Todos estão sentados, posicionados no formato de um círculo. A profissional olha na direção do participante que está falando. Depois que fala para o grupo, olha para todos e usa as mãos para ajudar a sua comunicação. Na formulação da pergunta sobre os benefícios, mostra expressões faciais de preocupação. |
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Profissional: Atualmente meu corpo é...?
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Carmen: Lindo, fala que é lindo para ficar.
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Elis e Madalena: [risos]
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Renívia: Então, sabe eu gosto dele, este é um problema?
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Profissional: Um problema?
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Renívia: Porque ele está gordo, só que eu não me vejo como ele é agora. Engraçado isso, você foi fazendo essas perguntas sobre o corpo e eu fui pensando, então, quando eu era criança eu sempre me achei gordinha, mas eu olho as fotos e eu não era gordinha, mas a imagem que eu tinha de mim era de gordinha [...]. A adolescência também me achava gordinha e eu olho as fotos e eu era magrinha [...] e atualmente a fase que eu mais gosto de mim é essa, apesar de estar gorda.
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Carmen: Mas você se sente gorda?
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Madalena: ela está contente
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Renívia: Eu só me sinto gorda quando eu tenho que fazer alguma coisa e me dá cansaço.
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Renívia: Eu não sei, eu assim me sinto gorda quando vou colocar uma roupa e sobra aqui, sobra ali, não gosto, mas não é uma relação; quando eu era mais nova eu tinha mais implicância por ser gorda [...] agora não tanto, não sei se isso é bom ou se é ruim.
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Madalena: Dizem que não é bom, viu, Renívia, isso não é legal, porque você tem que entender que você precisa melhorar, que é o meu caso.
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Renívia: Exato, por isso que eu falei "agora eu me sinto bem", não me sinto mal com este corpo, porém, ele não está bom, na real. Não é porque eu me sinto bem que ele vai ficar assim, entendeu? Por isso que eu falei não sei se é bom sentir isso. Eu sempre impliquei com o corpo [...] já fiz milhões de dietas, simpatias, já tomei remédio milhões de vezes, sempre porque que eu acho que estou acima do peso.
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Renívia: Então você viu, agora que eu estou gorda já não me acho tanto.
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Miriam: E agora que você se acha magra e está gorda.
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Profissional: Deu para a gente perceber o quanto a gente vai mudando, o nosso próprio corpo, vocês trouxeram "eu era magra e agora já não sou magra" e a gente foi percebendo que estas coisas elas foram mudando, tanto o nosso jeito de perceber como eu sou quanto a nossa própria saúde. A Madalena, por exemplo, trouxe que por algum momento as coisas mudaram e que a gente se encontra assim hoje e aí acho que fica a pergunta, enfim, estamos aqui, temos este corpo hoje [...] mas, também vamos pensar o que de benefício podemos tirar disso? Podemos tirar algum benefício? [...] Será que conseguimos pensar alguma coisa?
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Lívia: A busca de dentro de cada um porque essas coisas que acontecem, ouvindo a história da Renívia, mesmo a minha, da Elis, da Madalena, a gente passa a vida naquela correria do dia a dia, e a gente não faz uma introspeção assim para dentro de nós mesmos. Por que aconteceu isso? Por que comi exagerado ali? [... ] Por que muitas vezes eu deixei de cuidar de mim e só cuidei dos outros? Então, estes momentos, no caso dela [Madalena], e de monte de nós aqui, a gente às vezes em algum momento da vida a gente deixou de olhar para a gente e olhou para fora.
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Profissional: Uhum, acho que fica o recado da Lívia para a gente se olhar, se perceber melhor, identificar este benefício, este lado positivo porque eu acho que isso vai ajudar a gente a ficar mais forte para a gente conseguir trabalhar, por exemplo, com as nossas metas de mudança de alimentação [...]. De perceber então: onde eu posso melhorar? Qual é a minha dificuldade? O que, então, eu preciso fazer para superar esta dificuldade? Porque só a gente se olhando, como a Lívia trouxe, que a gente vai conseguir superar isso [...].
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