GROSSMAN, G. M. |
1984 |
O estudo buscou explorar um modelo formal e algumas das implicações da “abertura econômica”, para uma economia em que os mercados domésticos para compartilhamento de risco estão ausentes. |
A análise do livre comércio e o investimento estrangeiro pode ser prejudicial para países menos desenvolvidos, porque a competção internacional inibe a formação de um empreendedor local. |
MAILLAT, D. |
1998 |
O estudo aponta o objetivo principal da política regional e seus meios na redução das diferenças regionais. Analisa o crescimento econômico em quatro tempos: anos 1970 - política de distribuição; anos 1980 - sistemas de produção territoriais e geração de recursos territoriais, foco endógeno; anos 1990 - combinação entre forças endógenas e exógenas; e, quarto, estimulo às cidades de médio porte às manifestações externas de acessibilidade e variedade de geração de riquezas. |
As políticas regionais de quarta geração devem encontrar formas de vincular o desenvolvimento do sistema urbano às exigências do sistema de produção territorial por meio de locais de interação e externalidades de proximidade, variedade e acessibilidade. Assim, as cidades médias podem sobreviver ao fenômeno da metropolização. |
HELLWIG, M.; IRMEN, A. |
2001 |
Os autores desenvolvem um modelo de crescimento endógeno em uma economia de mercado. Destacam a mudança de técnica a partir das ações intencionais dos empreendedores procurando lucros. O estudo contrapõe-se à visão generalizada de que a mudança endógena só é possível com empresas inovadoras produtoras de monopólios ou oligopólios. |
No modelo estudado, o crescimento econômico ocorre por meio do estimulo à criação de empresas. Verificou-se que a mão de obra como um insumo em atividade inovadora implica o crescimento das empresas. Isso sugere que pode haver uma relação sistemática entre tecnologias de inovação e o desenvolvimento da distribuição de unidades de produção e empresas no processo de crescimento. |
WALCOTT, S. M. |
2007 |
O artgo analisa o case de Wenzhou, na China, onde se verifica um exemplo de desenvolvimento empreendedor autônomo e de baixo para cima com sucesso. Atores locais estão desenvolvendo um novo modelo de financiamento, que integra os três períodos anteriores de experimentação econômica. Este artgo descreve o Modelo Wenzhou, comparando ao verificado com o Modelo da Terceira Itália. As chaves para o sucesso estão nas redes sociais locais baseadas em confança, enfoque sobre setores de nicho, orientação de exportação sensível ao mercado e investimentos utilizando capital endógeno. |
A inovação local e o enfoque dos empresários locais sobre mercados globais, abrangendo a participação de camponeses locais e trabalhadores, detêm intrigante promessa para um modelo geral “de baixo para cima” e cada vez mais autodirecionado. Tanto Emilia-Romagna quanto Wenzhou olham para fora para vender produtos, utilizando a fundação interna de um distrito industrial local. É provavelmente uma combinação de tempo, liderança e proximidade com elementos bemsucedidos, como migrantes remetendo capital e conceitos. |
NABI, M. S.; SULIMAN, M. O. |
2009 |
O artgo desenvolve um modelo de crescimento endógeno em que o ambiente insttucional é capturado por meio de dois indicadores: eficiência do sistema judiciário e facilidade do comércio informal. Mostra que uma melhoria no ambiente insttucional intensifica a direção de causalidade do crescimento bancário para o crescimento econômico, por meio de uma redução na inadimplência, e reduz o spread da taxa de juros. A primeira causalidade, que vai do desenvolvimento bancário ao crescimento econômico, é mais intensa em países com ambiente insttucional mais desenvolvido. A segunda causalidade vai do crescimento econômico ao bancário e indica que uma economia mais desenvolvida tem um sistema bancário mais desenvolvido. |
Cada empreendedor é dotado de um projeto de investimento de um período que está sujeito a choques idiossincráticos de produtividade. No caso de inadimplência, o empreendedor não tem escolha a não ser vender informalmente a parte não realizada de sua produção. Quanto mais insttucionalmente desenvolvida é uma economia, maior é o custo do comércio informal. Este modelo permite analisar como o ambiente insttucional afeta o equilíbrio da economia em cada período e seu caminho de desenvolvimento. Uma melhora no ambiente insttucional reduz a proporção de empreendedores inadimplentes e melhora o efeito positivo do banco sobre o crescimento econômico. A taxa de juros é endogenamente determinada e diminui com a qualidade do ambiente insttucional. |
ETZKOWITZ, H.; DZISAH, J. |
2008 |
Os autores propõem um repensar do desenvolvimento socioeconômico, baseado no conhecimento; de exógeno para endógeno; de liderado pelo Estado para liderado pela universidade; e de um único ou duplo esforço insttucional para a interação hélice tripla. |
O modelo da hélice tripla procura criar desenvolvimento alicerçado em universidades robustas, indústrias e esferas governamentais, bem como melhoria das capacidades de interação por meio da capacidade dos indivíduos de circular de uma esfera para outra. Isso pode ocorrer mediante a aplicação de planos de ação estratégicos e pode ser aplicado ao desenvolvimento de regiões e países. |
BRAUNERHJELM; ACS; AUDRETSCH; CARLSSON |
2010 |
Inicialmente, os autores destacam que o investimento em capital humano e em conhecimento gera desenvolvimento econômico, por meio da propagação do conhecimento. No entanto, o crescimento endógeno não explica como o conhecimento se propaga. Os autores consideram que o empreendedorismo é um fator que falta no modelo endógeno de explicação do desenvolvimento. Utilizando dados da OCDE, os autores fizeram um modelo de regressão, abrangendo o período de 1982 a 2001. |
Os resultados da pesquisa demonstraram que os empreendedores foram importantes no desenvolvimento endógeno a partir dos anos 1990, sendo que a partir desse período a contribuição deles foi crescente para o desenvolvimento econômico dos países que eles analisaram. Os autores salientam, assim, a importância de políticas para o empreendedorismo e a difusão do conhecimento. |
DEJARDIN, M. |
2011 |
O autor analisa a dinâmica de crescimento de uma determinada região belga, focando o efeito agregado. Utiliza o indicador da taxa líquida de entrada de empresas no mercado. Utiliza dados em painel. |
O estudo demonstrou que existe algum impacto positivo da taxa líquida de empreendimentos (diferença entre as que entram e as que saem do mercado) no crescimento econômico regional, no setor dos serviços. |
HESSELS, J.; VAN STEL, A. |
2011 |
O estudo investiga a relação entre novos empreendimentos e taxa de crescimento econômico, ao mesmo tempo em que contabiliza a orientação à exportação dos novos empreendimentos. A criação de novos empreendimentos, bem como atividade de exportação, é estratégia importante para alcançar o crescimento econômico. |
Os resultados sugerem relação positiva entre a atividade empreendedora e o crescimento macroeconômico. Subsequentemente, há um efeito positivo adicional do empreendedorismo de fase inicial orientado à exportação. O crescimento tecnológico endógeno é observado a partir do avanço de ações individuais de agentes com novos conhecimentos. O empreendedorismo desempenha um papel importante na transmissão de conhecimento e, consequentemente, é um elemento crucial no processo de crescimento econômico, devendo ser adicionado a modelos explicativos de crescimento econômico. |
BAUMGARTNER, D.; SCHULZ, T.; SEIDL, I. |
2013 |
O estudo foca políticas de desenvolvimento regional e rural na Europa, que enfatizam cada vez mais o empreendedorismo, para mobilizar o potencial econômico endógeno. Os autores analisaram dados de série temporal. |
Os resultados sugerem uma relação geralmente positiva entre empreendedorismo e desenvolvimento local. Municípios rurais com maior potencial empreendedor apresentaram maiores receitas fiscais empresariais per capita. O impacto geral do empreendedorismo no desempenho econômico local é pequeno – pelo menos para o curto e médio prazo. |
ACS, Z. J.; AUDRETSCH, D. B.; LEHMANN, E. E. |
2013 |
Os autores salientam o papel do contexto para o empreendedorismo. Um contexto rico em conhecimento favorece oportunidades empresariais. Além disso, favorece um efeito spillover, principalmente por meio da criação de spin-ofis. O empreendedor oferece atividades inovadoras e contribui para reforçar o desempenho econômico. |
A teoria spillover aplicada ao empreendedorismo reúne teorias contemporâneas e pensamentos de empreendedorismo com teorias prevalecentes de crescimento econômico, geografia e estratégia; portanto, explica não apenas por que algumas pessoas escolhem se tornar um empreendedor, mas também por que isso é importante para a economia e para a sociedade. |
HUGGINS, R.; THOMPSON, P. |
2015 |
Baseando-se em aspectos da teoria do crescimento endógeno e da teoria do empreendedorismo pelo transbordamento de conhecimento, os autores propõem que a natureza das redes de empresas é fator-chave dos diferenciais de crescimento regional. Em particular, o capital de rede, na forma de investimentos em relações estratégicas para ter acesso ao conhecimento, é considerado para mediar a relação entre empreendedorismo e crescimento regional baseado em inovação. A dinâmica da rede deve ser incorporada ainda em teorias sobre o link entre repercussão do conhecimento, empreendedorismo e crescimento econômico regional. |
As taxas regionais de inovação são relativamente altas em regiões onde as empresas empreendedoras são capazes de estabelecer redes, facilitando o acesso a um conjunto de conhecimento de alta qualidade. Em regiões com taxas de inovação em atraso, empresas empreendedoras provavelmente enfrentarão barreiras para acessar esse conhecimento, especialmente por meio de redes dentro de sua própria região. De forma geral, em todas as regiões há alguma forma de intervenção no sentido de garantr o suporte necessário para ajudar as empresas a desenvolver sua capacidade de estabelecer redes eficazes. |
BADZINSKA, E. |
2016 |
A autora apresenta um estudo de caso de uma empresa de tecnologia, uma startup. O objetivo do estudo é apresentar uma discussão acerca de empresas born global. O foco reside na multidimensionalidade do fenômeno. Os resultados mostraram que a empresa identifica oportunidades globais em desenvolvimento de tecnologias e explora essas oportunidades por meio de uma comercialização bem-sucedida de seus produtos, que rapidamente mudam o ambiente global de negócios. |
O estudo enfatiza o papel das empresas tecnológicas, bem como das empresas born global. Ao estudar o caso de uma empresa da Polônia, uma born global, a autora destaca o papel do contexto, especificamente do ecossistema empreendedor para apoiar empresas desse tipo, o que fortalece a empresa e o local. |
BERNARDINO, S.; SANTOS, J. |
2017 |
O artgo tem como objeto de estudo uma organização social localizada no norte de Portugal. O objetivo é compreender como uma organização social inovadora contribui para o desenvolvimento do local. Trata-se de uma cooperativa na área de agricultura. |
O paradigma teórico é a inovação social e os modelos de inovação, destacando os modelos de Marshall, a concepção de Milieu, de sistemas regionais de inovação e de regiões que aprendem. Ao estudar o caso, os autores destacam os fatores endógenos tangíveis e intangíveis. |
AGHION, P. |
2017 |
O artgo refere-se à transcrição de uma palestra que resgata a contribuição intelectual neo-schumpeteriana, discutindo a teoria do crescimento econômico. O autor salienta que esta teoria considera que: a) o crescimento é gerado por empresários inovadores; b) os investimentos empreendedores são moldados por políticas e insttuições econômicas; c) novas inovações substtuem as tecnologias antigas. O crescimento envolve a destruição criativa. |
Como contribuições, o autor destaca que o paradigma schumpeteriano distingue-se de outros modelos de crescimento. Ele pode ser pensado como uma estratégia para políticas de crescimento econômico, lutando contra a desigualdade de renda e a estagnação. O autor defende o modelo de crescimento econômico baseado na inovação, mas destaca a necessidade de se observar um crescimento inclusivo. |
BARRAGÁN, M. C.; AYAVIRI, V. D. |
2017 |
O objetivo da pesquisa foi analisar empiricamente a relação entre inovação, empreendedorismo e desenvolvimento local de Salinas de Guaranda, Provincia de Bolívar, Equador. Os achados mostram que o empreendedorismo contribui significativamente para o desenvolvimento local. Aspectos como organização comunitária, economia solidária, liderança e cultura empreendedora são os principais fatores para o sucesso do empreendedorismo, segundo dados da pesquisa. Por fm, o empreendedorismo tem contribuído para o desenvolvimento local por meio da geração de emprego para melhorar o nível de vida populacional, com base na equidade, participação da comunidade e economia solidária. |
A pesquisa mostra que a ação empreendedora contribui significativamente para o desenvolvimento local de Salinas de Guaranda, por meio da criação de fontes de emprego que gerem renda para alcançar um melhor padrão de vida da população local. A inovação não é considerada um fator que tenha contribuído para o desenvolvimento local, uma vez que apenas uma porcentagem muito pequena da população a considera importante. Os aspectos de organização comunitária, economia solidária, liderança e cultura empresarial são considerados fatores-chave de sucesso nos empreendimentos. |
ERKEN, H.; DONSELAAR, P.; THURIK, R. |
2018 |
Estudo realizado com dados de produtividade de 20 países, com informações da OCDE, abrangendo o período de 1969-2010, utilizando a taxa de atividade empreendedora (número de empreendedores em relação à população) e efeitos no PIB per capita dos países. Os autores utilizam um modelo econométrico para verificar a relação entre as variáveis. |
Analisam o papel do empreendedorismo e da pesquisa e o desenvolvimento em 20 países. Concluem que a taxa de atividade empreendedora mostrou relação com o PIB per capita. Eles salientam que o efeito é no longo prazo. |
PERALTA, J. D. |
2019 |
A associação entre desenvolvimento e empreendedorismo tem sido abordada em muitos trabalhos como uma relação unidirecional, quer se tente explicar o desenvolvimento a partir do empreendedorismo ou viceversa. Este estudo busca avaliar o vínculo entre o desenvolvimento de determinadas regiões colombianas e seu grau de empreendedorismo como relação endógena ou retroativa. O PIB per capita e o volume de emprego são tomados como indicadores do nível de desenvolvimento regional, enquanto a taxa de empregadores e trabalhadores por conta própria, com alto nível de capital humano, é usada como índice de empreendedorismo. |
Há evidências de uma relação endógena e positiva entre o desenvolvimento e empreendedorismo; o empreendedorismo afeta positivamente o desenvolvimento regional e, por sua vez, o nível de desenvolvimento regional afeta positivamente o empreendedorismo. O empreendedorismo consttui um componente fundamental no planejamento do desenvolvimento regional. Aumentar a quota do trabalho por conta própria, associada às categorias ocupacionais de empregadores com elevado nível de escolaridade, é uma estratégia que permite gerar uma dinâmica de feedback positivo com a atividade econômica.
Os resultados sugerem que, além das fontes tradicionais de desenvolvimento consideradas neste exercício, como capital humano, gastos fiscais ou aspectos de localização geográfica, o empreendedorismo consttui um componente fundamental no planejamento do desenvolvimento regional.
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CHOWDHURY, F; AUDRETSCH, D. B; BELITSKI, M. |
2019 |
Estudo realizado com dados de 50 países, abrangendo o período de 2005 a 2015, a fim de avaliar insttuições formais e informais (disponibilidade de capital de risco, ambiente regulatório de negócios, cognição empreendedora, capital humano, corrupção, participação do governo na economia, suporte governamental e regulação do capital), a qualidade e a quantidade de empreendedorismo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. |
Os autores abordam os diferentes tipos de empreendedorismo e trazem autores que defendem empresas que representam potencial de crescimento. Além disso, apresentam uma abordagem ampla sobre o papel de insttuições no apoio ao empreendedorismo. Por meio do teste de hipóteses, eles constataram que a disponibilidade de capital de risco, de capital empreendedor e o efeito de medidas regulatórias (exceto as relacionadas ao trabalho) mostraram efeitos positivos sobre níveis de empreendedorismo. A corrupção mostrou-se fator inibidor para novas empresas em países em desenvolvimento. Finalmente, o suporte do governo e programas governamentais mostraram efeitos positivos sobre os índices de empreendedorismo. |
RICO, P.; CABRER-BORRÁS, B. |
2019 |
O empreendedorismo e a criação de novas empresas têm efeito positivo sobre a eficiência produtiva e podem explicar as diferenças no crescimento econômico de determinadas regiões. Os autores utilizaram dados da taxa de atividade empreendedora do GEM e avaliaram o efeito sobre o estoque de capital humano e a promoção da inovação como catalisadores para a eficiência produtiva das regiões. |
Os resultados mostram que não basta gerar novas empresas para impulsionar o crescimento econômico; essas empresas também devem ser orientadas para setores que promovem a inovação tecnológica e com o objetivo de atingir um tamanho adequado. A promoção do empreendedorismo também pode ser importante na redução de diferenças regionais, mas os resultados serão mais eficazes quando o volume de inovação e conhecimento incorporado em novos negócios for maior. Para os autores, regiões com uma rede de negócios não propícia ao aumento da produtividade econômica devem compensar isso com maior incentivo à inovação e à educação. |