Resumo:
O presente artigo discute a (re)construção das fronteiras entre os humanos e os animais ao longo dos séculos XIX e XX. Nos séculos XVII e XVIII, o ser humano era visto como fundamentalmente distinto da natureza através da política, sociedade e trabalho, sendo frequentemente comparado então aos insetos sociais. Com a revolução darwiniana no século XIX e a classificação filogenética dos seres vivos, o ser humano foi “primatizado”, e assim a humanidade passaria a ser uma consequência da inteligência gerada pelo alto desenvolvimento do sistema nervoso. Atualmente, quando se quer questionar as fronteiras entre o humano e o animal, viram-se os holofotes para outros seres como chimpanzés e golfinhos. Assim, através de uma revisão bibliográfica, este artigo busca explorar um aparente contraste histórico entre os seres a serem comparados aos humanos - dos insetos sociais aos chamados “mamíferos superiores” - bem como suas implicações políticas e bioéticas.
Palavras-chave:
natureza-cultura; natureza humana; modernidade; antropologia social; história das ciências