Resumo:
A gestão de destinos turísticos no Brasil vem se transformando à partir do reconhecimento da necessidade de articulação entre os diferentes stakeholders do turismo atuantes em cada localidade. Neste contexto, o presente artigo tem como objetivo central apresentar uma análise do sistema gestor do turismo em Bonito, com ênfase na sua operacionalização por meio do Voucher Único e na criação de leis específicas para o turismo. Pretende também analisar se esse sistema seria aplicável para os destinos que pertencem a Rota de Integração Latino Americana - Rila. As análises foram realizadas tanto baseadas em revisões teóricas, quanto em estudos-síntese já realizados sobre o destino, com ênfase nos aspectos teóricos relacionados à competitividade e inovação dos sistemas turísticos. Os resultados apontam diretrizes importantes para gestão inovadora do destino após duas décadas desde a implantação do Voucher Único, ferramanta de controle de visitantes, criada endogenamente e responsável por organizar a exploração da atividade turística no local.
Palavras-chave: sistema gestor; inovação; capital social; stakeholders
Abstract:
The management of tourist destinations in Brazil has been transformed from the recognition of the need for articulation among the different stakeholders of tourism in each locality. In this context, the main objective of this article is to present an analysis of the tourism management system in Bonito, with an emphasis on its operation through the Single Voucher and the creation of specific laws for tourism. It also intends to analyze if this system would be applicable to the destinations that belong to the Latin American Integration Route - Rila. The analyzes were carried out based both on theoretical reviews and on the synthesis studies already made on the destination, with emphasis on theoretical aspects related to the competitiveness and innovation of tourism systems. The results point out important guidelines for innovative management of the destination after two decades since the implementation of the Single Voucher, a visitor control tool, created endogenously and responsible for organizing the exploration of the tourist activity in the place.
Keywords: manager system; innovation; share capital; stakeholders
Resumen:
La gestión de destinos turísticos en Brasil se viene transformando a partir del reconocimiento de la necesidad de articulación entre los diferentes stakeholders del turismo actuantes en cada localidad. En este contexto, el presente artículo tiene como objetivo central presentar un análisis del sistema gestor del turismo en Bonito, con énfasis en su operacionalización a través del Voucher Único y en la creación de leyes específicas para el turismo. También pretende analizar si ese sistema sería aplicable para los destinos que pertenecen a la Ruta de Integración Latinoamericana - Rila. Los análisis se realizaron tanto basándose en revisiones teóricas, como en estudios-síntesis ya realizados sobre el destino, con énfasis en los aspectos teóricos relacionados a la competitividad e innovación de los sistemas turísticos. Los resultados apuntan a directrices importantes para la gestión innovadora del destino después de dos décadas desde la implantación del Voucher Único, ferramanta de control de visitantes, creada endógena y responsable de organizar la explotación de la actividad turística en el lugar.
Palavras clave: sistema de gestión,; innovación; capital social; stakeholders
1 INTRODUÇÃO
A pressão exercida pela globalização e o aumento da concorrência implicaram novas estratégias para garantir mercado e economia de escala (BARQUERO, 2001). Isso ocorreu em todos os setores econômicos e na atividade turística não foi diferente. A facilidade de obter informação sobre os destinos turísticos mundiais e o controle de qualidade por parte de grandes operadoras de turismo ou do público varejista tornaram-se corriqueiros, em função do acesso à internet (XIANG; MAGNINI; FESENMAIER, 2015; BRITO, 2017).
Este cenário não é diferente mesmo para municípios que estão longe dos grandes centros urbanos. Este é o caso de Bonito, localizado no estado de Mato Grosso do Sul, na região da Serra da Bodoquena, a 270 km da capital do Estado, Campo Grande. Bonito é um dos municípios pertencentes a região turística “Bonito e Serra da Bodoquena” (MATO GROSSO DO SUL, 2019).
Do ponto de vista da Rota de Integração Latinoamericana (Rila), Bonito, MS encontra-se a 116 km de distância de Porto Murtinho, MS e a 70 km de Jardim, MS. Ambos municípios que estão no trajeto que sai de Campo Grande com destino a Antofagasta no Chile. Justifica-se estudar o destino Bonito com relação à Rila em função de sua maturidade enquanto produto turístico, seu potencial internacional de atratividade e, ainda, segundo a teoria do espaço turístico de Boullón (2002). Sua localização com relação ao trajeto da Rila, uma vez que se encontra a menos de 120 km de distância das duas principais cidades (Jardim e Murtinho) da Rota no território de Mato Grosso do Sul. Além disso, os exemplos vivenciados por Bonito em vinte anos de desenvolvimento turístico podem ser úteis para outros destinos ao longo da Rota. Sendo assim, é importante analisar aspectos de inovação e competitividade deste relevante destino, o qual poderá assumir posição de destaque e inspiração neste novo contexto que se vem se desenhando para o centro oeste do Brasil em direção ao pacífico. Para Boullón (2002), o raio de influência entre um centro turístico e outro deve ser 120 km para ônibus e 200 km para automóveis, ou duas horas de distância-tempo.
Atualmente o turismo é uma atividade econômica relevante para o município, sendo a sua segunda maior fonte de renda e o setor econômico que mais gera empregos diretos e indiretos (BRASIL, 2016a).
Em estudos anteriores, a região turística Bonito e Serra da Bodoquena foi alvo de análises sobre aspectos específicos, como a descrição inicial de suas características e forma de funcionamento (BARBOSA; ZAMBONI, 2000; MORETTI, 2002; VARGAS, 2001; GRECHI, 2002;), o sistema de negócios no âmbito da sustentabilidade (LUNAS, 2000; GRECHI, 2011) e mesmo recortes específicos, focados em aspectos socioambientais, de perfil de público e da criação e funcionamento do Voucher Único (MARIANI, 2003; GRECHI et al., 2010; ALMEIDA, 2013). No entanto, a constante evolução e a dinâmica do turismo da região demandam uma análise contínua, considerando seu histórico caráter inovador - evidenciado em Lunas (2006) e Grechi et al. (2010) - e as mudanças políticas e do mercado. Nesse contexto, o presente trabalho analisa a evolução e a situção atual do turismo no destino e o funcionamento de seu sistema sistema de gestão (AKER, 2012). As análises foram realizadas tanto baseadas em contribuições teóricas acerca da caracterização e gestão dos sistemas turísticos (RUSCHMANN, 1997; BARQUERO, 2001; BENI, 2000; NELSON, 2006; VIGNATI, 2008, AKER, 2012) quanto nos já citados estudos-síntese sobre o destino.
Este texto está organizado em três seções principais: breve revisão teórica; materiais, métodos e etapas da pesquisa que inclui a caracterização do destino turístico; resultados e discussões e por fim as conclusões.
2 SISTEMAS, INTERAÇÃO E INOVAÇÃO NOS DESTINOS TURÍSTICOS
Para sobreviver, enquanto produto turístico competitivo, os gestores dos destinos perceberam que competir com eficiência demandava maior articulação em conjunto, configurando um verdadeiro Sistema Produtivo Local (SPL) (ARRUDA; OLIVEIRA; MARIANI, 2014). Para além da lógica habitual de compreensão dos Sistemas Turísticos (BOULLÓN, 2002; MARTINEZ, 2005; MEIRA, CONCEIÇÃO; ANJOS, 2015; VELASQUEZ; OLIVEIRA, 2016), trata-se de um tipo de rede marcado pela base territorial e por relações comerciais baseadas na confiança entre as partes envolvidas. Neste contexto os Sistemas Produtivos devem desenvolver novos paradigmas, o que implicaria mais criatividade e capacidade de aprendizagem (BARQUERO, 2001; FUINI, 2013). A troca de informações permite construir um aprendizado coletivo para a tomada de decisões e atuação conjunta (QUEIROZ, RASTROLLO-HORRILLO, 2015). O ambiente de rede, que não deixa de ser um mecanismo de governança, se fortalece quanto maior é o uso e serve para coordenar ações dos diferentes setores turísticos que interagem. As redes ou os sistemas produtivos locais assumem um caráter mais flexível no modo de produção, gestão e comercialização dos produtos turísticos, o qual passa a ser coordenado pelos atores e também pelos fornecedores. Consequentemente, entornos inovadores e organizados são foco de atração para outras empresas ou negócios inovadores, formando um círculo virtuoso (GRECHI, 2011).
A inovação tem sido um diferencial para empresas e economias em um quadro de competitividade global. As inovações surgem em consequência de processos contínuos de aprendizagem coletiva imbricados em contextos sociais, institucionais e culturais específicos, que permitem às empresas - componentes dos destinos - terem acesso a elas. O compartilhamento de rotinas de produção, organização e aprendizagem torna os SPLs ambientes nos quais a inovação ocorre de maneira coletiva, repercutindo no entorno e promovendo o desenvolvimento pela interação (NELSON, 2006). A cooperação entre os agentes de um SPL é a base para a inovação, bem como a existência de organizações flexíveis (conselhos, fóruns, associações, bureaux) nas quais o conhecimento e a informação se difundem de forma não linear, chegando a transformar o espaço além das empresas (ASHEIM; COOKE, 1999). Além disso, para o sistema ser inovador, os atores precisam interagir, trocar informações e conhecimento, de forma a promover o aprendizado conjunto (ARNS, 2009; BRUN; MOURA; MÜHLEN, 2015).
Nelson (2006) aponta algumas características necessárias para uma inovação eficiente, tais como: forte interação entre atores envolvidos; o sistema educacional que atenda às demandas do setor produtivo; e a existência, de uma base histórica, geológica e geográfica importantes. Para o autor, seria manter a empresa competitiva e, neste caso, a competitividade varia em cada contexto local. No presente artigo, entende-se que a inovação eficiente no turismo pressupõe a necessidade de manter-se competitivo de acordo com a realidade socioambiental e organizacional de cada destino. Desta forma, defende-se que o que distinguem os destinos inovadores são algumas características comuns e que compreendem perícia, por parte dos stakeholders, não somente no planejamento, mas também na produção, distribuição e gestão do novo produto ou processo. Ou seja, é um conjunto de habilidades no âmbito das “organizações inovadoras” que faz a diferença. Essas organizações podem ser também mistas público/privadas, nas quais a gestão da atividade turística conjunta ocorre, tais como os Fóruns, Conselhos, Bureaux ou empresas estabelecidas no local que obtêm destaque na produção e gestão de processos e produtos turísticos (NELSON; WINTER, 2005).
Cada destino turístico apresenta um arranjo institucional que espelha determinada sociedade e que impacta diretamente a sua economia positiva ou negativamente (ZAPATA, 2009; GRECHI, 2011). Um ambiente rico em cultura associativa e em diversidade institucional é favorável às trocas econômicas, às transformações, às inovações e ao desenvolvimento (MATOS; CASSIOLATO; PEIXOTO, 2017). A questão estratégica referente às organizações que compõem o SPL consiste em que a própria existência delas significa maior segurança para realização de novos investimentos e ações inovadoras (NORTH, 1993).
Por isso, evidencia-se a importância dos destinos em investir nos arranjos institucionais e nas trocas de informações através das redes de conhecimento. Estas duas diretrizes estão entre as principais estratégias das políticas para o desenvolvimento local do turismo, sob a ótica dos Polos de Crescimento (PERROUX, 1981) ou, mais recentemente, sob a ótica dos destinos inteligentes (INVAT.TUR, 2015). Os stakeholders locais, as especificidades positivas da região e suas instituições formam um ambiente propício para atrair mais investidores interessados em aumentar suas capacidades de poupança e, consequentemente, o crescimento econômico do local.
3 MATERIAIS, MÉTODOS E ETAPAS DA PESQUISA
3.1 Caracterização da região e do destino turístico
O município de Bonito está localizado na Serra da Bodoquena, sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul (Figura 1). Sua área territorial é de 4.934 km2, abrigando uma população de 19.587 habitantes. A economia do município é baseada, em ordem de importância econômica, no turismo e na agropecuária (IBGE, 2016).
A maior particularidade do município de Bonito, no entanto, se deve a um conjunto de fatores ambientais que lhe porporcionou uma paisagem privilegiada e diferenciada (BOGGIANI, 1999). A Serra da Bodoquena é constituída por rochas carbonáticas, que são propícias ao desenvolvimento de feições muito particulares de relevo, internacionalmente conhecido como carste. Segundo Ford e Williams (2007), as áreas cársticas são regiões nas quais a modelagem do terreno é dominada por processos de dissolução da rocha por ácidos leves, o que gera formas de relevo bastante atrativas sob a ótica do Turismo (LOBO; MOREIRA; FONSECA FILHO, 2012), como as cavernas (figura 1a: Gruta do Lago Azul), os rios de águas límpidas, clarificados pelos carbonatos dissolvidos (figura 1b: Rio Formoso, em um trecho do Balneário Municipal), as dolinas, as tufas - que em Bonito, proporcionam cachoeiras que mudam de tamanho periodicamente -, os cânions, os sumidouros e as ressurgências, entre outras centenas de formas combinadas entre si. Aliam-se a estes elementos a cobertura vegetal de transição entre a Floresta Tropical Atlântica, o Cerrado e o Pantanal (ZAVALA et al., 2017), três dos mais importantes biomas brasileiros. Com isso, a profusão de espécies de fauna e flora torna-se mais um atrativo para os turistas que visitam a região.
Se por um lado a região de Bonito apresenta uma paisagem privilegiada, por outro é preciso reconhecer sua fragilidade intrínseca. As áreas cársticas estão entre as paisagens mais vulneráveis do planeta (VAN BEYNEN, 2011), o que requer que medidas de prevenção e mitigação de impactos antrópicos sejam propostas e efetivadas (WATSON et al., 1997). Na Serra da Bodoquena, mas particularmente em Bonito, diversas ações são observadas neste sentido, dentre as quais se destacam a definição e o aparente respeito à capacidade de suporte dos atrativos naturais (FRATA et al., 2007; GRECHI et al., 2010); a criação de áreas naturais protegidas Federais, Estaduais e Municipais (BRASIL, 2016b); e o envolvimento da população nas questões ambientais, por meio de processos de educação ambiental que atendem tanto crianças quanto adultos (CERDOURA, 2013).
3.2 Procedimentos de coleta e análise dos dados
As pesquisas que deram origem ao presente artigo vêm sendo desenvolvidas ao longo dos últimos 18 anos pelos(as) autores(as). Neste período, o acompanhamento, vivência e as atividades diretas de pesquisa foram sendo desenvolvidas em diversas frentes de trabalho, resultando em dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos e orientações de monografias acadêmicas. A síntese dos procedimentos de investigação utilizados nesta trajetória é consolidada em três etapas principais.
A primeira etapa consistiu-se de pesquisas bibliográficas e documentais, as quais, além de abordarem a caracterização do município e do turismo nele desenvolvidos, focaram em temas como inovação, sistemas inovadores e instituições. Além do arcabouço teórico mencionado levantou-se o máximo de informações possíveis em endereços eletrônicos e documentos oficiais sobre políticas, planos, programas e projetos que contemplassem Bonito, de forma a criar um banco de dados e informações acerca do turismo na região, em diversos aspectos.
A segunda etapa consistiu na realização de trabalhos de campo para obtenção de novos dados sobre a gestão do sistema, seus atrativos e aspectos ligados aos stakeholders, bem como validar e confrontar as informações coletadas na fase inicial. Para tanto, foram desenvolvidas análises de aspectos sociais, ambientais e operacionais do turismo nos atrativos e entrevistas - estruturadas, em alguns casos - com atores diretamente envolvidos com o turismo no destino.
A terceira etapa da pesquisa consistiu na descrição dos resultados obtidos no campo e sua posterior análise.
Por se tratar de um processo desenvolvido durante um longo intervalo de tempo e com diversos enfoques produzidos, nem todos os resultados são apresentados no presente artigo. Apenas os resultados e análises relativos à descrição, ao funcionamento e aos aspectos de inovação na gestão do destino turístico são ora abordados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O voucher único adotado em Bonito é resultado da organização do trade turístico em associações, bem como sua participação efetiva na gestão municipal do turismo. Todo o histórico a respeito do início da atividade turística e posteriormente a criação do voucher, atores chaves, a importância do associativismo, papel do poder público nesse processo e demais ações relevantes foram detalhados nos trabalhos de Barbosa e Zamboni (2000), Mariani (2003), e Grechi et al. (2010), dentre outros.
Análises sobre o turismo em Bonito e sobre o voucher e outros aspectos podem ser encontradas nos trabalhos de Anunciação e Tomazin (2015), Arruda, Oliveira e Mariani (2014), Camargo et al. (2011), Mariani, Arruda e Malta (2015) e Almeida (2013).
Segundo dados apresentados por Grechi (2002), o voucher unificado é fruto de um processo coletivo que, originalmente, possuía dois enfoques. Sob a ótica do poder público, visava promover e controlar a arrecadação de impostos sobre os serviços prestados no turismo, que possuiam alto grau de informalidade. Sob o ponto de vista dos prestadores de serviços turísticos, possibilitava existir maior transparência com relação a essa arrecadação. A criação do voucher resultou da primeira ação oficial do Conselho Municipal de Turismo de Bonito (Comtur), criado pela Lei Municipal n. 695/1995. A Resolução Normativa n. 09/1995 que instituiu o voucher único, também padronizou o mesmo modelo para todas as agências. A concordância do trade, sobretudo das agências, com relação a essa padronização a partir do voucher único, foi motivada pelo fato de que dessa maneira haveria mais transparência nas relações entre os empreendedores locais e o poder público. O imposto sobre serviços (ISS) até então era cobrado a partir de estimativas da prefeitura local e gerava frequentes reclamações (LUNAS, 2000). O voucher permitiu eliminar estas diferenças em função de ser emitido sob demanda e por conter campos de informações que permitem o controle sob a prestação dos diversos serviços básicos que compõem o mercado local de turismo, como a hospedagem, o agenciamento, os serviços de guia de turismo e o volume de visitantes nos atrativos. Nesse sentido, além de controlar a arrecadação de impostos, o voucher também possibilitou a implantação efetiva do controle da capacidade de suporte estabelecida de alguns atrativos, bem como organizar as reservas turísticas, coletar dados, gerar estatísticas, controlar a arrecadação tributária, agregar os prestadores de serviços turísticos e, certamente, trabalhar a consciência do trade turístico acerca da importância dos recursos naturais. Para Grechi et. al. (2010) a sustentabilidade ambiental foi um bônus. Alguns aspectos referentes ao modo de funcionamento do Comtur certamente contribuíram para o sucesso deste modelo de gestão: caráter deliberativo, consultivo e de assesssoramento; número majoritário de assentos com a iniciativa privada em detrimento ao poder público; e o aprimoramento de um sistema de autogestão que já estava instalado em Bonito mas ainda precisava de organização e gestão (GRECHI, 2002).
Além da funcionalidade endógena do voucher, sua eficiência passou a ser reconhecida em âmbito nacional, tanto por meio de prêmios quanto em função de começar a ser compreendido como benchmarking de gestão. Em 2010 a cidade recebeu um prêmio do Ministério do Turismo pela implantação do Voucher Digital. Trata-se da Premiação das Melhores Práticas dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional que avaliou projetos de acordo com as 13 dimensões de um índice de competitividade, dentre os quais estavam incluídas as “políticas públicas” - tema que proporcionou a premiação a Bonito. Um dos destaques do funcionamento do Voucher Digital é sua possibilidade de emissão, em conjunto com as notas fiscais eletrônicas, em tempo real e a qualquer hora de qualquer dia da semana, independente de ser considerado dia útil, final de semana ou feriado. A adoção do voucher como modelo por outros destinos pode ser observada pelos casos de Cairu, BA, (desde 2013), município que abriga um dos mais conhecidos destinos de praia do litoral Baiano, a ilha de Morro de São Paulo e de Brotas-SP (desde 2015), município no interior do Estado de São Paulo que é um consagrado destino de turismo de aventura e ecoturismo. No entanto, não é possível avaliar se o funcionamento dos sistemas de voucher destes municípios se assemelha em sua amplitude ao sistema de Bonito, embora sejam, declaradamente, inspirados ou mesmo copiados deste.
Grechi et al. (2010) ressaltam também a existência de um ciclo retroalimentativo entre o voucher, os aspectos de cuidado com o meio ambiente e o associativismo entre os stakeholders do trade turístico de Bonito, ainda que com algumas fragilidades. Neste contexto, percebe-se que o voucher é um dos elementos que reforçam positivamente a sinergia entre os operadores do sistema, seus elementos e processos.
No entanto, este funcionamento não deve ser entendido como um modelo perfeito, considerando as limitações intrínsecas do próprio sistema. Sua maior limitação é a impossibilidade de se estabelecer a aferição do fluxo de visitantes em Bonito, o que acontece por três motivos principais. O primeiro deles é a concepção do Voucher único, que não inclui um procedimento de individualização do visitante. Assim, um visitante que consumir mais de um roteiro no mesmo dia, ou mesmo em dias distintos, será contabilizado mais de uma vez. Além disso, alguns roteiros e serviços não exigem a compra de voucher para serem visitados, como os balneários e os atrativos culturais. Com isso, depreende-se a necessidade de realização de pesquisas de oferta e demanda. Algumas pesquisas de oferta e demanda já foram realizadas, além do inventário turístico, porém de forma pontual e inconstante, como, por exemplo, no Festival de Inverno de Bonito em 2010 (BEDNASKI; ALMEIDA, 2013), No Carnaval de 2010 (ARAÚJO; ROSI; SILVA, 2013) e na gruta do Lago Azul (LOBO; CUNHA, 2009; VELASQUEZ; SILVA, 2013) - um dos principais atrativos do município. A partir de 2015, o Bonito Convention Bureau iniciou, em parceria com a Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, Comtur e Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul (Fecomercio) a organização do Observatório de Turismo e Eventos de Bonito. Esta iniciativa foi a primeira, em 20 anos de exploração do turismo local, a produzir pesquisas de forma constante a partir de dados obtidos por meio do voucher único, das On Line Travel agencies e de alguns hotéis e passeios da cidade. O resultado constituiu no primeiro anuário turístico e de eventos de Bonito. Além disso, o Convention realizou pesquisa de perfil e satisfação da demanda na edição de 2016 do Festival de Inverno de Bonito. Com isso, observa-se uma iniciativa efetiva de ampliação e sistematização de pesquisas sobre a demanda no município.
Segundo Ruschmann (1997), Bissoli (2000), Beni (2006) e Aaker (2012), a falta de produção e análise amplas e sistemáticas de dados sobre a demanda repercute na dificuldade de execução de ações de avaliação e monitoramento. A pesquisa Índice de Competitividade dos Destinos Nacionais (BRASIL, 2015) posicionou Bonito abaixo da média nacional e da média do grupo das não-capitais nesta dimensão. Esta constatação permite questionar a efetividade do planejamento. Sem banco de dados, não há como planejar o destino com base nas necessidades do mercado. Cadastros, inventários e indicadores devem preceder qualquer trabalho de planejamento e tomada de decisão (BENI, 2006; BRASIL, 2015).
Além disso, desde o lançamento das políticas nacionais sobre os 65 Destinos Indutores do turismo no Brasil, foi recomendado o desenvolvimento de um conjunto de indicadores para acompanhar os objetivos dos projetos de turismo e de se manter uma série histórica desses dados (BRASIL, 2007). A existência de indicadores é defendida por todos os estudiosos que trabalham com desenvolvimento regional, local e endógeno (TRENTIN, 2013).
Outro aspecto comentado como uma limitação da gestão via voucher é o encarecimento do produto turístico para o consumidor final, em nome de uma pretensa sustentabilidade maior do destino. Isso ocorre porque, à medida que estão inclusas no voucher as parcelas correspondentes ao pagamento de proprietários de atrativos, agências de receptivo, guias de turismo e impostos (GRECHI, 2002; GRECHI, et al., 2010), o preço final amplia e a capacidade de negociação do turista diminui.
Outra característica marcante do SPL de Bonito e região é a elevada endogenia de processos. Verificou-se que o que foi criado diretamente em Bonito (voucher, Lei dos Guias Locais, Fundo de Turismo) teve maior representatividade e resiliência em comparação com as propostas realizadas por políticas supralocais. Outro aspecto que evidencia a interação entre os atores envolvidos é pautado pelas iniciativas associativistas. Na cidade existem diversas associações, além de Sindicatos, ONGs e Convention Bureau, que compõem o sistema gestor do turismo local. Em sua maioria, estas associações foram criadas em meados dos anos de 1990, quando da criação do Conselho Municipal de Turismo. Exemplos de associações atuantes no SPL de Bonito são: a Associação Bonitense de Hotelaria, a Associação de Guias de Turismo de Bonito e a Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região.
Sobre a inovação, produção e disseminação de conhecimento (NELSON, 2006), os resultados das pesquisas já realizadas apontaram o reconhecimento de que houve benefícios provenientes da atuação do Comtur, principalmente com relação ao apoio para a participação em congressos e feiras. Os atores entrevistados por Grechi (2011) consideraram uma vantagem competitiva a participação em organizações como conselhos e associações. Reconheceram que, no turismo, as redes são importantes, bem como o fortalecimento delas. Afirmaram também que já inovaram (em produtos e serviços) como resultado da participação e envolvimento em associações, fóruns e conselhos, principalmente em função do aprendizado. Além disso, em Bonito, na época de maior inovação e produção de conhecimento local referente ao turismo (1995-2000), os arranjos e ambientes institucionais formatados resultaram de uma sincronia entre o ambiente institucional posto pelas políticas públicas federais (o antigo Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT) e a sociedade local de Bonito (Comtur). O elo que estabeleceu o diálogo entre governo federal e sociedade local foi justamente o arranjo institucional chamado Comtur. Foi por meio dele que se promoveu o ajuste necessário e efetivo entre a intenção de se desenvolver o turismo e a estrutura capaz de fazê-lo com maior eficiência possível. O resultado expressou-se na forma do Voucher único, que em tempos atuais evoluiu para o Voucher Digital, e de um Conselho, presidido pela iniciativa privada e com fundos garantidos por lei.
Mas Bonito precisa ir além do voucher único para ampliar sua proposta de inovação. Arns (2009) afirma que a governança democrática é diretamente proporcional à existência de capital humano desenvolvido (com informação, conhecimento, capacidade cognitiva para processar a informação) e capacidade associativa forte. Segundo o autor, para que os arranjos funcionem efetivamente, é inevitável fortalecer o capital humano que os constitui. Só assim surgem espaços que coordenem negociações e sinergias em torno de propósitos comuns que irão promover o desenvolvimento endógeno do território. A construção deste capital social ocorre a partir do território, pois é lá que estão universidades, pessoas e a competência local (BOGGIANI, 2001; GRIMM et al., 2015). Entende-se também que a capacitação continuada é uma questão estratégica no fortalecimento das instâncias de governança democráticas. Estas, por sua vez, são fundamentais na formação de territórios inovadores e sustentáveis.
Por fim, observou-se também que o destino, apesar de apresentar limitadores comuns à maioria dos municípios do país, consegue ainda se sobressair no cenário nacional como exemplo de destino ecoturístico (CAMARGO et al., 2011; KLEIN et al., 2011) e de turismo sustentável (LUNAS, 2000; BARBOSA; ZAMBONI, 2000; MARIANI; ARRUDA; MALTA, 2015). Isto acontece tanto porque existe um polo de desenvolvimento que continua agindo em Bonito e gerando transformações pontuais em âmbito municipal quanto pelo fato de a gestão nos demais municípios ser relativamente mais deficitária. A trajetória do destino demonstra que o sistema vem funcionando, pois o fluxo de visitantes nos atrativos ainda é ascendente, mesmo depois de 20 anos, evidenciando nuanças dos estudos clássicos do ciclo de vida das destinações turísticas (BUTLER, 1980). O que foi constatado por Grechi (2011) é que o sistema não conseguiu mais reproduzir o mesmo nível de capital social formado no início do processo, quando da formação da primeira turma de guias de turismo (BOGGIANI, 2013), e isso seria a provável causa da incapacidade para criar novas soluções endógenas e transformações político/institucionais responsáveis por projetar o destino para um patamar de maior competitividade. Também é preciso se atentar para as novas tendências do mercado de turismo, tanto em âmbito mundial quanto, mais especificamente, regional. Novas tendências de consumo (EDELMAN; PANROTAS, 2017), como o turismo de experiência, o turismo de compartilhamento e os aspectos virtuais e tecnológicos, devem ser estrategicamente observados e, dentro do possível implantados, mesmo em destinos baseados na natureza (LOBO, 2018). Por mais singular que seja a construção do território de Bonito e região vale ressaltar que a existência de uma paisagem monumental e notável aliada às particularidades socioculturais não é exclusividade da Serra da Bodoquena. Assim, é preciso ir ao encontro das Lnecessidades dos turistas e moradores, para ampliar a sustentabilidade do destino em todas as suas dimensões de análise, sejam econômicas, ecológicas, culturais e sociais (DRESNER, 2002).
5 CONCLUSÃO
A busca pela competitividade e inovação pontuada por Nelson (2006) traz o tom central do que se observou durante as pesquisas realizadas sobre o sistema turístico de Bonito de turismo (cfr. BARQUERO, 2001; FUINI, 2013) de Bonito. Em linhas gerais, foram identificados indícios de forte interação entre atores envolvidos (GRECHI et al., 2010); o sistema educacional atendeu às demandas do setor produtivo (GRECHI, 2002; 2011; MARIANI, 2003); e constatou-se a existência - como também a atualização e difusão - de uma base histórica, geológica e geográfica importantes (KLEIN et al., 2011; BOGGIANI, 2001; 2013).
Diversos aspectos positivos de seu sistema gestor foram ressaltados, tanto pela mídia quanto por estudos acadêmicos (PASCHOAL, 2012; G1, 2013), a criação e implantação do voucher único (Grechi et al., 2010); a obrigatoriedade de condução nos atrativos por meio de um guia de turismo local; a existência de ações associativistas no turismo; e a forma como o município de Bonito gerencia a exploração da atividade turística, vinculando passeio, guia local, agência local e prefeitura, entre outros aspectos (ARRUDA; OLIVEIRA; MARIANI, 2014; MARIANI; ARRUDA; MALTA, 2015; CAMARGO et. al., 2011). Ressalta-se, no entanto, que também existem problemas a serem resolvidos pela gestão do turismo no município, tais como: problemas ambientais com o turvamento das águas, sazonalidade e a pressão que a internet pode exercer sobre as agências tradicionais (uma vez que nos demais destinos não há mais a obrigatoriedade de se utilizar agências para intermediar a compra de passeios).
Outros aspectos importantes, como a existência e atualização do voucher e a busca pela sustentabilidade em suas diversas dimensões, também são compreendidos na presente análise como componentes da competitividade do destino.
A gestão do turismo em municípios interiorioranos de pequeno e médio porte no Brasil ainda possui diversas oportunidades de melhorias, por meio da adoção de procedimentos que sejam compatíveis com suas respectivas realidades turísticas. O caso de Bonito é bastante emblemático, pois se trata de um município que está passando dos 20 anos de formalização e consolidação do turismo baseado na natureza, desenvolvido com base local e que conseguiu envolver os munícipes em seu processo de planejamento, gestão e desenvolvimento.
Isto pode fazer de Bonito o melhor exemplo de um sistema turístico inovador para pequenos municípios no Brasil ou para outros possíveis destinos ao longo da Rila? Não se assume aqui o risco de ajuizar valor sobre o processo. No entanto, alguns aspectos ressaltados no texto diferenciam positivamente Bonito da média nacional: o desenvolvimento e aprimoramento de um sistema de autogestão - no qual o voucher é o elemento que mais bem materializa sua funcionalidade; o associativismo; a configuração como um sistema; a gestão compartilhada entre poder público e iniciativa privada; e o empoderamento dos stakeholders envolvidos no planejamento e produção do turismo.
Por outro lado, as pesquisas desenvolvidas e consultadas, bem como o convívio com o destino e com pesquisadores que se debruçam sobre ele, permitiram a identificação de aspectos que podem e devem ser melhorados, para a manutenção da trajetória de virtudes de Bonito: o fortalecimento contínuo do capital social local por meio de iniciativas de capacitação diversificada; o desenvolvimento e a aplicação de indicadores de gestão adaptados para a realidade do destino; o monitoramento do fluxo de visitação; a ampliação das funcionalidades e aplicações do voucher digital, mantendo seu caráter maior de controle fiscal mas, também, possibilitando sua configuração como ferramenta aplicável ao planejamento e gestão das demais possibilidades ora citadas; e a busca pelas novas e mutáveis tendências de consumo do mercado turístico. Além disso, uma ação estratégica relacionada ao meio ambiente, pois este tem sido alvo das maiores polêmicas junto à exploração do turismo no município.
Com isso, conclui-se que somente com a avaliação continuada das variáveis relevantes para o sistema turístico de Bonito e sua consequente profissionalização é que decisões adequadas poderão ser tomadas, soluções locais criadas e inovações desenvolvidas no âmbito coletivo. A própria história do turismo de Bonito corrobora esta conclusão, pois o voucher foi resultado do investimento em capacitação quando da formação de guias de turismo e de um contexto institucional e político favoráveis. Com isto, foi gerado o ambiente necessário para o estímulo à formação do Conselho Municipal do Turismo e que repercutiu na criação de normatização específica para o desenvolvimento da atividade turística.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
05 Set 2019 -
Data do Fascículo
2019
Histórico
-
Recebido
15 Fev 2019 -
Revisado
18 Abr 2019 -
Aceito
16 Maio 2019