Buscando compreender as (in)visibilidade dos corpos não heteronormativos na educação médica, a qual sistematicamente sustenta seus discursos institucionais baseados na coerência biológica, olhei para o meu corpo gay , de médico e de professor, para compreender essa cultura e seus desdobramentos. O objetivo deste trabalho é discutir os enfrentamos institucionais iniciais para a realização de uma pesquisa autoetnográfica sobre a homoafetividade na formação e prática médicas. Compreendemos, com esse trabalho, o silenciamento imposto à subjetividade, à existência e à participação enquanto pesquisador-sujeito na “Ciência”. Assim, em meio a um grito emudecido de um corpo negado, com “entendimentos errôneos” pela sua “extrema subjetividade”, este texto representa uma ousadia em falar e romper com o silêncio mortificante que a suposta hegemonia “científica” impõe.
Ética em pesquisa; Medicina; Queer; Autoetnografia; Estudos culturais