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Telerreabilitação em Pacientes Cardiopatas: Revisão Sistemática

Resumo

Dentre as intervenções não farmacológicas utilizadas no tratamento das doenças cardiovasculares encontra-se a reabilitação cardiovascular. Apesar dos benefícios comprovados da reabilitação cardiovascular, verifica-se um baixo índice de adesão dos pacientes cardiopatas; para tanto, uma alternativa vem sendo realizada, a telerreabilitação tem ganhado espaço e muitos estudos estão sendo realizados para verificar sua eficácia.

Revisar a literatura e verificar a eficácia da telerreabilitação na população cardíaca.

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, com busca realizada nas fontes de dados eletrônicas MEDLINE/PubMed (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), PubMed Central® (PMC), Cochrane Library, Physiotherapy Evidence Database (PEDro), utilizando a combinação de descritores, incluindo termos do Medical Subject Headings (MeSH) e seus entry terms. Os termos MeSH utilizados em conjunto foram: “telerehabilitation” AND “cardiac rehabilitation”. Posteriormente, foi realizada busca manual por meio de artigos selecionados, e busca na literatura cinza.

A estratégia de busca reuniu 154 estudos, dos quais 109 foram excluídos por estarem duplicados nas bases de dados e 29 por não serem estudos clínicos. Foram incluídos 16 estudos clínicos para análise na íntegra, dos quais 2 foram excluídos por serem prospectivos, 2 por duplicidade de amostras e 5 por não contemplarem desfecho. Ao final, foram incluídos 7 estudos.

A reabilitação cardíaca utilizando telerreabilitação é uma alternativa viável e segura, apresenta alta adesão dos pacientes cardiopatas e pode ser utilizada em adição aos programas de reabilitação cardiovascular convencionais ou ainda de maneira isolada.

Palavras-chave:
Doenças Cardiovasculares; Reabilitação Cardíaca; Telerreabilitação; Fisioterapia; Revisão

Abstract

Cardiovascular rehabilitation is one nonpharmacological intervention used to treat cardiovascular diseases. Despite the proven benefits of cardiovascular rehabilitation, the adherence of patients with heart disease is low. Thus, the alternative of telerehabilitation has gained importance, and many studies are being carried out to verify its efficacy.

To review the literature and assess the efficacy of telerehabilitation for the cardiac population.

This is a systematic review of the literature. The search was conducted in the electronic databases MEDLINE/PubMed (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), PubMed Central® (PMC), Cochrane Library, and Physiotherapy Evidence Database (PEDro), using the combination of descriptors, including terms of the Medical Subject Headings (MeSH) and its entry terms. The MeSH terms used in combination were: “telerehabilitation” AND “cardiac rehabilitation” (Table 1). Then, a manual search by use of the articles selected, as well as a search in the gray literature, was conducted.

The search strategy collected 154 studies, of which 109 were excluded because of duplication in the databases and 29 for not being clinical studies. Sixteen clinical studies were included for full analysis, of which 2 were excluded for being prospective, 2 for being duplicate and 5 for not including any outcome. Thus, 7 studies were included.

Cardiac rehabilitation using telerehabilitation is a feasible and safe alternative to conventional rehabilitation, and has high adherence of patients with heart disease. It can be added to conventional cardiovascular rehabilitation programs or used in isolation.

Keywords:
Cardiovascular Diseases; Cardiac Rehabilitation; Telerehabilitation; Physical Therapy Specialty; Review

Introdução

As doenças cardiovasculares (DCVs) mostram-se cada vez mais frequentes. Sua epidemiologia tem sido comparada às grandes endemias dos séculos passados.11 Simão AF, Précoma DB, Andrade JP, Correa Filho H, Saraiva JF, Oliveira GM; Brazilian Society of Cardiology. I cardiovascular prevention guideline of the Brazilian Society of Cardiology - executive summary. Arq Bras Cardiol. 2014;102(5):420-31. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas últimas décadas, de um total de 50 milhões de mortes, aproximadamente 30% foram causadas pelas DCVs, 17 milhões de pessoas em todo mundo.22 Braig S, Peter R, Nagel G, Hermann S, Rohrmann S, Linseisen J. The impact of social status inconsistency on cardiovascular risk factors, myocardial infarction and stroke in the EPIC-Heidelberg cohort. BMC Public Health 2011 Feb 16;11:104.,33 Tuan TS, Venâncio TS, Nascimento LF. Effects of air pollutant exposure on acute myocardial infarction, according to gender. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3):216-22.

Da mesma maneira, o Brasil apresenta índices igualmente alarmantes, com as DCVs como a principal causa de morte, representando 30% de todas as causas de morte registradas, além de figurar como a terceira maior causa de internações hospitalares no país.22 Braig S, Peter R, Nagel G, Hermann S, Rohrmann S, Linseisen J. The impact of social status inconsistency on cardiovascular risk factors, myocardial infarction and stroke in the EPIC-Heidelberg cohort. BMC Public Health 2011 Feb 16;11:104.,33 Tuan TS, Venâncio TS, Nascimento LF. Effects of air pollutant exposure on acute myocardial infarction, according to gender. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3):216-22. Além disso, a OMS registra que essas doenças representam uma ameaça ao desenvolvimento social e econômico, sobretudo devido à grande proporção de óbitos que ocorrem prematuramente e que poderiam ser evitados com a diminuição dos fatores de risco.44 Duncan BB, ChorII D, Aquino EML, Bensenor IM, Mil JG, SchmidtI MI, et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: priorities for disease management and research. Rev Saúde Pública. 2012;46(Suppl):126-34.

Dentre as intervenções não farmacológicas utilizadas no tratamento das DCVs está a reabilitação cardiovascular (RCV), que é caracterizada como a soma de intervenções que objetivam e proporcionam melhores condições físicas, psicológicas e sociais para os indivíduos.55 Trevisan MD. Reabilitação cardiopulmonar e metabólica fase i no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio utilizando cicloergômetro: um ensaio clínico randomizado. [Dissertação]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Programa de Pós-graduação em Gerontologia Biomédica; 2015. Nos últimos 40 anos, o papel dos serviços de RCV na prevenção secundária de eventos cardiovasculares é reconhecido e aceito pelas organizações de saúde, tendo as intervenções utilizadas no cuidado dos pacientes com DCV se mostrado fundamental no tratamento desses indivíduos.66 Herdy AH, López-Jimenez F, Terzic CP, Milani M, Stein R, Carvalho T; Sociedade Brasileira de Cardiologia. South American guidelines for cardiovascular disease prevention and rehabilitation. Arq Bras Cardiol. 2014;103(2 Suppl 1):1-31.

Apesar dos benefícios comprovados da RCV, verifica-se um baixo índice de adesão dos pacientes cardiopatas. Alguns estudos apontam a falta de transporte, falta de tempo, retorno ao trabalho ou problemas financeiros como principais impeditivos para participação nos programas de RCV. Alguns autores sugerem que apenas 27% dos pacientes seguem na RCV.77 Frederix I, Vanhees L, Dendale P, Goetschalckx K. A review of telerehabilitation for cardiac patients. J Telemed Telecare. 2015;21(1):45-53.

Sendo assim, é necessário que diferentes estratégias que envolvam incentivo ao exercício físico, mudança comportamental e de estilo de vida sejam implementadas para que haja modificação dos fatores de risco desses indivíduos, evitando assim, ocorrência de novos eventos cardiovasculares e possibilitando o retorno às suas atividades habituais.77 Frederix I, Vanhees L, Dendale P, Goetschalckx K. A review of telerehabilitation for cardiac patients. J Telemed Telecare. 2015;21(1):45-53.

Nesse sentido e considerando o avanço tecnológico, uma alternativa à RCV convencional vem sendo realizada utilizando a tecnologia da telemedicina,88 Piotrowicz E. How to do: telerehabilitation in heart failure patients. Cardiol J. 2012;19(3):243-8. que propõe a prestação de serviços de saúde por meio do uso de informação e tecnologias de comunicação em situações nas quais um profissional de saúde e um paciente (ou dois profissionais de saúde) não se encontram no mesmo local, podendo os interlocutores se comunicar em tempo real, ou possibilitando o armazenamento de dados para análise e resposta ou opinião posterior. Disponibiliza transmissão segura de dados médicos e informações por meio de texto, sons e imagens necessários para prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes.99 Oliveira Jr MT, Canesin MF, Marcolino MS, Ribeiro AL, Carvalho AC, Reddy S, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. [Telemedicine guideline in patient care with acute coronary syndrome and other heart diseases]. Arq Bras Cardiol. 2015;104(5 Supp. 1):1-26.

A reabilitação utilizando componentes da telemedicina é conhecida como telerreabilitação e tem ganhado espaço. Muitos estudos estão sendo realizados para verificar sua eficácia, mas são heterogêneos e utilizam vários instrumentos para realizar a telerreabilitação. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo revisar a literatura e verificar a eficácia da telerreabilitação na população cardíaca.

Metodologia

Desenho do estudo e estratégia de busca

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Sendo assim, não foi necessária aprovação de um Comitê de Ética e Pesquisa, estando sob análise no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). Essa revisão sistemática seguiu também as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A busca foi realizada nas fontes de dados eletrônicas MEDLINE/PubMed (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), PubMed Central® (PMC), Cochrane Library, Physiotherapy Evidence Database (PEDro), utilizando a combinação de descritores, incluindo termos do Medical Subject Headings (MeSH) e seus entry terms. Os termos MeSH utilizados em conjunto foram: “telerehabilitation” AND “cardiac rehabilitation” (Tabela 1). Posteriormente, foi realizada busca manual por meio de artigos selecionados e busca na literatura cinza.

Tabela 1
Estratégia de busca utilizada no PubMed

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos todos os estudos clínicos randomizados ou não randomizados encontrados nas bases de dados, publicados em português, inglês e espanhol, com texto completo disponível, sem restrição de data, realizados em seres humanos, com idade acima de 18 anos, nos quais, pacientes com DCVs participaram de programas de RCV, utilizando instrumentos da telerreabilitação ou da telemedicina.

Foram excluídos os estudos duplicados, que não foram realizados com seres humanos, ou aqueles não publicados na íntegra. Também foram excluídos trabalhos cuja população tenha sido abordada em mais de um estudo, e que, além disso, tiveram desfechos semelhantes, considerando-se nesses casos o primeiro trabalho.

Dois revisores examinaram de forma independente os resumos. Os estudos selecionados foram sujeitos a avaliação do texto completo para inclusão de acordo com os critérios estabelecidos.

Identificação e seleção dos estudos

Dois pesquisadores independentes fizeram a leitura dos títulos e resumos de cada trabalho pré-selecionado identificando, separadamente, artigos que preenchessem corretamente os critérios de inclusão e exclusão. Após essa etapa, cada pesquisador realizou a leitura integral dos artigos que respeitaram os critérios expostos no resumo, sendo selecionados apenas os compatíveis com os critérios propostos para esta revisão sistemática. Em casos de dúvida, um terceiro pesquisador teria sido consultado; porém, não houve, neste estudo, discordância entre os dois primeiros pesquisadores.

Extração dos dados

Dois pesquisadores foram responsáveis pela extração de dados. Seguem características extraídas dos estudos: título, autores, ano de publicação, revista científica de publicação, forma de publicação, palavras-chave, origem geográfica, desenho de estudo, tamanho da amostra, métodos, período de realização da pesquisa, instrumento utilizado para telerreabilitação, outros resultados da pesquisa e conclusões. Além disso, foram registrados os dados sobre os participantes de cada trabalho: número, gênero, idade, intervenções realizadas, tempo de reabilitação, desfechos. O Risco de Viés dos ensaios clínicos randomizados foi avaliado utilizando a Ferramenta da Colaboração Cochrane (Tabela 2).

Tabela 2
Risco de viés dos ensaios clínicos randomizados - ferramenta da colaboração Cochrane

Análise dos dados

Foi realizada de forma descritiva e qualitativa, e está apresentada em forma de figuras e tabelas.

Resultados

A presente revisão sistemática reuniu 154 estudos pela estratégia de busca traçada nos bancos eletrônicos. Desses, foram excluídos 109 por estarem duplicados entre as bases de dados, 29 foram excluídos por se tratarem de resumos, revisões sistemáticas ou outros estudos. Foram incluídos 16 estudos clínicos para análise na íntegra, dos quais 2 foram excluídos por serem prospectivos, 2 por apresentarem duplicidade de coorte, e 5 por não contemplarem desfecho. Ao final, foram incluídos 7 estudos para análise completa nesta revisão (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma de seleção dos estudos.

Os dados referentes à metodologia e aos resultados dos estudos incluídos nesta revisão estão descritos na Tabela 3. Verifica-se que avaliaram a efetividade da telerreabilitação em relação à RCV convencional, além de comparar a efetividade da reabilitação cardíaca híbrida (RCH) (paciente realiza os exercícios em casa com a utilização de sensores que transmitem informações ao centro de reabilitação) com a reabilitação convencional. Dentre os desfechos dos estudos, encontram-se influência da reabilitação no consumo de oxigênio (VO2), capacidade física, bem como aceitação e eficácia da técnica, em diversos pacientes. Dentre as patologias de base que levaram o indivíduo a procurar a reabilitação destacam-se doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca crônica (ICC) e diabetes mellitus (DM).

Tabela 3
Metodologia e resultados dos estudos incluídos

Discussão

A presente revisão sistemática de literatura analisou 7 estudos clínicos envolvendo telerreabilitação em pacientes cardiopatas, somando uma amostra total de 1.133 pacientes. Os estudos são heterogêneos tanto em sua população quanto em suas intervenções; sendo assim, não foi possível realizar meta-análise.

Catalina et al.,1010 Catalina CO, Adina B, Smarandita BE, Angela D, Dan G, Silvia M. Cardiovascular lipid risk factors and rate of cardiovascular events after myocardial revascularization. Int J Cardiovasc Sci. 2017;30(1):4-10. sugerem que a DAC ainda está entre as principais causas de morte prematura na Europa e no mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. Considerando esses dados, alguns estudos avaliaram os efeitos da reabilitação cardíaca e telerreabilitação nesses pacientes com DAC. Para Vieira et al.,1111 Vieira A, Melo C, Machado J, Joaquim Gabriel. Virtual reality exercise on a home-based phase III cardiac rehabilitation program, effect on executive function, quality of life and depression, anxiety and stress: a randomized controlled trial. Disabil Rehabil Assist Technol. 2018;13(2):112-23. o grupo que realizou telerreabilitação apresentou melhor desempenho nas funções executivas, resolução de conflitos e atenção em relação ao grupo que realizou RCV convencional. Segundo Brouwers et al.,1212 Brouwers RW, Kraal JJ, Traa SC, Spee RF, Oostveen LM, Kemps HM. Effects of cardiac telerehabilitation in patients with coronary artery disease using a personalised patient-centred web application: protocol for the SmartCare-CAD randomised controlled trial. BMC Cardiovasc Disord. 2017;17(1):46. a telerreabilitação promoveu melhores níveis de atividade física em longo prazo, quando comparada à RCV convencional. Da mesma forma, outros autores evidenciaram que pacientes com DAC que realizaram telerreabilitação apresentaram aumento significativo no nível de atividade diária e VO2 pico após 6 semanas.

A RCH também vem sendo utilizada em pacientes com DAC. Szalewska et al.,1313 Szalewska D, Zielinski P, Tomaszewski J, Kusiak-Kaczmarek M, Lepska L, Gierat-Haponiuk K, et al. Effects of outpatient followed by home-based telemonitored cardiac rehabilitation in patients with coronary artery disease. Kardiol Pol. 2015;73(11):1101-7. compararam a utilização dessa técnica em pacientes portadores de DAC e DM e pacientes com DAC sem DM. Os autores referem que a RCH teve alta adesão e mostrou-se efetiva em pacientes com DM e sem DM.

Segundo Bocchi et al.,1414 Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Bacal F, Ferraz AS, Albuquerque D, Rodrigues Dde A, et al. [Updating of the Brazilian guideline for chronic heart failure - 2012]. Arq Bras Cardiol. 2012;98(1 Suppl 1):1-33. a insuficiência cardíaca (IC) é a via final comum da maioria das doenças que acometem o coração, classificada como uma epidemia e representando um dos mais importantes desafios clínicos atuais na área da saúde. A telemedicina tem sido cada vez mais utilizada nessa população. Em um estudo clínico com 111 pacientes com IC, Piotrowicz et al.,1515 Piotrowicz E, Piotrowski W, Piotrowicz R. Positive effects of the reversion of depression on the sympathovagal balance after telerehabilitation in heart failure patients. Ann Noninvasive Electrocardiol. 2016;21(4):358-68. demonstraram que a reabilitação domiciliar utilizando telerreabilitação promoveu reversão da depressão e melhora da capacidade física nesses pacientes.

Corroborando os resultados já demonstrados, Bernocchi et al.,1616 Bernocchi P, Vitacca M, La Rovere MT, Volterrani M, Galli T, Baratt D, et al. Home-based telerehabilitation in older patients with chronic obstructive pulmonary disease and heart failure: a randomised controlled trial. Age Ageing. 2018;47(1):82-88. sugerem em estudo realizado com 112 pacientes com diagnóstico de IC e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que um programa de telerreabilitação domiciliar promoveu aumento na distância caminhada, redução da dispneia e melhora da funcionalidade desses indivíduos, quando comparados ao grupo que realizou RCV convencional, confirmando que programas de telerreabilitação são viáveis e efetivos em pacientes com IC e DPOC.

A RCH vem sendo utilizada também em pacientes que apresentaram infarto agudo do miocárdio (IAM). Em estudo com 87 pacientes pós-IAM os autores evidenciam que a RCH facilitou a adesão dos pacientes ao programa de treinamento, em relação ao retorno ao trabalho sugerem que os índices de retorno foram maiores em homens do que em mulheres, enquanto que a melhoria na capacidade física foi semelhante em ambos os gêneros.1717 Korzeniowska-Kubacka I, Bilinska M, Dobraszkiewicz-Wasilewska B, Piotrowicz R. Hybrid model of cardiac rehabilitation in men and women after myocardial infarction. Cardiol J. 2015;22(2):212-8.

Da mesma forma que os estudos analisados até o momento, Piotrowicz et al.,1818 Piotrowicz E, Korzeniowska-Kubacka I, Chrapowicka A, Wolszakiewicz J, Dobraszkiewicz-Wasilewska B, Batogowski M, et al. Feasibility of home-based cardiac telerehabilitation: results of TeleInterMed study. Cardiol J. 2014;21(5):539-46. confirmam em uma amostra de 365 pacientes que a RCH utilizando a telerreabilitação resultou em melhoria significativa na capacidade funcional, constituindo uma forma de reabilitação viável, segura e bem aceita pelos pacientes, com alto índice de adesão.

Conclusão

Após análise dos estudos, podemos concluir que a RCH e a reabilitação domiciliar utilizando telerreabilitação são alternativas viáveis e seguras, apresentam alta adesão dos pacientes cardiopatas e podem ser utilizadas em adição aos programas de RCV convencional ou ainda de maneira isolada. Além disso, auxiliam na melhora de questões relacionadas com depressão, capacidade funcional e nível de atividade física.

  • Fontes de Financiamento
    O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
  • Vinculação Acadêmica
    Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.
  • Aprovação ética e consentimento informado
    Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2018

Histórico

  • Recebido
    04 Jan 2018
  • Revisado
    16 Jan 2018
  • Aceito
    16 Fev 2018
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