Este artigo realiza uma abordagem da imunização frente à diferença produzida pela cobertura jornalística sobre acontecimentos ocorridos nas periferias pertinentes às fronteiras internacionais brasileiras (fronteiras) e aquelas localizadas em suas áreas metropolitanas (favelas). A opção metodológica que a sociossemiótica aporta permite a análise da cobertura de acontecimentos realizada pela mídia local, por meio de um corpus criado a partir de edições dos anos 2006-2007 de um diário fronteiriço, em contraste com a análise de dois semanários nacionais no mesmo período. O objetivo geral procurou conhecer a especificidade que o nível local concede aos acontecimentos já estandardizados pela mídia nacional. Os resultados apontam a consistência da hipótese de que o agenciamento jornalístico mantém a noticiabilidade sobre as periferias numa condição discursiva ambígua e que responde por seu enquadramento como alarmes de incêndio, convertendo-as em patrimônio territorial do Estado-nação.
Jornalismo; Periferia; Fronteiras; Estado-nação; Identidade Nacional