Resumo
Em tempos de pluralidade de ideias e valores morais, determinadas lideranças religiosas buscam se reafirmar como fontes da verdadeira moral e combater certos tipos de pensamento que possam desestabilizar seu modus operandi. Diante disso, os períodos pré-eleitorais, por muitas vezes, se tornam um momento propício para o engajamento religioso no debate político, com a intenção de influenciar a decisão de voto do fiel. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é analisar as formas de engajamento político, por parte de dois pastores midiáticos – Silas Malafaia e Marco Feliciano – na mídia tradicional e nas redes sociais digitais. Apresentaremos os seus posicionamentos diante de pautas progressistas que, a partir da redemocratização, começam a ser vinculadas à esquerda, ao Partido dos Trabalhadores, e as suas propostas políticas, fundamentadas em princípios messiânicos e salvacionistas. Nossa hipótese é que o discurso do medo é empregado por esses pastores neopentecostais como forma de manutenção de uma determinada ordem, ditada pela religião na qual se filiam.
Palavras-chave
Midiatização da religião; Cultura do medo; Neopentecostais; Eleições de 2014; Pensamento conservador