A atenuação dos limites público-privado, típica da contemporaneidade, favorece a migração de demandas entre as esferas profissional e doméstica, denominada permeabilidade trabalho-casa. Este estudo busca analisar a permeabilidade, sob a perspectiva de gênero, a partir de entrevistas individuais com 42 enfermeiros (18 homens e 24 mulheres), com base na confrontação com a imagem de seu respectivo uso do tempo por uma semana. A ocupação de cargos gerenciais se mostrou ligada à maior demanda no campo profissional, dificultando a conciliação com a vida familiar. A permeabilidade entre o trabalho e a casa, mais comum entre as mulheres, reforça desigualdades nas relações de poder, gerando tensões que afetam a vida laboral e a familiar, bem como a interação entre elas. A abordagem dualista na análise das esferas pública e privada é criticada.
Relações de gênero; Enfermeiras; Enfermeiros; Trabalho