Resumo
O artigo toma como objetos de estudo as narrativas gráficas de Will Eisner, originárias dos anos 1940 e sua adaptação, que Frank Miller roteirizou e dirigiu, no filme The Spirit (2008). Metodologicamente, desenvolvemos uma análise estética comparativa, com aporte nos processos intersemióticos observados na passagem da mídia impressa para o cinema. Partimos da observação das coordenadas espaciais nas dark cities ficcionais, que se apresentam como cenários simbólicos iníquos e violentos, propícios às ações de vilões e detetives problemáticos. A seguir, assinalamos as reverberações oriundas do cinema expressionista alemão e do cinema noir nos espaços urbanos representados; com destaque para a atmosfera de sexualização vinculada às femmes fatales. Para concluir, detalhamos aspectos tecnoestéticos da opção tradutória da obra de Eisner, inserindo-a no projeto gráfico-cinemático de Miller; com ênfase na estilização como evocação e como metamorfose.
Palavras-chave
Arte sequencial; Adaptação fílmica; Will Eisner; Frank Miller