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Associação da Mecânica Respiratória com a Oxigenação e Duração da Ventilação Mecânica no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca

Resumo

Fundamentos:

A ventilação mecânica (VM) e a circulação extracorpórea (CEC) estão associadas a um declínio da mecânica pulmonar que pode impactar as trocas gasosas.

Objetivo:

Avaliar o impacto da mecânica pulmonar sobre a duração da VM e trocas gasosas no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Métodos:

Estudo de coorte realizado com pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. Todos os pacientes foram submetidos a avaliação da mecânica pulmonar (complacência estática e resistência das vias aéreas) e gasometria arterial assim que admitidos à unidade de terapia intensiva (UTI) e foram acompanhados até o momento da extubação e, em seguida, até a alta hospitalar. Para correlacionar as variáveis preditoras com o desfecho, foi utilizado o teste de Pearson. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.

Resultados:

O estudo incluiu 50 pacientes (46 mulheres, 52%), com idade média de 57,5 ± 13,5 anos. A duração da VM foi de 7,7 ± 3,0 horas, a complacência estática foi de 35,5 ± 9,1 cm H2O, a resistência foi de 6,0 ± 2,3 cm H2O, a duração média de estadia na UTI foi de 2,9 ± 1,1 dias e o índice de oxigenação foi de 228,0 ± 33,4 mmHg. Não houve uma correlação significativa entre a duração da VM e a complacência estática (p = 0,73), porém houve uma forte correlação entre a complacência estática e as trocas gasosas (r = 0,8, p < 0,001).

Conclusão:

A mecânica pulmonar apresenta forte correlação com as trocas gasosas e fraca correlação com a duração da VM no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Palavras-chave:
Respiração Artificial; Oxigenação; Cirurgia Torácica; Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos; Cuidados Pós Operatórios

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