Resumos
O ensino de habilidades de comunicação é indispensável aos profissionais de saúde. Este estudo objetivou identificar instrumentos validados no português do Brasil que avaliam habilidades de comunicação de estudantes ou profissionais da saúde. Para tanto, foi realizada uma revisão de escopo que incluiu estudos de validação de instrumentos para avaliação de habilidades de comunicação de estudantes/profissionais da área da Saúde. Foram identificados quatro instrumentos, traduzidos e validados para o português do Brasil. Validação de conteúdo, validação de construto e o teste de consistência interna foram realizados com maior frequência. Esta revisão identificou um número reduzido de instrumentos para avaliar habilidades de comunicação e dados limitados de validade e confiabilidade dos instrumentos.
Estudos de validação; Habilidades de comunicação; Cuidado em saúde
Teaching communication skills to health professionals is extremely important. This study aimed to identify instruments validated for Brazilian Portuguese that assess communication skills of health students or professionals. We carried out a scoping review that included validation studies of instruments for assessing communication skills of students/professionals from the area of Health. Four instruments were identified, translated into Brazilian Portuguese and validated for this language. Content validation, construct validation and the internal consistency test were the most frequently performed ones. This review identified a reduced number of instruments to assess communication skills and limited data about the instruments’ validity and reliability.
Validation studies; Communication skills; Healthcare
La enseñanza de habilidades de comunicación es indispensable para los profesionales de la salud. El objetivo de este estudio fue identificar instrumentos validados en portugués de Brasil que evalúan habilidades de comunicación de estudiantes o profesionales de la salud. Para ello, se realizó una revisión de alcance que incluyó estudios de validación de instrumentos para evaluación de habilidades de comunicación de estudiantes/profesionales del área de la salud. Se identificaron cuatro instrumentos, traducidos y validados al portugués de Brasil. La validación de contenido, la validación del constructo y el test de consistencia interna se realizaron con mayor frecuencia. Esta revisión identificó un número reducido de instrumentos para evaluar habilidades de comunicación y datos limitados de validez y confiabilidad de los instrumentos.
Estudios de validación; Habilidades de comunicación; Cuidado de salud
Introdução
A comunicação é uma habilidade indispensável aos profissionais de saúde por possibilitar o acolhimento adequado das necessidades do paciente e de seus familiares, construir relações de confiança, aumentar a satisfação e melhorar a compreensão da doença e do tratamento pelos pacientes11. Mullan BA, Kothe EJ. Evaluating a nursing communication skills training course: the relationships between self-rated ability, satisfaction, and actual performance. Nurse Educ Pract. 2010; 10(6):374-8.
2. Boissy A, Windover AK, Bokar D, Karafa M, Neuendorf K, Frankel RM, et al. Communication skills training for physicians improves patient satisfaction. J Gen Intern Med. 2016; 31(7):755-61.-33. Ranjan P, Kumari A, Chakrawarty A. How can doctors improve their communication skills? J Clin Diagn Res. 2015; 9(3):JE01-4.. Por isso, o ensino de habilidades de comunicação passou a ser recomendado em diretrizes curriculares de cursos de graduação da área da Saúde, em todo o mundo44. Makoul G. The SEGUE Framework for teaching and assessing communication skills. Patient Educ Couns. 2001; 45(1):23-34.
5. American Association of Critical-Care Nurses. AACN standards for establishing and sustaining healthy work environments: a journey to excellence. Am J Crit Care. 2005; 14(3):187-97.
6. Bachmann C, Abramovitch H, Barbu CG, Cavaco AM, Elorza RD, Haak R, et al. A European consensus on learning objectives for a core communication curriculum in health care professions. Patient Educ Couns. 2013; 93(1):18-26.
7. Kitson A, Marshall A, Bassett K, Zeitz K. What are the core elements of patient-centred care? A narrative review and synthesis of the literature from health policy, medicine and nursing. J Adv Nurs. 2013; 69(1):4-15.
8. Von Fragstein M, Silverman J, Cushing A, Quilligan S, Salisbury H, Wiskin C. UK consensus statement on the content of communication curricula in undergraduate medical education. Med Educ. 2008; 42(11):1100-7.-99. Kurtz SM, Cooke LJ. Learner-centred communication training. In: Kissane DW, Bultz BD, Butow PN, Bylund CL, Noble S, Wilkinson S, editores. Oxford textbook for communication in oncology and palliative care. Oxford: Oxford University Press; 2017..
No Brasil, após a publicação da primeira resolução com diretrizes curriculares para cursos da área da Saúde, em 2001, as habilidades de comunicação passaram a figurar como uma das cinco competências gerais a serem desenvolvidas pelos profissionais de saúde. De acordo com essas diretrizes, os profissionais devem ser acessíveis e manter a confidencialidade das informações recebidas, na interação com outros profissionais de saúde e pacientes1010. Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Parecer CNE/CES nº 1.133, de 7 de Agosto de 2001. Estabelece as diretrizes curriculares para os cursos de ciências biológicas. Diário Oficial da União [Internet]. 3 Out 2001 [citado 27 Mar 2020]. Sec. 1, p. 131. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ces1133.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ces...
. Apesar de sua importância, estudos realizados em cursos de graduação em Medicina e Farmácia no Brasil reportam que ainda persistem lacunas curriculares para o desenvolvimento dessa habilidade1111. Araújo DC, Santos JS, Barros IM, Cavaco AM, Mesquita AR, Lyra DP. Communication skills in brazilian pharmaceutical education: a documentary analysis. Pharm Pract (Granada). 2019; 17(1):1395.,1212. Liberali R, Novack D, Duke P, Grosseman S. Communication skills teaching in Brazilian medical schools: What lessons can be learned? Patient Educ Couns. 2018; 101(8):1496-9..
O desenvolvimento de habilidades de comunicação depende, sobretudo, da inserção curricular e repetição de atividades práticas pelos estudantes. Por isso, além da definição dos objetivos de aprendizagem e da inserção do ensino da comunicação nos programas curriculares, é necessário definir métodos e estratégias de ensino e avaliação adequadas66. Bachmann C, Abramovitch H, Barbu CG, Cavaco AM, Elorza RD, Haak R, et al. A European consensus on learning objectives for a core communication curriculum in health care professions. Patient Educ Couns. 2013; 93(1):18-26.,1313. García de Leonardo C, Ruiz-Moral R, Caballero F, Cavaco A, Moore P, Dupuy LP, et al. A Latin American, Portuguese and Spanish consensus on a core communication curriculum for undergraduate medical education. BMC Med Educ. 2016; 16(1):99.. A literatura tem destacado que a integração de aulas expositivas, discussões, role-play, pacientes simulados e simulações por computador têm sido efetivas no aprendizado de habilidades de comunicação1414. De Marco MA, Vessoni AL, Capelo A, Dias CC. Laboratório de comunicação: ampliando as habilidades do estudante de medicina para a prática da entrevista. Interface (Botucatu). 2010; 14(32):217-27.
15. Mesquita AR, Lyra DP, Brito GC, Balisa-Rocha BJ, Aguiar PM, Almeida Neto AC. Developing communication skills in pharmacy: a systematic review of the use of simulated patient methods. Patient Educ Couns. 2010; 78(2):143-8.
16. Berkhof M, van Rijssen HJ, Schellart AJM, Anema JR, van der Beek AJ. Effective training strategies for teaching communication skills to physicians: an overview of systematic reviews. Patient Educ Couns. 2011; 84(2):152-62.
17. Kron FW, Fetters MD, Scerbo MW, White CB, Lypson ML, Padilla MA, et al. Using a computer simulation for teaching communication skills: a blinded multisite mixed methods randomized controlled trial. Patient Educ Couns. 2017; 100(4):748-59.
18. Wallman A, Vaudan C, Kälvemark Sporrong S. Communications training in pharmacy education, 1995-2010. Am J Pharm Educ. 2013; 77(2):36.-1919. Liberali R, Grosseman S. Use of psychodrama in medicine in Brazil: a review of the literature. Interface (Botucatu). 2015; 19(54):561-71.. Entretanto, tão importante quanto ensinar é avaliar a efetividade da aprendizagem, possibilitando conhecer os aspectos da comunicação que precisam ser melhorados e fornecendo feedback adequado ao estudante.
A avaliação das habilidades de comunicação pode ser realizada de diversas maneiras e requer, na maioria das vezes, o uso de instrumentos adequados de mensuração para autoavaliação e/ou observação direta por terceiros. Para tanto, são necessários instrumentos validados para avaliação das habilidades de comunicação, de modo a fornecer dados confiáveis e consistentes para os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Nesse contexto, o objetivo desta revisão de escopo foi identificar instrumentos para avaliação de habilidades de comunicação, em português do Brasil, com evidências de validade para estudantes e/ou profissionais da saúde.
Metodologia
Uma revisão de escopo da literatura foi realizada com a finalidade de responder a seguinte pergunta: qual(is) é(são) o(s) instrumento(s) em português do Brasil para avaliação de habilidades de comunicação com evidências de validade e confiabilidade para estudantes/profissionais da área da saúde?
Estratégia de busca
As buscas foram realizadas nas das seguintes bases de dados: SciELO, Latin American and Caribbean Center on Health Sciences Information (Lilacs), Index psicologia, PubMed, Education Resources Information Center (Eric) e Web of Science. A estratégia de busca foi adaptada de acordo com os protocolos de cada base, utilizando a combinação dos seguintes descritores: communication AND instrument AND validity study AND Brazil. As palavras-chaves foram definidas utilizando o vocabulário controlado da Medical Subject Headings (MeSH). Termos não padronizados também foram utilizados para expandir a estratégia de busca. Busca por literatura cinzenta foi realizada no Banco de Teses e Dissertações da Capes e e-mails foram enviados aos pesquisadores. A estratégia de busca completa se encontra descrita no Quadro 1.
Critérios de inclusão e exclusão
Foram incluídos estudos publicados em qualquer idioma até fevereiro de 2019 que atenderam aos seguintes critérios: (i) estudo de validação de instrumento para português (Brasil); o qual (ii) avalia habilidades de comunicação e (iii) tem profissionais e/ou estudantes da área da saúde como público-alvo. Foram excluídos os estudos não disponíveis na íntegra, cuja solicitação de arquivo não foi respondida pelo autor e publicações em congressos.
Seleção dos artigos e extração dos dados
A seleção dos estudos foi realizada utilizando plataforma on-line para revisões sistemáticas Rayyan QCRI2020. Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, Elmagarmid A. Rayyan-a web and mobile app for systematic reviews. Syst Rev. 2016; 5(1):1-10.. Estudos em duplicata foram excluídos. A triagem de títulos, resumos e texto completo e extração de dados foram realizadas por dois avaliadores de forma independente e as divergências foram resolvidas por um terceiro revisor. Foram extraídos: autores, ano de publicação, denominação do instrumento, país de origem, amostra, tipo de avaliação (autoavaliação ou observação direta) tipo de escala, seções/domínios e evidências de validade e fidedignidade avaliadas.
Avaliação da qualidade de estudos de adaptação transcultural
Quando os instrumentos identificados haviam sido submetidos à adaptação e validação transcultural, o estudo foi avaliado de acordo com as Diretrizes de Adaptação Transcultural de Questionários2121. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine. 2000; 25(24):3186-91.. A qualidade das etapas foi classificada como positiva (+), quando realizada conforme procedimento adotado; duvidosa (?), quando realizado de maneira questionável; negativa (-), quando o procedimento foi realizado corretamente, mas com número insuficiente de tradutores; ou nula(0), quando não havia informações suficientes para qualificar a etapa.
Resultados
Foram identificadas 702 publicações científicas nas bases de dados. No Banco de Teses e Dissertações da Capes, foram identificados três estudos. Após a leitura de títulos, resumos e textos completos, quatro instrumentos foram incluídos na revisão: “Avaliação do Processo de Atendimento Farmacêutico”2222. Mesquita AR, Santos EA, Porto JG, Barros IMC, Lyra DP. Translation in Brazilian portuguese and content validation of the instrument “avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Lat Am J Pharm. 2012; 31(10):1422-9., “Escala de Competência em Comunicação Interpessoal”2323. Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14., “Formulário de Avaliação de Habilidades de Comunicação Gap-Kalamazoo”2424. Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5. e “Autoavaliação sobre profissionalismo e comunicação interpessoal entre enfermeiros e paciente”2525. Pereira TJ, Puggina AC. Validation of the self-assessment of communication skills and professionalism for nurses. Rev Bras Enferm. 2017; 70(3):588-94.. O processo de seleção dos artigos se encontra descrito na figura 1.
Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2012 e 2017 e consistiram em validações de instrumentos, desenvolvidos na Alemanha e nos Estados Unidos, que passaram por tradução e adaptação transcultural para o português do Brasil, seguidos por análise de evidências de validade para estudantes de Farmácia2222. Mesquita AR, Santos EA, Porto JG, Barros IMC, Lyra DP. Translation in Brazilian portuguese and content validation of the instrument “avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Lat Am J Pharm. 2012; 31(10):1422-9. e de Enfermagem2323. Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14.; enfermeiros2525. Pereira TJ, Puggina AC. Validation of the self-assessment of communication skills and professionalism for nurses. Rev Bras Enferm. 2017; 70(3):588-94.; e médicos2424. Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5.. Quanto ao tipo de avaliação, os instrumentos são destinados à autoavaliação (2)2323. Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14.,2525. Pereira TJ, Puggina AC. Validation of the self-assessment of communication skills and professionalism for nurses. Rev Bras Enferm. 2017; 70(3):588-94., avaliação por observação direta (1)2222. Mesquita AR, Santos EA, Porto JG, Barros IMC, Lyra DP. Translation in Brazilian portuguese and content validation of the instrument “avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Lat Am J Pharm. 2012; 31(10):1422-9. e avaliação do tipo 360 graus (1)2424. Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5.. Todos os estudos utilizaram de escalas Likert de cinco pontos para avaliação dos itens. As características gerais dos instrumentos se encontram descritas na tabela 1.
O processo de adaptação transcultural de dois instrumentos atendeu às diretrizes adotadas por esta revisão2323. Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14.,2525. Pereira TJ, Puggina AC. Validation of the self-assessment of communication skills and professionalism for nurses. Rev Bras Enferm. 2017; 70(3):588-94.. Todos instrumentos passaram por validação de conteúdo e, em três desses, foi realizada validação de construto2323. Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14.. Avaliação da consistência interna foi o teste de fidedignidade realizado com maior frequência2323. Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14.
24. Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5.-2525. Pereira TJ, Puggina AC. Validation of the self-assessment of communication skills and professionalism for nurses. Rev Bras Enferm. 2017; 70(3):588-94.. A tabela 2 apresenta informações sobre adaptação transcultural e os tipos de validação identificados nos estudos.
Características dos instrumentos para avaliação de habilidades de comunicação validados para o português do Brasil
Discussão
Um dos achados mais importantes desta revisão sistemática está relacionado ao número reduzido de instrumentos que avaliam habilidades de comunicação na área da Saúde com evidências de validade para o português, sugerindo que, apesar de sua importância, a comunicação ainda é um tema pouco discutido e estudado no Brasil. Além disso, o fato de os estudos terem sido publicados nesta década demonstra recente interesse pelo uso de instrumentos com evidências de validade para avaliar a comunicação. Isso pode estar associado a novas diretrizes educacionais e políticas públicas nacionais que orientam a formação e atuação de profissionais, aptos a oferecer atendimento integral e humanizado nos sistemas de saúde2626. Costa DAS, Silva RF, Lima VV, Ribeiro ECO. Diretrizes curriculares nacionais das profissões da Saúde 2001-2004: análise à luz das teorias de desenvolvimento curricular. Interface (Botucatu). 2018; 22(67):1183-95.
27. Vasconcelos MFF, Nicolotti CA, Silva JF, Pereira SMLR. Entre políticas (EPS - Educação Permanente em Saúde e PNH - Política Nacional de Humanização): por um modo de formar no/para o Sistema Único de Saúde (SUS). Interface (Botucatu). 2016; 20(59):981-91.-2828. Mattos RA. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e a humanização das práticas de saúde. Interface (Botucatu). 2009; 13 Suppl 1:771-80..
Em outros países, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, pesquisas relacionadas ao ensino e avaliação de habilidades de comunicação na área da saúde são bem consolidadas e a literatura contempla uma série de instrumentos desenvolvidos e validados para essa finalidade2929. Cömert M, Zill JM, Christalle E, Dirmaier J, Härter M, Scholl I. Assessing communication skills of medical students in objective structured clinical examinations (OSCE) - A systematic review of rating scales. PLoS One. 2016; 11(3):e0152717.
30. Boon H, Stewart M. Patient-physician communication assessment instruments:1986 to 1996 in review. Patient Educ Couns. 1998; 35(3):161-76.-3131. Brouwers M, Rasenberg E, van Weel C, Laan R, van Weel-Baumgarten E. Assessing patient-centred communication in teaching: a systematic review of instruments. Med Educ. 2017; 51(11):1103-17..Nesta revisão, não foram identificados instrumentos de origem brasileira, ou seja, todos foram traduzidos e adaptados de outros países. A adaptação transcultural e validação de instrumentos tem se tornado uma prática frequente em todo o mundo, especialmente por ser um método mais barato e rápido, quando comparado ao desenvolvimento de um novo instrumento, além de possibilitar comparações com resultados de outros países3232. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015; 68(4):435-41.,3333. Felisbino MB, Steidle LJM, Gonçalves-Tavares M, Pizzichini MMM, Pizzichini E. Questionário de Leicester sobre tosse crônica: tradução e adaptação cultural para a língua portuguesa falada no Brasil. J Bras Pneumol. 2014; 40(3):213-21.
A comunicação é uma habilidade complexa e de difícil avaliação; por isso, às vezes, exige o uso de múltiplos instrumentos, que possibilitem a autoavaliação ou avaliação por meio da observação direta, a depender dos objetivos propostos. Os instrumentos de autoavaliação são ferramentas importantes na consolidação da aprendizagem autodirigida, pois possibilitam ao estudante ou profissional identificar suas dificuldades e estabelecer meios de saná-las3434. Fjortoft N. Self-assessment in pharmacy education. Am J Pharm Educ. 2006; 70(3):64.. Por isso, organizações educacionais têm recomendado que as instituições de ensino encorajem e auxiliem os estudantes a assumirem a responsabilidade pela avaliação de suas próprias competências.
É importante destacar, no entanto, que autoavaliações são influenciadas pela capacidade crítica e reflexiva de quem se autoavalia, por isso, o resultado pode não corresponder à realidade. Estudo realizado por Lundquist et al.3535. Lundquist LM, Shogbon AO, Momary KM, Rogers HK. A comparison of students’ self-assessments with faculty evaluations of their communication skills. Am J Pharm Educ. 2013; 77(4):72. constatou que os resultados da autoavaliação das habilidades de comunicação de estudantes de Farmácia foram consistentemente inferiores às avaliações dos docentes. Dessa forma, além de possibilitar o acesso a instrumentos de autoavaliação, é necessário desenvolver o senso crítico de estudantes e profissionais para que possam utilizá-los adequadamente, de modo a evitar que as habilidades sejam subestimadas ou superestimadas.
O estudo de Amaral et al. trouxe uma modalidade de avaliação que, nos últimos anos, tem sido incorporada ao processo ensino-aprendizagem: feedback em 360 graus ou feedback por múltiplas fontes, considerando a autoavaliação, a avaliação por observação direta pelo instrutor e avaliação pelo próprio paciente. A vantagem de se utilizar essa metodologia é que diferentes avaliadores se concentram em avaliar características específicas e, conjuntamente, fornecem uma avaliação mais abrangente quando comparada àquela realizada de forma isolada. Revisão sistemática realizada por Donnon et al.3636. Donnon T, Al Ansari A, Al Alawi S, Violato C. The reliability, validity, and feasibility of multisource feedback physician assessment. Acad Med. 2014; 89(3):511-6. demonstrou que esse tipo de feedback apresentou confiabilidade e validade na avaliação da prática médica. Dessa forma, a incorporação da avaliação por diferentes atores, embora necessite de mais recursos, poderá possibilitar uma análise mais complexa e precisa das habilidades de comunicação de estudantes ou profissionais de saúde.
Tanto o instrumento traduzido e validado por Amaral et al.2424. Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5. quanto o traduzido e avaliado por Mesquita et al. 2222. Mesquita AR, Santos EA, Porto JG, Barros IMC, Lyra DP. Translation in Brazilian portuguese and content validation of the instrument “avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Lat Am J Pharm. 2012; 31(10):1422-9. possibilitam a avaliação de habilidades de comunicação em situações simuladas. As simulações têm se destacado na avaliação de competências clínicas de estudantes da área da saúde e, especialmente, do processo ensino-aprendizagem da comunicação, pois possibilitam avaliar as interações entre profissional/estudante da área da saúde e paciente em uma situação semelhante à realidade1515. Mesquita AR, Lyra DP, Brito GC, Balisa-Rocha BJ, Aguiar PM, Almeida Neto AC. Developing communication skills in pharmacy: a systematic review of the use of simulated patient methods. Patient Educ Couns. 2010; 78(2):143-8.,3737. Galato D, Alano GM, França TF, Vieira AC. Exame clínico objetivo estruturado (ECOE): uma experiência de ensino por meio de simulação do atendimento farmacêutico. Interface (Botucatu). 2011; 15(36):309-19.,3838. Miranda FBG, Mazzo A, Pereira Junior GA. Avaliação de competências individuais e interprofissionais de profissionais de saúde em atividades clínicas simuladas: scoping review. Interface (Botucatu). 2018; 22(67):1221-34.. Os instrumentos possibilitam, assim, identificar aspectos da comunicação com paciente que precisam ser melhorados, fornecendo feedback adequado ao indivíduo avaliado.
Nesta revisão, os instrumentos apresentaram, em sua maioria, evidências de validade de conteúdo, construto e consistência interna. Semelhante aos dados deste estudo, revisão sistemática realizada por Rehim et al.3939. Rehim SA, DeMoor S, Olmsted R, Dent DL, Parker-Raley J. Tools for assessment of communication skills of hospital action teams: a systematic review. J Surg Educ. 2017; 74(2):341-51. identificou dados limitados de validade e confiabilidade de instrumentos para avaliar habilidades de comunicação de profissionais de saúde em hospitais. Cömert et al.2929. Cömert M, Zill JM, Christalle E, Dirmaier J, Härter M, Scholl I. Assessing communication skills of medical students in objective structured clinical examinations (OSCE) - A systematic review of rating scales. PLoS One. 2016; 11(3):e0152717., em sua revisão sistemática, também identificaram lacunas metodológicas no relato de propriedades psicométricas de instrumentos utilizados para avaliar habilidade de comunicação em exames clínicos objetivos estruturados.
Entre os instrumentos identificados nesta revisão, o estudo de Amaral et al.2424. Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5. realizou maior variedade de validações, enquanto o estudo de Mesquita et al.2222. Mesquita AR, Santos EA, Porto JG, Barros IMC, Lyra DP. Translation in Brazilian portuguese and content validation of the instrument “avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Lat Am J Pharm. 2012; 31(10):1422-9. esteve restrito à validação de conteúdo. Evidências de validade e fidedignidade são fatores importantes para qualidade dos instrumentos, pois minimizam os riscos de julgamentos subjetivos do avaliador e reforçam a legitimidade e credibilidade dos resultados4040. Raymundo VP. Construção e validação de instrumentos: um desafio para a psicolinguística. Let Hoje. 2009; 44(3):86-93.,4141. Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed; 2009.. Por isso, recomenda-se que sejam realizados múltiplos tipos de validações para um mesmo instrumento, de modo a acumular evidências que corroboram a interpretação dos dados obtidos.
Este é o primeiro estudo que avalia a disponibilidade de instrumentos com evidências de validade para avaliação de habilidades de comunicação no Brasil por meio de uma busca e análise sistemática da literatura. A ausência de resposta aos e-mails enviados pelos autores solicitando teses e dissertações impossibilitou a análise da literatura cinzenta, apresentando-se como uma das limitações deste estudo. Apesar da pertinência dos dados, é válido destacar que a revisão sistemática depende de publicações científicas disponíveis nas bases de dados. Eventualmente, instrumentos validados e utilizados na prática educacional podem não estar disponíveis na literatura e, por isso, não integraram esta revisão sistemática.
Considerações finais
Este estudo identificou um número reduzido de instrumentos validados para avaliação de habilidades de comunicação. Apesar da existência de inúmeros tipos de cursos da área da saúde no Brasil, apenas Enfermagem, Medicina e Farmácia foram alvos de validação de instrumentos para essa prática. Além disso, foram identificados dados limitados de validade e confiabilidade dos instrumentos.
É pertinente destacar que os resultados desta revisão suscitaram algumas reflexões entre os pesquisadores. Embora não tenha sido objetivo deste estudo responder as seguintes questões, estas merecem ser pontuadas: i) As habilidades de comunicação têm sido ensinadas e avaliadas durante o processo de formação de estudantes e profissionais da área da saúde no Brasil?; ii) Quais instrumentos têm sido utilizados?; e iii) Quais avanços no processo avaliativo dessa competência ainda são necessários no país?. Esses questionamentos deverão integrar uma agenda de futuros estudos na área, de modo a traçar um panorama do ensino-avaliação de habilidades de comunicação nos cursos de graduação em saúde no Brasil.
Referências
-
1Mullan BA, Kothe EJ. Evaluating a nursing communication skills training course: the relationships between self-rated ability, satisfaction, and actual performance. Nurse Educ Pract. 2010; 10(6):374-8.
-
2Boissy A, Windover AK, Bokar D, Karafa M, Neuendorf K, Frankel RM, et al. Communication skills training for physicians improves patient satisfaction. J Gen Intern Med. 2016; 31(7):755-61.
-
3Ranjan P, Kumari A, Chakrawarty A. How can doctors improve their communication skills? J Clin Diagn Res. 2015; 9(3):JE01-4.
-
4Makoul G. The SEGUE Framework for teaching and assessing communication skills. Patient Educ Couns. 2001; 45(1):23-34.
-
5American Association of Critical-Care Nurses. AACN standards for establishing and sustaining healthy work environments: a journey to excellence. Am J Crit Care. 2005; 14(3):187-97.
-
6Bachmann C, Abramovitch H, Barbu CG, Cavaco AM, Elorza RD, Haak R, et al. A European consensus on learning objectives for a core communication curriculum in health care professions. Patient Educ Couns. 2013; 93(1):18-26.
-
7Kitson A, Marshall A, Bassett K, Zeitz K. What are the core elements of patient-centred care? A narrative review and synthesis of the literature from health policy, medicine and nursing. J Adv Nurs. 2013; 69(1):4-15.
-
8Von Fragstein M, Silverman J, Cushing A, Quilligan S, Salisbury H, Wiskin C. UK consensus statement on the content of communication curricula in undergraduate medical education. Med Educ. 2008; 42(11):1100-7.
-
9Kurtz SM, Cooke LJ. Learner-centred communication training. In: Kissane DW, Bultz BD, Butow PN, Bylund CL, Noble S, Wilkinson S, editores. Oxford textbook for communication in oncology and palliative care. Oxford: Oxford University Press; 2017.
-
10Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Parecer CNE/CES nº 1.133, de 7 de Agosto de 2001. Estabelece as diretrizes curriculares para os cursos de ciências biológicas. Diário Oficial da União [Internet]. 3 Out 2001 [citado 27 Mar 2020]. Sec. 1, p. 131. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ces1133.pdf
» http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ces1133.pdf -
11Araújo DC, Santos JS, Barros IM, Cavaco AM, Mesquita AR, Lyra DP. Communication skills in brazilian pharmaceutical education: a documentary analysis. Pharm Pract (Granada). 2019; 17(1):1395.
-
12Liberali R, Novack D, Duke P, Grosseman S. Communication skills teaching in Brazilian medical schools: What lessons can be learned? Patient Educ Couns. 2018; 101(8):1496-9.
-
13García de Leonardo C, Ruiz-Moral R, Caballero F, Cavaco A, Moore P, Dupuy LP, et al. A Latin American, Portuguese and Spanish consensus on a core communication curriculum for undergraduate medical education. BMC Med Educ. 2016; 16(1):99.
-
14De Marco MA, Vessoni AL, Capelo A, Dias CC. Laboratório de comunicação: ampliando as habilidades do estudante de medicina para a prática da entrevista. Interface (Botucatu). 2010; 14(32):217-27.
-
15Mesquita AR, Lyra DP, Brito GC, Balisa-Rocha BJ, Aguiar PM, Almeida Neto AC. Developing communication skills in pharmacy: a systematic review of the use of simulated patient methods. Patient Educ Couns. 2010; 78(2):143-8.
-
16Berkhof M, van Rijssen HJ, Schellart AJM, Anema JR, van der Beek AJ. Effective training strategies for teaching communication skills to physicians: an overview of systematic reviews. Patient Educ Couns. 2011; 84(2):152-62.
-
17Kron FW, Fetters MD, Scerbo MW, White CB, Lypson ML, Padilla MA, et al. Using a computer simulation for teaching communication skills: a blinded multisite mixed methods randomized controlled trial. Patient Educ Couns. 2017; 100(4):748-59.
-
18Wallman A, Vaudan C, Kälvemark Sporrong S. Communications training in pharmacy education, 1995-2010. Am J Pharm Educ. 2013; 77(2):36.
-
19Liberali R, Grosseman S. Use of psychodrama in medicine in Brazil: a review of the literature. Interface (Botucatu). 2015; 19(54):561-71.
-
20Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, Elmagarmid A. Rayyan-a web and mobile app for systematic reviews. Syst Rev. 2016; 5(1):1-10.
-
21Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine. 2000; 25(24):3186-91.
-
22Mesquita AR, Santos EA, Porto JG, Barros IMC, Lyra DP. Translation in Brazilian portuguese and content validation of the instrument “avaliação do processo de atendimento farmacêutico”. Lat Am J Pharm. 2012; 31(10):1422-9.
-
23Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014; 27(2):108-14.
-
24Amaral ABCN, Rider EA, Lajolo PP, Tone LG, Pinto RMC, Lajolo MP, et al. Development of a Brazilian portuguese adapted version of the Gap-Kalamazoo communication skills assessment form. Int J Med Educ. 2016; 7:400-5.
-
25Pereira TJ, Puggina AC. Validation of the self-assessment of communication skills and professionalism for nurses. Rev Bras Enferm. 2017; 70(3):588-94.
-
26Costa DAS, Silva RF, Lima VV, Ribeiro ECO. Diretrizes curriculares nacionais das profissões da Saúde 2001-2004: análise à luz das teorias de desenvolvimento curricular. Interface (Botucatu). 2018; 22(67):1183-95.
-
27Vasconcelos MFF, Nicolotti CA, Silva JF, Pereira SMLR. Entre políticas (EPS - Educação Permanente em Saúde e PNH - Política Nacional de Humanização): por um modo de formar no/para o Sistema Único de Saúde (SUS). Interface (Botucatu). 2016; 20(59):981-91.
-
28Mattos RA. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e a humanização das práticas de saúde. Interface (Botucatu). 2009; 13 Suppl 1:771-80.
-
29Cömert M, Zill JM, Christalle E, Dirmaier J, Härter M, Scholl I. Assessing communication skills of medical students in objective structured clinical examinations (OSCE) - A systematic review of rating scales. PLoS One. 2016; 11(3):e0152717.
-
30Boon H, Stewart M. Patient-physician communication assessment instruments:1986 to 1996 in review. Patient Educ Couns. 1998; 35(3):161-76.
-
31Brouwers M, Rasenberg E, van Weel C, Laan R, van Weel-Baumgarten E. Assessing patient-centred communication in teaching: a systematic review of instruments. Med Educ. 2017; 51(11):1103-17.
-
32Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015; 68(4):435-41.
-
33Felisbino MB, Steidle LJM, Gonçalves-Tavares M, Pizzichini MMM, Pizzichini E. Questionário de Leicester sobre tosse crônica: tradução e adaptação cultural para a língua portuguesa falada no Brasil. J Bras Pneumol. 2014; 40(3):213-21.
-
34Fjortoft N. Self-assessment in pharmacy education. Am J Pharm Educ. 2006; 70(3):64.
-
35Lundquist LM, Shogbon AO, Momary KM, Rogers HK. A comparison of students’ self-assessments with faculty evaluations of their communication skills. Am J Pharm Educ. 2013; 77(4):72.
-
36Donnon T, Al Ansari A, Al Alawi S, Violato C. The reliability, validity, and feasibility of multisource feedback physician assessment. Acad Med. 2014; 89(3):511-6.
-
37Galato D, Alano GM, França TF, Vieira AC. Exame clínico objetivo estruturado (ECOE): uma experiência de ensino por meio de simulação do atendimento farmacêutico. Interface (Botucatu). 2011; 15(36):309-19.
-
38Miranda FBG, Mazzo A, Pereira Junior GA. Avaliação de competências individuais e interprofissionais de profissionais de saúde em atividades clínicas simuladas: scoping review. Interface (Botucatu). 2018; 22(67):1221-34.
-
39Rehim SA, DeMoor S, Olmsted R, Dent DL, Parker-Raley J. Tools for assessment of communication skills of hospital action teams: a systematic review. J Surg Educ. 2017; 74(2):341-51.
-
40Raymundo VP. Construção e validação de instrumentos: um desafio para a psicolinguística. Let Hoje. 2009; 44(3):86-93.
-
41Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed; 2009.
-
*
Este estudo integra o projeto de doutorado do primeiro autor, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
05 Jun 2020 -
Data do Fascículo
2020
Histórico
-
Recebido
22 Jan 2020 -
Aceito
16 Mar 2020