Resumo
Este artigo explora o diálogo entre Lost Lost Lost (1976), filme do cineasta lituano Jonas Mekas, e seu diário escrito, I Had Nowhere to Go. Diary of a Displaced Person (1991), a partir do problema do exílio de um sobrevivente dos DP camps, da Segunda Guerra Mundial, tendo em vista discussões que perpassam uma epistemologia do ensaio enquanto gesto político a legitimar um novo regime de visibilidade no cinema tanto quanto problematizar a experiência da subjetividade do ser deslocado. Sob esse ponto de vista, Lost Lost Lost, filme mais autobiográfico de Mekas, oferece um singular registro de reconstrução da memória e do processo de aculturação na América. O diário de Mekas, escrito entre 1944 e 1955, constitui-se como matéria fundacional na compreensão de um projeto estético fundado na urgência da primeira pessoa escritural.
Palavras-chave
Mekas; Diário; Exílio