RESUMO
Análises histológicas de amostras de Siderastrea stellata Verrill, 1868 branqueadas, doentes e com alteração no padrão de cloração, revelaram drásticas perturbações teciduais e celulares, como lise do epitélio externo, hiperplasia da mesogleia, apoptose das células epiteliais e das zooxantelas, e degradação dos filamentos mesentéricos e das células reprodutivas. Hifas fúngicas, diatomáceas e cianobactérias estavam presentes em amostras doentes e em tecidos de colônias com alteração no padrão de coloração. Além disso, amostras branqueadas e doentes apresentavam reduções significativas no número de zooxantelas por 100 µm2 da gastrodermis e, reduções significativas nos diâmetros e volumes dos oócitos de estágio V. Constatamos que eventos de branqueamento, doenças e colônias com alteração no padrão de cloração, promoveram degradação das células reprodutivas, resultando na consequente interrupção da reprodução do coral S. stellata, que é uma das espécies de corais brasileiro mais comuns. As implicações desses efeitos indiretos do branqueamento, doenças e das mudanças nos padrões de coloração dos corais na dinâmica populacional dos recifes brasileiros são discutidas.
PALAVRAS-CHAVE
Doenças em corais; branqueamento de coral; histopatologia; recifes brasileiros; perturbações celulares