anonimato.
Análise de dados
A análise buscou estabelecer padrões de semelhanças e diferenças entre os dados e seguiu o método comparativo proposto pela TFD, que consiste em um processo dinâmico de coleta de dados e análises comparativas entre códigos; códigos e conceitos; e conceitos e categorias de uma mesma entrevista ou de diferentes entrevistas.
Na codificação, pretendeu-se categorizar os fragmentos de dados, de modo conciso e representativo das informações. Na TFD, a codificação envolve duas fases: codificação aberta, em que se formam as categorias, e codificação focal, na qual há a organização dos códigos, bem como comparações contínuas entre os dados. Na codificação focal, é possível a criação e/ou a objetivação dos códigos em categorias amplas, conforme apresentado no quadro 1.
Quadro 1
Representação do agrupamento de categoria teórica, categorias e subcategorias
Categoria teórica
Categorias
Subcategorias
Convivendo no paradoxo das drogas: prazer, superação e opressão
Condição causal da opressão
Violência advinda dos símbolos da droga
Uso que leva ao vício
Violência inerente à droga
Drogas como via para a superação social
Tráfico para complementação de renda
Tráfico como trabalho
Sentidos de uso pelo prazer e alívio
Drogas proporciona o prazer
Drogas para fuga da realidade
Usando drogas para a socialização
A análise axial permitiu agrupar os códigos por divergências e semelhanças conceituais e conduziu à definição de conceitos e propriedades das categorias. Na análise, foram inseridos os memorandos e os diagramas representativos das categorias. Por fim, a codificação teórica integrou as categorias e os conceitos, além de traduzir o fenômeno observado nos dados. Da análise emergiram três categorias teóricas, que serão apresentadas e abordadas a seguir7.
Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob protocolo nº 432.008, em conformidade com a Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Os pais ou responsáveis foram convidados para uma reunião em que foram apresentados os objetivos, os riscos e os benefícios do presente estudo. Após a reunião, foram entregues o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e os Termos de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE). Do mesmo modo, os pais ou responsáveis daqueles que ingressaram no grupo posteriormente foram orientados sobre a pesquisa e igualmente receberam o TCLE e o TALE.
Resultados e discussão
Os achados permitiram compreender os principais fenômenos sociais que incidem sobre os adolescentes, revelando um complexo sistema de fatores e fenômenos que, interconectados, os sobrepujam à vulnerabilidade social e congregam-se no fenômeno central – “Sobrevivendo” – conforme figura 1.
Figura 1
Relação da categoria central “Sobrevivendo”: flutuação do sujeito adolescente entre a opressão social e a superação de vida; e os fenômenos secundários
Os três importantes fenômenos identificados foram: “Vivenciando a violência no contexto sociocomunitário e familiar”; “Convivendo no paradoxo das drogas: prazer, superação e opressão”; e “Buscando a superação”, os quais sustentam o fenômeno “Sobrevivendo: flutuação do sujeito adolescente entre a opressão social e a superação de vida”.
Os dados evidenciaram a existência de uma dinâmica nos contextos comunitário e familiar composta por fatores que limitam o desenvolvimento social do adolescente, representada pelo fenômeno central “sobrevivendo”. Os adolescentes flutuam entre a opressão e a superação, processo que resultará em desfiliação ou coesão social. Nesse funcionamento, muitas vezes, um mesmo fator (a escola, a família e as gangues) assume sentido de opressor ou promotor de superação.
Os fenômenos anteriormente mencionados serão descritos, sustentados nos conceitos e categorias que emergiram da representação dos adolescentes a respeito dos ambientes de convivência comunitária e familiar e seus fatores intervenientes e contextuais.
Vivenciando a violência nos contextos sociocomunitário e familiar
A violência vivenciada pelos adolescentes foi representada nas demonstrações de homofobia, racismo, sexismo, assédio sexual e violência física. Esteve presente na família, na escola, na comunidade e nas incipientes políticas de segurança pública. Além disso, foi evidenciado que os adolescentes utilizavam a violência como mecanismo relacional.
Os participantes compreenderam esse fenômeno nas formas de violência física e psíquica, estando a última associada ao uso de drogas ou ao narcotráfico, à maconha, à presença dos símbolos da maconha, a objetos de uso, músicas e imagens nas roupas. A violência inerente à droga compôs um complexo causal e interveniente, presente nos principais ambientes de convívio – família e escola –, além da comunidade em geral. Nesta última, foi perpetrada por ações policiais, motivadas por suspeitas de envolvimento com uso de drogas ou narcotráfico, direcionadas, sobretudo, aos meninos:
[...] O cara chegou devagar, aí quando ele viu, assim, tentou correr, tropicou e caiu, aí o cara já chegou a sangue frio e disparou, “tá, tá” na cabeça [fato que ocorreu na praça] [...] Ele [o policial] [...] o fez segurar assim, pegou o isqueiro, começou a queimar a pulseirinha [...] quando chegou perto do dedo dele, o policial perguntou: “Está queimando, garotinho?”, “Está [...]”, “então segura mais um pouquinho [...]”. (A6)
A violência nas relações familiares foi associada pelos participantes à presença do narcotráfico e ao uso de drogas. Em um dos casos, teve como protagonista o irmão de um dos participantes:
Tenho medo do meu irmão [...] (A14)
[...] Porque o irmão dela bate nela [...] (A6)
[...] ele apanhou e o policial me mandou entrar [...]. Meu irmão apanhou porque estava vendendo drogas. (A14)
Além disso, agressões físicas e verbais; negligências; assédios sexuais; e preconceitos tornaram o ambiente escolar violento, determinado como espaço de conflitos e, ainda, local de iniciação ao uso de drogas:
O professor o mandou tirar o fone e ele falou: “Não vou tirar e o senhor fica quieto aí senão vai levar um tiro”. (A6)
Eu falei para o coordenador, mas como ele [o professor] era um professor mais velho de casa, ele não poderia fazer nada, e que eu fosse com roupas mais comportadas. (A7)
As formas de violência pelo racismo e a homofobia foram observadas entre os adolescentes:
Ser preto é motivo de ter preconceito [...] Você é preto já, puxa... [...] Olha o tanto de apelido! (A6)
Eu tenho raiva de gay. (A2)
Ninguém quer saber de gay não! [...] Mas eu não tenho preconceito! (A9)
Os participantes demonstraram que a convivência cotidiana com a violência, bem como a naturalização e a aceitação de determinadas formas de violência – como a homofobia –, tornou-os ora agentes perpetradores da violência, ora vítimas desta.
Convivendo no paradoxo das drogas: prazer, superação e opressão
O segundo fenômeno trata da experiência das drogas para o sujeito adolescente em vulnerabilidade social. Ele se desdobra nos sentidos de uso pelo prazer, alívio, como via para a superação social e condição causal da opressão.
Os sentidos de uso pelo prazer e alívio foram atribuídos aos sentimentos de tristeza, depressão e, ainda, pela motivação dos pares:
Eu acho que por depressão [...] eu não vou culpar meus amigos [...], mas não vou falar que não foram eles quem me ofereceram […]. (A16)
Usam [maconha] para ficar mais calmos, mais de boa […]. (A3)
Outro sentido identificado para o fenômeno foi o de concepção da droga como via para a superação social, traduzida na oportunidade de obter dinheiro pelo tráfico, associado ao entendimento de tráfico como trabalho ou como complementação de renda, conforme alguns relatos:
[...] é, tem gente que ganha quinhentos reais por mês! Dá para sobreviver, se não tiver uma família [...] Por isso que o traficante ganha em média 15 mil por mês sem fazer quase nada! (A6, A4)
O fenômeno das drogas como condição causal da opressão foi o principal, sendo relatado pelos participantes em todos os ambientes de convivência social e familiar. Os sentidos de uso e tráfico, por vezes, foram identificados como mecanismos causais: uso que leva ao vício. Em outros momentos, mostraram-se intervenientes – violência inerente à droga –, ou contextual – violência advinda dos símbolos da droga. A opressão, nessa conjuntura, foi apresentada nas diversas formas de violência (física, psíquica, relacionada ao preconceito e perpetrada em especial por agentes públicos, como o policial):
[...] se a droga entrar na família... a família vai ficar destruída […]. (A1)
Os meninos que usam essa pulseirinha os policiais vêm e arrancam tudo pensando que o cara é do tráfico. (A4)
Tem dois anos que ele esta lá, ele é meu colega [...]. (A4)
Voltar de novo, né [...] o ciclo dele [...] voltou a fazer o que ele fazia [tráfico]. (A6)
A complexidade do fenômeno das drogas esteve, portanto, traduzida nos sentidos atribuídos pelos adolescentes como “via para superação” e “condição causal da opressão”, neste caso, associada principalmente à violência policial.
Buscando a superação
A busca pela superação das adversidades cotidianas foi representada nas categorias “encarar a realidade” e “sobreviver”:
Eu queria viver, mas eu sobrevivo [...] sobreviver é ruim [...]. (A7)
Os mecanismos para a superação foram atribuídos à família, especialmente à mãe, ao trabalho e ao esporte, os quais representaram vínculos de suporte às pressões comunitárias que agravam as relações com o uso e/ou tráfico de drogas e com a violência.
A família foi descrita como fonte de proteção, com demonstrações de afetividade e vínculos positivos, sobretudo com a figura da mãe:
Porque lá fica meu pai, minha mãe, meus irmãos [...]. Eu amo minha mãe [...] Com a minha mãe eu confio, converso com ela [...] Eu chego lá em casa de noite [...] e fico lá conversando com ela [...] falo tudo para ela. (A1)
O trabalho, a escola e a prática de esportes foram concebidos como mecanismos ideais para a inserção social, a mudança de comportamento, a recuperação e o lazer na comunidade:
Administrar uma empresa, me interessei quando comecei a trabalhar [...] antes era vagabundo, agora não sou mais. (A9)
[Escola] Lugar onde você aprende, se diverte, faz tudo. (A6)
Podiam construir um lugar para recuperar os adolescentes [...] deviam dar tratamento, futebol, estudo. (A1)
Assim, os mecanismos de superação apresentados pelos participantes da pesquisa demonstram a fragilidade de aparatos sociais de desenvolvimento comunitário.
Discussão
Os achados permitiram compreender os principais fenômenos sociais que incidem sobre os adolescentes e os colocam em situação de vulnerabilidade social. Os participantes expuseram um contexto social marcado por limitações de acesso a serviços sociais básicos, por violência difusa na comunidade e, ainda, pela inserção consistente no fenômeno das drogas, evidenciado pelo uso e/ou pela vivência no tráfico de drogas. Esses resultados se assemelham a de outros estudos, sendo um brasileiro e outro dos Estados Unidos da América11,12. Nesses trabalhos, os participantes estavam associados a atos infracionais, vulnerabilidade social e baixa escolaridade, sendo a maioria negros e pardos, residentes em comunidades marcadas pela ausência do Estado e que encontraram suporte no uso e/ou no tráfico de drogas.
No contexto comunitário, a rua foi apresentada como local de diversão e de susceptibilidade à violência, sendo esta concebida como própria às relações entre os membros, expressa em assaltos e assassinatos, por vezes cometidos por outros adolescentes, ou presente nas abordagens policiais. A violência policial, inclusive, emergiu como produtora de significados que posicionavam as figuras policiais como agentes de opressão e medo.
A coexistência em ambientes estressores e marginalizados, como na comunidade investigada, é, por si só, entendida como uma violação aos direitos humanos básicos, pois vitimiza os sujeitos, na medida em que lhes é inviabilizado o acesso aos mecanismos de inserção e coesão social13-15. Nesses ambientes, a violência provoca vítimas diretas e, com frequência, incide indiretamente sobre crianças e adolescentes, resultando em sofrimento psíquico crescente13. Isso, certamente, provocará graves repercussões na solidificação dos valores dessas vítimas, as quais futuramente podem se tornar agentes de violência11.
A violência vivenciada pelos adolescentes do estudo está relacionada a diferentes formas de agressão, por exemplo, o racismo. A segregação racial naturalizada na sociedade brasileira contribui para a segregação do preto ou pardo à pobreza, com limitado acesso ao desenvolvimento social, e materializa-se nos índices de mortalidade precoce e violenta de adolescentes, cujo principal cenário é a rua11,14.
No ambiente comunitário fragilizado, o acesso ao esporte e ao lazer é escasso e faz da rua local passível de construções sociais. Contudo, também na rua, os sujeitos tornam-se suscetíveis à violência, direta ou indireta, praticada por outros adolescentes, adultos aliciadores e até mesmo, em algumas circunstâncias, pela polícia. A violência evidenciada possui uma particularidade, pois incide, em especial, sobre adolescentes pretos e pardos e do sexo masculino16-19.
No Brasil, no ano de 2013, a taxa de homicídio de adolescentes pretos e pardos com idade entre 16 e 17 anos foi 173% maior do que a referente a jovens brancos na mesma faixa etária. Quando observado o recorte de sexo, alguns estudos apontam para uma concentração de vítimas de homicídios na população de adolescentes e adultos jovens do sexo masculino16,18,20-23. Esses dados vão ao encontro deste estudo, cujos sujeitos de pesquisa foram, em grande parte, do sexo masculino e previamente reconhecidos pelo SUAS como potencialmente vulneráveis. Os diferentes estudos denunciam a violência seletiva e a importância de políticas públicas específicas a este público, além de eficazes e equânimes18,23.
Os discursos dos participantes sinalizaram comportamentos antagônicos, pois ora se posicionavam como vítimas de diversas formas de violência, ora como agressores, aspecto evidenciado por falas homofóbicas. A homofobia advém da construção social, histórica, comunitária, familiar e religiosa que, sustentada em ideais machistas e misóginos, fortalece ideias heteronormativas que impõem relações de poder e saber sobre os sexos24. Estudo que investigou as concepções homofóbicas de adolescentes evidenciou tolerância moderada em relação à homossexualidade25.
A violência sofrida nos ambientes educacionais foi representada por agressões físicas, verbais, assédio sexual e negligência de professores e gestores educacionais. Entretanto, pontua-se que a violência que adentra o ambiente escolar retrata a violência externa às instituições educacionais e às relações interpessoais nesse ambiente. Assim, os eventos violentos que ocorrem nesses espaços estão interligados a um complexo fenômeno social e multidimensional, que viola os direitos humanos, afeta todas as estruturas sociais e concorre para danos na constituição psicossocial do adolescente13,26,27.
Igualmente, a violência intrafamiliar está associada às influências dos fatores político, sociais e culturais que geram desigualdades, característicos de sociedades vulneráveis, e interferem no grau e na qualidade da inserção relacional da família e, consequentemente, do adolescente. Assim, uma vez que o sujeito não encontra o suporte necessário para superar as limitações cotidianas, estará fragilizado diante de fenômenos como a violência e o uso de drogas28-30.
O consumo de drogas entre os adolescentes não ocorre eventual e/ou aleatoriamente, mas está associado a fatores socioambientais distribuídos nos espaços e dimensões da vida. Esse fenômeno relaciona-se à violência, ao uso de substâncias ilícitas pelos pais, ao baixo rendimento escolar, ao vínculo escolar enfraquecido, à tolerância ao consumo de drogas na comunidade, ao baixo nível de informação sobre drogas, à necessidade de expressão de poder e à baixa autoestima31,32.
Em populações vulneráveis, como na comunidade investigada, a frágil coesão social introduz esses sujeitos em práticas delinquentes, como o tráfico de drogas, a violência e o roubo, aspectos que repercutirão na vida adulta33.
Neste estudo, a maconha foi identificada como a substância ilícita mais consumida, com evidência entre os adolescentes do sexo masculino. No Brasil, também é a principal substância ilícita consumida, especialmente entre adolescentes, sustentada pela constante presença nas comunidades e pelos diferentes significados que, por vezes, antagonizam o sentido de “droga”, simbolizando a resistência à repressão e à condição social; e a fuga da realidade de violência, exclusão e sofrimento2.
A complexidade dos fenômenos das drogas e da violência, neste estudo, encontra-se na forte relação existente entre ambos, uma vez que o uso de drogas e o narcotráfico representaram fuga da realidade e da violência, mas a simples presença dessas substâncias ou de simbologias associadas à maconha concorre para eventos violentos e opressores, dados que diferem de outro estudo34. As abordagens contraditórias ao uso de maconha podem ser explicadas pela ressignificação que o fenômeno sofreu nas representações morais e normativas na sociedade, fato que, como ocorreu na comunidade investigada, gera ou forja demarcações de grupos e localidades, determinadas por estereótipos, como da população negra da periferia35.
A adesão ao uso da maconha é ainda determinada por fatores inerentes aos contextos social e familiar, com evidência para o potencial preditor do envolvimento do sujeito com pares e o vínculo familiar36,37. O consumo de substâncias psicoativas, em maior ou menor grau, potencializa a vulnerabilidade social de adolescentes, na medida em que afeta a saúde, a inclusão social e o desenvolvimento saudável; coopera para o fracasso estudantil e para as rupturas com o emprego e a família; e fragiliza o sujeito diante da violência e do crime28.
Assim como o início do uso de drogas, a inserção do adolescente no tráfico de drogas, prática delinquente, é um fenômeno multifatorial, o qual, como um mecanismo paralelo, visa à superação das limitações sociais, somada à necessidade de imposição e reconhecimento perante a comunidade38. Em Estados desiguais, a inexistência de igualdade de acesso aos bens e às possibilidades; e a concomitante ausência de garantia de direitos alimentam vias paralelas que garantem a sobrevivência tanto no trabalho informal – como no comércio ilegal e no narcotráfico – quanto nas práticas antissociais – como o roubo. Esses sintomas sociais, quando perduram por longos períodos, contribuem para anomia social e sintomas de ansiedade e medo nas populações, que precedem condutas desviantes11,15.
O sintoma de anomia pôde ser observado no grupo de adolescentes quando expressaram as incertezas e inseguranças por meio das expressões “sobreviver” e “encarar a realidade”, ainda que ambas também denotem motivação para superar as adversidades. Os mecanismos utilizados para a superação foram: a família, com evidência para a figura materna, e, por um olhar apurado dos dados, o narcotráfico. O envolvimento com o tráfico de substâncias psicoativas não se esgota na necessidade de renda, mas se sustenta na ânsia por identidade social39, autoestima e função, mesmo que distante da ética e da moral40.
O trabalho ocupou um vasto espaço na vida dos participantes, que demonstraram a centralidade da atividade laboral nos momentos em que a definiram como mecanismo de sobrevivência e identidade social, necessários para a conformação familiar. Nos aspectos apresentados, outro estudo evidenciou o reconhecimento do trabalho por parte dos adolescentes como via de desenvolvimento e recuperação de valores e inserção social41. Contudo, para adolescentes em vulnerabilidade, que dispõem de limitados meios de acesso ao mercado de trabalho e, ainda, apresentam dificuldades para conciliá-lo com os estudos, o abandono escolar é uma escolha fácil, que fragiliza o indivíduo para o desenvolvimento social.
O estudo para os adolescentes ocupou um espaço paradoxal: eles apontaram a formação acadêmica como imprescindível para a verticalização no mercado de trabalho, ao passo que apontaram graves limitações no acesso à formação universitária, o que culminaria no abandono estudantil e inviabilizaria a ascensão social e o alcance das metas de vida. A limitação no acesso à educação e a qualidade nas relações educacionais alimentaram a anomia e a ansiedade, o que justificou, para alguns, a violência e a ascensão social pelo narcotráfico.
A anomia, observada nos dados, reflete a falência governamental na garantia de direitos para crianças e adolescentes estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)42. O fracasso das políticas para a infância e a juventude acirra as desigualdades e a exclusão, uma vez que não há vias estabelecidas eficazes para a garantia de direitos fundamentais. Nesses contextos, é possível identificar desvios das normas sociais e pessoas inábeis para as relações sociais. Com esses sintomas, as fragilidades das comunidades mais excluídas são agravadas11,13.
Entre os fenômenos de superação e vínculos positivos, a família representou outro pilar para a sustentação do desenvolvimento de crianças e adolescentes, com evidência para a figura materna, detendo a função de desenvolver as habilidades sociais dos filhos. As habilidades sociais são compreendidas como comportamentos que colaboram para o desempenho socialmente competente em tarefas interpessoais, com alta perspectiva de efeitos positivos para o indivíduo, grupo e comunidade43, o que repercutirá no enfrentamento às adversidades que possam surgir no decorrer do desenvolvimento39.
Assim como a família, o esporte apresentou-se como outro elo positivo para os adolescentes, momento de lazer, descontração e convívio social. As atividades esportivas agregam funcionalidade ao cotidiano e auxiliam no desenvolvimento de vínculos positivos, habilidades sociais e afetivas, exercício da autonomia, tomada de decisão, criatividade e independência, os quais favorecem a inserção na educação e no trabalho44. Desse modo, essas atividades devem ser estimuladas como ferramentas imprescindíveis para a superação da vulnerabilidade e para a coesão social.
No presente estudo, um mesmo ambiente, ou fenômeno, frequentemente exerceu funções ambíguas. A escola, apesar de compreendida como necessária, foi descrita como local de opressão pelos participantes, e a família, principal fator de apoio à superação, foi relacionada à presença de drogas e violência, que igualmente fragilizaram os vínculos e expuseram os adolescentes ao desequilíbrio, à vulnerabilidade e à exclusão social45. Com o enfraquecimento desses contextos, somado a políticas ineficazes para a garantia de direitos, o equilíbrio do desenvolvimento social fica comprometido, uma vez que os adolescentes não encontram a estabilidade necessária para a superação e adentram na zona de vulnerabilidade social5.
Conclusões
Os resultados deste estudo permitem compreender a vulnerabilidade social do adolescente atendido em uma unidade de CRAS segundo suas próprias vivências. Também foi possível observar alguns fatores componentes de um complexo multifatorial que condicionam esses adolescentes à vulnerabilidade, os quais devem ser considerados e valorizados para o avanço de políticas públicas que visam à proteção social.
Assim, a compreensão dos fenômenos apresentados neste estudo poderá subsidiar novas estratégias, para que os direitos ao desenvolvimento saudável na adolescência sejam garantidos, com especial atenção às áreas de seguridade social: saúde, educação, assistência social e, ainda, segurança pública.
Recomenda-se que as abordagens aos adolescentes, em especial aos de comunidades vulneráveis, sejam construídas pautadas nas abordagens multiprofissionais, com olhar ampliado, protetivas e intersetoriais.
Este estudo apresenta algumas limitações. Os dados podem ter sofrido interferência pela participação prévia dos sujeitos da pesquisa no ambiente do CRAS, uma vez que alguns já eram acompanhados anteriormente e receberam atendimento das orientadoras sociais. Porém, entende-se que, apesar disso, os resultados são consistentes e traduzem um contexto complexo e multifacetado da vulnerabilidade social do grupo estudado, que, certamente, corresponde a outros grupos, ainda que considerando as especificidades de suas características geográficas e sociais.
Agradecimento
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).
Referências
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NM
Soto-Crespo
JG
Vega-Molina
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Coll
CG
Bronfenbrenner’s bioecological theory revision: moving culture from the macro into the micro
Perspect Psychol Sci
2017
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Informed grounded theory
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citado 11 Nov 2019
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O perigo de ser jovem e negro no Brasil: um olhar sobre a adolescência numa perspectiva racial
Norus
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Nardi
FL
Filho
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Dell’Aglio
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Predictors of antisocial behavior in adolescents
Psicol Teor Pesqui
2016
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Trindade
RFC
Costa
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Map of homicides by firearms: profile of the victims and the assaults
Rev Esc Enferm USP
2015
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Violência, militarização e “guerra às drogas
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Souza
TO
Ramos
ERS
Pinto
LW
Evolução da mortalidade por homicídio no Estado da Bahia, Brasil, no período de 1996 a 2010
Cienc Saude Colet
2014
19
6
1889
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Mapa da violência 2011: os jovens do Brasil
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Mapa da violência 2012: crianças e adolescentes do Brasil
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Waiselfisz
JJ
Juventude viva: homicídios e juventude no Brasil. Mapa da violência
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DA
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“Eu não suporto isso: mulher com mulher e homem com homem”: analisando as narrativas de adolescentes sobre homofobia
Currículo Front
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2011
citado 26 Dez 2019
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Concepções homofóbicas de estudantes do ensino médio
Psicol USP
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Violência ‘na’ e ‘da’ escola: concepções de professores e alunos adolescentes
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A not-so-grim tale: how childhood family structure influences reproductive and risk-taking outcomes in a historical U.S. population
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Family and peer predictors of substance use from early adolescence to early adulthood: an 11-year prospective analysis
Addict Behav
2012
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How family resources affect materialism and compulsive buying: a cross-country life course perspective
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As rodas culturais e a “legalização” da maconha no Rio de Janeiro
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A ambivalência no campo das drogas: uma análise das representações de álcool e maconha
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citado 14 Mar 2019
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The role of general parenting and cannabis-specific parenting practices in adolescent cannabis and other illicit drug use
Drug Alcohol Depend
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A relação entre o desenvolvimento de adolescentes relacionado ao esporte coletivo
Rev Bras Futsal Futebol
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2011
citado 16 Abr 2019
3
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Famílias em território vulnerável e motivos para o não uso de drogas
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Articles
“Surviving”: social vulnerability experienced by suburban adolescents*
0000-0002-7746-006X
Oliveira
Patrícia Carvalho de
(a)
0000-0002-4275-0171
Reis
Mary Lopes
(b)
0000-0003-3252-3351
Vandenberghe
Luc
(c)
0000-0003-1467-3866
Souza
Márcia Maria de
(d)
0000-0001-6979-3211
Medeiros
Marcelo
(e)
(a)
Brasil
Departamento de Áreas Acadêmicas, Campus Águas Lindas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Rua 21, Área Especial 4, Jardim Querência. Águas Lindas de Goiás, Goiás, Brasil. 72910-733. <patrícia.oliveira@ifg.edu.br>
(b)
Brasil
Departamento de Áreas Acadêmicas, Campus Goiânia Oeste, IFG. Goiânia, Goiás, Brasil.<mary.reis@ifg.edu.br>
(c)
Brasil
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil.<luc.m.vandenberghe@gmail.com>
(d,e)
Brasil
Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <marcia.fen@gmail.com> <marcelo@ufg.br>
Author contributions
All the authors actively participated in all the phases of creating this manuscript.
Qualitative study, theoretically based on Castel’s “Social Vulnerability” concept and, methodologically grounded on the constructivist perspective of the Grounded Theory. The objective was to understand, from the perspective of the bioecological model of human development, social phenomena experienced by adolescents who were assisted at a reference social assistance center. The strategies used for data collection were observation and interviews in focus groups. The theoretical sampling consisted of ten meetings, which were held between August and December 2015, with twenty adolescents. The analyzed data show the existence of a multifactorial complex in the family and community dynamics, which subjects the adolescents to oppression or to overcoming their limitations, explained in the central phenomenon “surviving”. In conclusion, the understanding of contradictions inherent to these adolescents’ reality may provide strategies to promote their rights to healthy development.
Health vulnerability
Violence
Adolescents
Anomie (social)
Introduction
Adolescence is a phase of biological, psychological and social transition, between childhood and adult life. It is a historical-social construction that is influenced by the social dynamics in the different contexts and cultural trends in which a person develops. These influences, in turn, interfere in the development of personality, and, consequently, the behavior of adolescents, who throughout the socialization process, seek to achieve an adult status that is in accordance with the environment in which they live. Even though some changes are common to most adolescents, socioeconomic determinants expose them to illness and marginalization in particular ways1website access codes, or print supplements that may come packaged with the bound book. Helps students understand how culture impacts development in adolescence and emerging adulthood. Grounded in a global cultural perspective (within and outside of the US.
The communities in which they live and develop are important social determinants. From this point of view, in lower-income communities, lack of social resources and social inequality contribute to the emergence of violence, drug trafficking and the weakening of family and community ties, which directly affect the most vulnerable individuals: adolescents. These environments represent unsuccessful public policies and their failure to ensure the rights of those who live in these communities2,3and assessing associated factors. METHOD: The Brazilian survey PeNSE (National Adolescent School-based Health Survey.Lack of social and family support can also be partially associated with the inability of many adolescents facing the misfortunes of delinquent, antisocial, and even violent practices experienced with peers and in the community environment4. ln this context, the support of schools, social services and health institutions is essential to avoid social exclusion5. However, the fragmented outlook on the phenomena that condition social vulnerability contributes to these uncoordinated, one-off, and not rarely, flawed actions. Thus, it is important to become familiar with the perspective of adolescents themselves, since they experience vulnerability in their daily lives and, therefore, are in a better position to talk about the functioning of the context inherent to these vulnerabilities.
This study was based on the bioecological theory of human development (BTHD)6, which uses the process-person-context-time model as its framework. Process is defined as the dynamics of an individual with their biological, cognitive, emotional and behavioral characteristics in a given context. The context is the interconnected system of the ecology of human development and is formed by the microsystem, mesosystem and macrosystem6. The last item, time, is understood as the chronosystem, moderating changes throughout one’s life course.
The BTHD model expands on the understanding of researchers about the economic, institutional, and cultural interactions in different contexts, including socially vulnerable communities. These are marked by a fragile economy, weakened social integration mechanisms and family ties, permeated by work relationships.
The following research question guided the present study: What are the main social phenomena experienced by adolescents assisted at a reference social assistance center? The objective was to understand the social phenomena experienced by adolescents who were assisted at a reference social assistance center in the metropolitan region of Goiânia, Goiás, Brazil, from the perspective of the bioecology of human development.
Method
Typology
This was a qualitative study based on the grounded theory (GT), a constructivist approach. Grounded theory brings researchers closer to the phenomenon with the goal of extracting the perceptions and meanings given by subjects to a context or object7. Constructivist GT provides guidelines about how to organize, analyze, and understand research data within the scope of its geographic, ideological, and cultural context, according to a theory that explains the studied phenomenon, what it means to the participants, and how they deal with this phenomenon8.
Location
The study was conducted in a reference social assistance center in the urban periphery of the metropolitan region of Goiânia, Goiás, Brazil. At the time of data collection, the unit was open to the surrounding community, which was in precarious social and infrastructural conditions.
Reference social assistance centers (CRAS) are municipal units and are considered the entryway into the Brazilian Unified Social Service System (SUAS), which aims to assist socially vulnerable individuals. Thus, their services are allocated in territories with high rates of vulnerability and aim to coordinate and provide basic social protection programs and projects9.
Sampling and data collection
The participants were selected after a meeting with parents or legal guardians, CRAS professionals and the research team. The adolescents who were assisted at the CRAS were invited to participate in focus groups, scheduled between August and December 2015. The setting selected for the meetings fit between 15 and 20 people.
Inclusion criteria were adolescents 13 years old or older, enrolled in and attending school, and who were assisted by the basic protection services of the municipality’s social service system. Adolescents under the age of 13 were excluded.
Because of the way the service functioned, new participants were included at different times of the study, as they were registered with the CRAS. Thus the group was open to new members and there was no minimum frequency attending the meetings required in order to ensure the maximum use of data10. The meetings lasted an average of two hours, with groups of six to ten participants. In all, twenty adolescents 13 to 18 years old participated, of which 15 were male and five, female.
The meetings were mediated by the following guiding question: “What is your perception of being an adolescent in this community?” An author of this article, who did not have any previous relationship with the participants, conducted the focus groups with the help of two research assistants. The data were registered using a digital voice recorder and then fully transcribed after each meeting. These transcriptions were complemented by the notes of the assistants who were trained to record all of the group’s movements, including what they said. The sample of twenty participants was obtained over ten meetings, considering theoretical data saturation7, i.e., when no new information emerged, coinciding with the predicted period for carrying out the study.
Participants were identified by the letter “A” followed by the number of the order in which they entered the group, thus ensuring anonymity.
Data analysis
Data analysis looked for patterns of similarities and differences among the data according to the comparative method proposed by GT. This method is a dynamic process of data collection and comparative analyses among codes, codes and concepts, and concepts and categories, whether from the same interview or different interviews.
During coding, the data fragments are categorized concisely so as to represent the information. In GT, coding involves two phases: open coding, in which categories are formed, and axial coding, in which codes are organized and there is continuous comparison among the data. In axial coding, the codes can be created and/or objectified in broad categories, as presented in Table 1.
Frame 1
Representation of groups of theoretical categories, categories and subcategories
Theoretical Category
Category
Subcategory
Living with the paradox of drugs: pleasure, overcoming, and oppression
Causal condition of oppression
Violence that originates from symbols of drugs
Use that leads to addiction
Violence inherent to drugs
Drugs as a means to social success
Trafficking to complement income
Trafficking as a job
Meanings of use through pleasure and relief
Drugs provide pleasure
Drugs to escape reality
Using drugs to socialize
Axial analysis grouped codes by conceptual divergences and similarities and led to the definition of the categories’ concepts and properties. The analysis included memos and diagrams representing the categories. Last, theoretical coding integrated the categories and concepts, in addition to translating the phenomenon observed in the data. The analysis yielded three theoretical categories, which will be presented below7.
Ethical aspects
This study was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Goiás (UFG), under protocol no. 432.008, in accordance with Resolution 466/2012 of the National Health Council. Parents or legal guardians were invited to a meeting in which the objectives, risks and benefits of the present study were presented. After the meeting, the parents were given free and informed consent forms to sign. Similarly, the parents or legal guardians of the adolescents who entered the group later were instructed about the study and also received the consent forms to sign.
Results and discussion
The findings provide an understanding of the main social phenomena that adolescents experienced, revealing a complex system of factors and phenomena. These are interconnected, surpassing social vulnerability and coming together to form the central phenomenon, “surviving”, as shown in Figure 1.
Figure 1
Relationship between central category “Surviving: adolescent subject floating between social oppression and overcoming life”, and secondary phenomena.
The following three important phenomena were identified: “Experiencing violence in the sociocommunity and family context”; “Living with the paradox of drugs: pleasure, overcoming, and oppression”; and “Seeking to overcome”, which sustained the phenomenon “Surviving: adolescent subject floating between social oppression and overcoming life”.
The data point to the presence of a dynamic in community and family contexts composed of factors that limit adolescents’ social development, represented by the central phenomenon “Surviving”. Adolescents float between oppression and overcoming, a process that results in either the breaking of bonds or social cohesion. In this dynamic, often the same factor (school, family, and gangs) can take on a meaning related both to oppression and overcoming.
The phenomena described above will be detailed and sustained in the concepts and categories that emerged in the representations of adolescents of their community setting and family life and their intervening and contextual factors.
Experiencing violence in the sociocommunity context
The violence experienced by adolescents was represented by demonstrations of homophobia, racism, sexism, sexual harassment, and physical violence. It was present in their families, schools, in the community, and in incipient public security policies. Furthermore, adolescents used violence as a relational mechanism.
The participants viewed this phenomenon in the forms of physical and psychological violence. The latter was associated with drug use or drug trafficking of marijuana, the presence of marijuana symbols and associated objects, music, and images on clothing. Violence inherent to the drug represented a causal and intervening complex, present in their main social environments, family and school, in addition to the community in general. In the community, the adolescents suffered police actions motivated by suspicion in involvement in drug use or trafficking, which was aimed primarily at the boys:
[...] The guy came up slowly, then when he saw him, he tried to run, tripped and fell, then the guy came and shot him in cold blood, “Ta! Ta!” in the head [fact that occurred in the square] [...] He [the police officer] [...] made him hold it like this, he got the lighter and started burning his bracelet [...] when he got close to his finger, the officer asked: ‘Is it burning little boy?’ ‘Is it? [...]’ ‘hold it some more then [...]’. (A6)
Violence in family relationships was associated with the presence of drug trafficking and drug use. In one instance, the main person involved was the brother of one of the participants:
I’m afraid of my brother [...] (A14)
[...] Because his brother hits her [...] (A6)
[...] he got beaten and the officer told me to go in [...]. My brother was beaten because he was selling drugs. (A14)
Furthermore, there was physical and verbal aggression, negligence, sexual harassment, and discrimination in the school environment, which was defined as a space of conflict and also a place for drug use initiation:
The teacher told him to put away his phone and he said: “I won’t put it away and you just stay quiet or else I’ll shoot you.” (A6)
I told the coordinator, but because [the teacher] was an older teacher he couldn’t do anything, and he also told me to use more “well-behaved” clothes. (A7)
Forms of violence through racism and homophobia were observed among the adolescents:
Being black is a reason to be discriminated [...] If you’re already black, damn [...] Look at all the nicknames! (A6)
I feel angry at gay people. (A2)
We don’t want those people around! [...] But I’m not prejudiced! (A9)
The participants reported having daily experiences with violence. Furthermore, they had naturalized and accepted certain forms of violence, such as homophobia, and thus they were sometimes perpetrators of violence, and at others, victims.
Living with the paradox of drugs: pleasure, overcoming, and oppression
The second phenomenon deals with the experience of drugs for adolescents in situations of social vulnerability. It unfolds into the meanings of use for pleasure, relief, drugs as a means to social success, and the causal condition of oppression.
The meanings of use for pleasure and relief were attributed to feelings of sadness, depression, and peer pressure:
I think because of depression [...] I’m not going to blame my friends [...] but I can’t say they didn’t offer it to me [...] (A16)
They use it [marijuana] to calm down, chill out [...] (A3)
Another meaning identified in this phenomenon was the concept of drugs as a means of social success, translated in the opportunity of earning money through trafficking, associated to the understanding of trafficking as a job, or as a form to complement income, as seen in the following excerpts:
[...] Some people make 500 reais a month! You can survive if you don’t have a family [...] That’s why traffickers earn an average of 15 grand a month doing practically nothing! (A6, A4)
The phenomenon of drugs as a causal condition of oppression was the main one, reported by the participants in all social and family settings. The meanings of use and trafficking were identified as causal mechanisms: use that leads to addiction. At other times, they were intervening mechanisms: violence inherent to drugs, or contextual mechanisms, violence that originates from symbols of the drug. Oppression was presented in different forms of violence (physical psychological, prejudice, perpetrated especially by public authorities, such as police officers):
[...] If drugs get into the family, it destroys the family [...] (A1)
When the police see the boys who wear these bracelets, they rip them off because they think they are all involved in traffic (A4)
He’s been there two years, he’s my colleague [...]. (A4)
Go back again, right [...] His cycle [...] he went back to what he used to do [traffic]. (A6)
The complexity of the drug phenomenon, was, therefore, translated in the meanings attributed by the adolescents as a “means to success” and “causal condition of oppression”, in this case, associated primarily with police brutality.
Seeking to overcome
The search for overcoming daily adversities was represented in the categories “facing reality” and “surviving”:
I want to live, but I survive [...] surviving is bad [...] (A7)
Mechanisms for overcoming were associated with family, especially mothers, work, and sports, which represent supportive ties that help them resist community pressures that worsen their relationships with drug use and/or trafficking and with violence.
Family was described as a source of protection, with expressions of positive affection and bonds, especially with the mother figure.
There I have my father, my mother, my siblings [...]. I love my mother [...] I trust my mother; I talk to her [...] I get home at night [...] and I hang around talking to her [...] I tell her everything. (A1)
Work, school, and sports were described as ideal mechanisms for social insertion, behavioral change, recovery, and leisure in the community:
Managing a business, I got into it when I started working [...] before I was a bum, but not anymore. (A9)
[School] “A place where you learn, have fun, do everything. (A6)
They could build a place to recover adolescents [...] They should provide treatment, soccer, school. (A1)
Thus, the mechanisms for overcoming mentioned by the participants show the frailty of the social apparatus for community development.
Discussion
The findings provide an understanding of the main social phenomena experienced by the adolescents and that place them in situations of social vulnerability. The participants exposed a social context marked by limited access to basic social services, violence disseminated among the community, and the consistent insertion of the drug phenomena, as shown by the use and/or experience of drug trafficking. These results are similar to those of two other studies, one conducted in Brazil and the other in the United States11,12. In these investigations, the participants were youth offenders from socially vulnerable backgrounds and low education levels. Most were black or brown, residing in communities marked by the absence of the state and who found support in drug use and/or trafficking.
In the community context, the streets were presented as a place for leisure and susceptibility to violence, which was conceived as inherent to the relationships among members. Violence was experienced in assaults and murders, which were sometimes committed by other adolescents and at other time, in police interventions. Police brutality emerged as a producer of meanings that placed police figures as agents of oppression and fear.
In itself, the experience of stressful and marginalized environments, such as in the community investigated in the present investigation, is understood as a violation of basic human rights. This situation victimizes individuals, while hindering their access to mechanisms of social insertion and cohesion13-15. In these environments, violence has direct victims, while often indirectly affecting children and adolescents, resulting in increased psychological suffering13. This leads to severe repercussions when it comes to solidifying these victims’ values, who may become future agents of violence11.
The violence experienced by the adolescents in this study was related to different forms of aggression, one being racism. Naturalized racial segregation in Brazilian society contributes to segregating black or brown people into poverty, limiting their access to social development. This is materialized in the premature and violent mortality rates of adolescents, whose main setting is the streets11,14.
In a weakened community setting, access to sports and leisure is scarce, and therefore, the streets become a place of social constructions. However, the streets also make individuals susceptible, directly or indirectly, to the violence practiced by other adolescents, by recruiting adults, or by even the police in some circumstances. This violence affects mainly black and brown male adolescents16-19.
In 2013, the rate of homicide of black and brown adolescents between the age of 16 and 17 in Brazil was 173% higher than that of white males of the same age. In terms of gender, some studies show a concentration of homicide victims among the population of male adolescents and young adults16,18,20-23. These data corroborate those of the present study, whose research subjects were, for the most part, male, and previously recognized by the SUAS as potentially vulnerable. These different studies report selective violence and the importance of public policies that are not only specific for this public, but also effective and fair18,23.
The participants expressed antagonistic behaviors: at times they were victims of different forms of violence; at others, they were perpetrators, an aspect perceived in their expressions of homophobia. Homophobia is a social, historical, community, family, and religious construction, which, sustained by misogynistic and sexist ideals, strengthens heteronormative ideas that impose relationships of power and knowledge about the sexes24. One study that investigated the homophobic conceptions of adolescents found moderate tolerance to homosexuality25obtidos pelo uso de uma escala Likert, foram analisados por uma técnica estatística multivariada. Análise fatorial foi realizada, e seis fatores (extraídos pelo método das componentes principais e o método de rotação oblíqua.
The violence suffered in schools was represented by physical and verbal aggression, sexual harassment, and the negligence of teachers and educational managers. However, violence present in the school environment is a reflection of the violence external to these institutions and the interpersonal relationships in this environment. Thus, violent events that occur in these settings are interconnected to a complex multidimensional phenomenon that violates human rights, affects all social structures, and contributes to damaging the psychosocial constitution of adolescents13,26,27.
Equally, intrafamilial violence is associated with the influences of political-social and cultural factors that generate inequalities, characteristic of vulnerable societies, and interfere in the level and quality of the relational insertion of families, and, consequently, adolescents. Thus, when individuals do not find the necessary support to overcome daily limitations, they are more fragile before phenomena such as violence and drug use28-30.
Drug use among adolescents does not occur occasionally and/or randomly; rather, it is associated with social-environmental factors distributed over the spaces and dimensions of life. This phenomenon is related to violence, the use of illegal substances by parents, low performance at school, weak ties with schools, a community’s tolerance to drug consumption, low level of information about drugs, the need to express power, and low self-esteem31,32especially in industrialised societies. One hypothesis which could explain such findings is that parental investment is likely to be diluted in families without both natural parents. Most empirical studies have examined the influence of only one type of family disruption or composition (e.g. father absence.
In vulnerable populations, such as the one in the present study, weak social cohesion introduces these subjects to delinquent practices, such as drug trafficking, violence, and stealing, aspects that will have repercussions into their adult life33.
In the present study, marijuana was identified as the most consumed illegal substance, as shown by the male adolescents. In Brazil, it is also the main illegal substance consumed, especially among adolescents, sustained by the constant presence in communities and the often antagonistic meanings that attributed to “drugs”, symbolizing things such as resistance to repression, social condition, and an escape from the reality of violence, exclusion, and suffering2.
The complexity of the phenomena of drugs and violence, in this study, was displayed in the strong relationship between both. Drug use and trafficking represented an escape from reality and violence, but the simple presence of these substances or the symbology associated with marijuana also contributed to violent and oppressive events, data that differ from those of another study34. The contradictory meanings given to the use of marijuana can be explained by the resignification that the phenomenon has undergone in the moral and normative representations of society, a fact that, as occurred in the investigated community, generates or forges demarcations between groups and places, determined by stereotypes, such as that of the black periphery population35.
Adherence to marijuana use is also determined by factors inherent to the social and family contexts, and is evidence of the predictive potential of an individual’s involvement with their peers and family ties36,37and 2. The use of psychoactive substances, to a lesser or greater extent, enhances social vulnerability of adolescents, affects health, social development, and healthy development. Furthermore, it contributes to student failure, ruptures with jobs and family, while also weakening individuals against violence and crime28.
Similar to initiation to drug use, the insertion of adolescents into the criminal practice of drug trafficking is a multifactorial phenomenon. As a parallel mechanism, it is a form to overcome social limitations, as well as a way to fulfill their need for affirmation and recognition in the community38. In states with inequality, lack of equality of access to goods and possibilities and the concurrent lack of guaranteed rights foster parallel pathways that ensure survival both in informal employment, illegal commerce, drug trafficking, and antisocial practices, such as theft. When such social symptoms last for long periods, they contribute to social anomie and symptoms of anxiety and fear in populations, which precede deviant behaviors11,15.
The symptom of anomie was observed in the group of adolescents when they expressed uncertainty and insecurities using the words “survive” and “facing reality”, even though both also denote motivation to overcome adversity. The mechanisms used for overcoming were family, with special mention to mothers, and, after a thorough reading of the data, drug trafficking. Being involved with the trafficking of psychoactive substances was not limited to the need for income, but was sustained by the longing for social identity39, self-esteem, and a having a role to play, even if distant from ethics and morals40.
Work occupied a large part of the participants’ lives, who demonstrated the centrality of work activities when they defined it as a mechanism for survival, social identity, and necessary for family conformity. Considering these aspects, another study showed that adolescents recognized work as a means for recovering values and social insertion41. However, for adolescents in situations of vulnerability, whose access to labor market is limited and who also have difficulties reconciling work with school, dropping out of school is an easy choice, weakening their social development.
For the adolescents in this study, school occupied a paradoxical position: they recognized that academic education was essential to being able to grow in the labor market; however, they also mentioned severe limitations in accessing a university education, which culminates in student dropout and hinders social ascension and the achievement of life goals. Limited access to education and the quality of educational relationships fostered anomie and anxiety, which for some, justified violence and social ascension through drug trafficking.
As observed in the data, anomie reflects government failure to ensure the rights of children and adolescents as established in the Brazilian Statute of the Child and Adolescent – ECA42. The failure of childhood and youth policies deepens inequalities and exclusion, because there are no effective established means to guarantee fundamental rights. In these contexts, it is possible to observe deviations from social norms and people who are inept at social relationships. These symptoms, increase the frailty of the most excluded communities11,13.
Considering the phenomena of overcoming and positive ties, family represented another aspect that supports the development of children and adolescents. This was exemplified by the figure of the mother, whose role is to develop her children’s social skills. Social skills are behaviors that collaborate towards competent social performance in interpersonal tasks, with a high perspective of positive effects for the individual, group, and community43, which will impact in how individuals cope with the adversities that may emerge throughout their development39.
Like family, sports was another positive tie for adolescents, a moment of leisure, fun, and social interaction. Sporting activities join functionality with everyday life and help in the development of positive bonds, social and affective skills, autonomy, decision-making, creativity, and independence, which favor insertion in education and work44. Thus, these activities should be encouraged as essential tools for overcoming vulnerability and fostering social cohesion.
In the present study, the same environment or phenomenon often played ambiguous roles. Even though school was understood as necessary, it was described as a place of oppression by the participants. Moreover, family, the main factor that supports their will to overcome, was associated with the presence of drugs and violence, which equally weakened ties and exposed adolescents to social exclusion45. The weakening of these contexts, together with ineffective policies to ensure rights, compromises the balance of social development, as adolescents cannot find the necessary stability to overcome this situation, entering the zone of social vulnerability5.
Conclusions
The results of the present study provide an understanding of the social vulnerability of adolescents assisted at a CRAS unit, according to their own experiences. The results also showed some of the factors that compose a multifactorial complex that conditions these adolescents to vulnerability. This complex should be considered and valued in order for social protection public policies to advance.
Thus, understanding the phenomena presented in this study can help underpin new strategies to ensure adolescents the right to healthy development, with special attention to the areas of social security, such as health, education, social services and public security. When working with adolescents, especially in vulnerable communities, it is necessary to adopt multiprofessional approaches, with a broad, protective, and intersectoral perspective.
A limitation of the present study is the fact that the data may have suffered interference because of the adolescents’ previous participation in studies in the CRAS environment. Some had already been assisted at the unit and received orientation from social counselors. However, the results are consistent and translate a complex and multifaceted context of social vulnerability in the studied group, which certainly corresponds to that of other groups, even considering the specificities of their geographic and social characteristics.
Acknowledgments
The authors would like to thank the State of Goiás Research Foundation - FAPEG.
Translator: Marluce Guedes
*
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). Chamada pública n° 006/12 – Pesquisa científica para enfrentamento das drogas lícitas e ilícitas no estado de Goiás.
Autoría
Patrícia Carvalho de Oliveira
Departamento de Áreas Acadêmicas, Campus Águas Lindas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Rua 21, Área Especial 4, Jardim Querência. Águas Lindas de Goiás, Goiás, Brasil. 72910-733. <patrícia.oliveira@ifg.edu.br>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de GoiásBrasil Águas Lindas de Goiás, Goiás, BrasilDepartamento de Áreas Acadêmicas, Campus Águas Lindas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Rua 21, Área Especial 4, Jardim Querência. Águas Lindas de Goiás, Goiás, Brasil. 72910-733. <patrícia.oliveira@ifg.edu.br>
Departamento de Áreas Acadêmicas, Campus Goiânia Oeste, IFG. Goiânia, Goiás, Brasil. <mary.reis@ifg.edu.br>IFGBrasilGoiânia, Goiás, BrasilDepartamento de Áreas Acadêmicas, Campus Goiânia Oeste, IFG. Goiânia, Goiás, Brasil. <mary.reis@ifg.edu.br>
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <luc.m.vandenberghe@gmail.com>Pontifícia Universidade Católica de GoiásBrasilGoiânia, Goiás, BrasilPontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <luc.m.vandenberghe@gmail.com>
Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <marcia.fen@gmail.com><marcelo@ufg.br>Universidade Federal de GoiásBrasilGoiânia, Goiás, BrasilFaculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <marcia.fen@gmail.com><marcelo@ufg.br>
Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <marcia.fen@gmail.com><marcelo@ufg.br>Universidade Federal de GoiásBrasilGoiânia, Goiás, BrasilFaculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. <marcia.fen@gmail.com><marcelo@ufg.br>
Todos os autores participaram ativamente de todas as etapas de elaboração do manuscrito.
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Figura 1
Relação da categoria central “Sobrevivendo”: flutuação do sujeito adolescente entre a opressão social e a superação de vida; e os fenômenos secundários
Quadro 1
Representação do agrupamento de categoria teórica, categorias e subcategorias
imageFigura 1
Relação da categoria central “Sobrevivendo”: flutuação do sujeito adolescente entre a opressão social e a superação de vida; e os fenômenos secundários
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table_chartQuadro 1
Representação do agrupamento de categoria teórica, categorias e subcategorias
Categoria teórica
Categorias
Subcategorias
Convivendo no paradoxo das drogas: prazer, superação e opressão
Condição causal da opressão
Violência advinda dos símbolos da droga
Uso que leva ao vício
Violência inerente à droga
Drogas como via para a superação social
Tráfico para complementação de renda
Tráfico como trabalho
Sentidos de uso pelo prazer e alívio
Drogas proporciona o prazer
Drogas para fuga da realidade
Usando drogas para a socialização
Como citar
Oliveira, Patrícia Carvalho de et al. “Sobreviviendo”: vulnerabilidad social vivida por adolescentes en una periferia urbana. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2020, v. 24 [Accedido 1 Abril 2025], e190813. Disponible en: <https://doi.org/10.1590/Interface.190813>. Epub 22 Abr 2020. ISSN 1807-5762. https://doi.org/10.1590/Interface.190813.
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