Resumo
Há problemas de grande escala que se manifestam em esferas e situações localizadas. No texto que segue, retrata-se um desses casos, talvez o mais emblemático da atualidade: a Bacia do Alto Rio Paraguai (BAP). Neste presente artigo, será apresentada sua dinâmica e um dos principais problemas relativos à sua sustentabilidade, a barragem de rios para produção de energia. A pesquisa foi construída a partir de bases de dados oficiais, em estreita comunicação com populações locais e referenciamento geocartográfico, e se volta 1) para a desconstrução da falácia da narrativa construída que justifica a exploração do território; 2) para provar que a energia produzida por estes empreendimentos em operação é absolutamente insignificante à manutenção da matriz de produção energética brasileira. Pretende-se, assim, contribuir com dados para que a sociedade civil e especialistas possam instruir-se acerca dos termos de um debate urgente. A pesquisa foi realizada com base na hipótese de que, no processo ainda em curso de ocupação da BAP como território produtor de energia hídrica, a tendência é de que as Usinas Hidrelétricas não contribuam de forma significativa para o painel nacional de produção de energia e, muito menos, para o desenvolvimento local e sustentável dos municípios onde são instaladas.
Palavras-chave
represas; populações vulneráveis; Bacia do Alto Rio Paraguai; energia