Resumo:
Este artigo tem como foco a discussão que surge nas relações entre o público e o privado na educação e, de maneira mais específica, as implicações que a tecnologia educacional do Programa Jovem de Futuro (PJF), apresentada, criada e desenvolvida pelo Instituto Unibanco (IU), gera na gestão das escolas públicas. A tecnologia é pré-qualificada no Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação (MEC) e efetiva-se por meio de parcerias realizadas com o MEC, os governos dos estados do Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Piauí e o instituto, no âmbito do Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro, para a gestão de escolas de Ensino Médio. A pesquisa situa-se no contexto da redefinição do papel do Estado, em decorrência de uma crise estrutural do capital sob a ótica da ideologia neoliberal, que, como forma de superá-la, sob o argumento de que aquilo que está em crise é o Estado, e não o capital, indica como saída a reforma do Estado mediante a redução de seu papel, de modo mais específico na execução de políticas sociais, entre elas as educacionais. A metodologia da pesquisa tem por base um levantamento bibliográfico nos documentos do Instituto Unibanco e em seus materiais editoriais impressos. Por meio dos materiais, pode-se identificar que o PJF emprega a lógica de mercado nas escolas públicas de Ensino Médio e induz a responsabilização das escolas pelos resultados, o que incorpora alterações nas suas propostas pedagógicas e, assim, compromete a autonomia da gestão escolar, ferindo o princípio da gestão democrática.
Palavras-chave: terceiro setor; parceria público-privada; Programa Jovem de Futuro