RESUMO
A fauna de anfíbios do estado de Mato Grosso do Sul foi compilada e elaborada pela primeira vez, totalizando 97 espécies, o que representa pouco mais de 10% das espécies que ocorrem no Brasil. Nove famílias e 25 gêneros de Anura e apenas uma espécie de Gymnophiona foram registradas. As áreas de Cerrado apresentaram a maior riqueza, seguidas pelas florestas estacionais semideciduais, Chaco e veredas. Em relação às macrorregiões consideradas, foram registradas 56 espécies para a planície de inundação (majoritariamente representada pelo Pantanal) e 92 para o planalto. As regiões mais amostradas em Mato Grosso do Sul são o Parque Nacional da Serra da Bodoquena e algumas áreas do Pantanal, o que resulta em lacunas de amostragens por todo o estado, principalmente nas regiões norte, leste/sudeste e parte do oeste/sudoeste. Foram identificadas áreas consideradas importantes para amostragens em decorrência da complexidade de fitofisionomias e relevos encontrados no estado: Maciço do rio Apa, Serra de Maracaju, grande parte do Chaco brasileiro, leque do rio Taquari, planalto do Taquari-Itiquira, escarpas do planalto Central, áreas úmidas/florestas estacionais da planície do rio Paraná e áreas interioranas do Pantanal, onde o acesso é difícil.
PALAVRAS-CHAVE Amphibia; inventários; biodiversidade; Programa Biota-MS
ABSTRACT
Amphibian species from Mato Grosso do Sul state were compiled and checked for the first time. A total of 97 species were recorded, representing more than 10% of the known Brazilian amphibians. Twenty five anuran genera in nine families and only one caecilian were recorded. Cerrado was the richest area followed by semideciduous forests, Chaco, and veredas (palm swamps). It was recorded 56 species in floodplain areas and 92 in the surrounding cerrados. The Serra da Bodoquena National Park and some Pantanal areas were better sampled than other regions in Mato Grosso do Sul, resulting in sampling gaps across the state. Important areas for future inventories were identified: mountainous regions in Serra de Maracaju and those bordering the Apa river, Brazilian chacoan areas, the Taquari river alluvial fan, the broad Taquari-Itiquira flat area, the Central Plateau scarps, wet areas from Parana river bordering São Paulo state, and inland areas from Pantanal.
KEYWORDS Amphibia; inventories; biodiversity; Biota-MS Program
Mato Grosso do Sul é um estado jovem, tendo sido desmembrado do estado de Mato Grosso há 35 anos. Essa informação é importante quando se pretende considerar a atual condição do conhecimento para diversos segmentos, incluindo a biodiversidade. Em associação à idade, a grande extensão territorial (~ 360 mil km2), aliada à paisagem complexa em termos de relevo, hidrologia e vegetação (Filho et al., 2004; Godoy et al., 2009; Gonçalves et al., 2011; Pott et al., 2011), fazem do estado uma área ainda pouco explorada quanto à composição da biota. Não por acaso, são frequentes mapas de distribuição de espécies de anuros em que o Mato Grosso do Sul representa uma lacuna, mesmo quando há registros para estados vizinhos (e.g., Almeida et al., 2008; Moura et al., 2010; Andrade & Vaz-Silva, 2012). Apesar de vários trabalhos de inventários e descrições de espécies publicadas recentemente terem começado a preencher essas lacunas (Aoki et al., 2010, 2011; Ávila et al., 2010; Amaral et al., 2012; Landgref-Filho et al., 2012; Souza-Filho & Lima, 2012; Sugai et al., 2012), o número de amostragens ainda é incipiente e diversas áreas do estado ainda necessitam ser inventariadas (ver revisão em Strüssmann et al., 2007, 2011).
São reconhecidas para o Brasil 1026 espécies de anfíbios (Segalla et al., 2014), sendo 988 Anura, uma espécie de Caudata e 33 de Gymnophiona. Apesar dessa riqueza, informações básicas como padrões de distribuição geográfica, de endemismo e dinâmica populacional ainda são escassas para muitas espécies, o mesmo sendo válido para estudos dessa natureza em diferentes hábitats ou fitofisionomias. Os registros de espécies de anfíbios para o estado de Mato Grosso do Sul são extremamente pontuais (ver Gordo & Campos, 2003, 2005; Ávila & Ferreira, 2004; Strüssmann et al., 2007, para histórico de registros para o estado) e, em alguns casos, abrangem as áreas da planície de inundação e seus arredores, onde está inserida a grande região do Pantanal (PCBAP, 1997; Strüssmann et al., 2000; Gordo & Campos, 2003; Wang et al., 2005; Uetanabaro et al., 2007, 2008; Souza et al., 2010).
Nos últimos anos, vários estudos têm propiciado um incremento de informações sobre os padrões de distribuição de anfíbios para diversas regiões do Brasil, avaliando também os condicionantes ecológicos destas distribuições (Siqueira et al., 2009; Vasconcelos et al., 2010; Silva et al., 2011; Toledo & Batista, 2012; Valdujo et al., 2012a). Em particular, a produção de listas de espécies de diversas localidades é crucial tanto para indicar lacunas de conhecimento em áreas a serem inventariadas, como para subsidiar planos de manejo e estudos que possam indicar áreas prioritárias à conservação (e.g., Diniz-Filho et al., 2007; Loyola et al., 2008; Becker et al., 2010; Toledo & Batista, 2012; Verdade et al., 2012). O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma lista das espécies de anfíbios do estado de Mato Grosso do Sul, suas regiões de ocorrência e as principais formações vegetais associadas aos registros.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados aqui apresentados reúnem informações oriundas de coleções científicas do estado (Coleção Zoológica de Referência da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande - ZUFMS e Coleção de Vertebrados do Pantanal, Embrapa Pantanal, Corumbá - HCPAP) e de outras instituições (Brasília, DF, Coleção Herpetológica da Universidade de Brasília, CHUNB; Goiânia, GO, Coleção Zoológica da Universidade Federal de Goiás, ZUFG; Rio Claro, SP, Célio F.B. Haddad, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, CFBH; Curitiba, PR, Museu de História Natural Capão da Imbuia, MHNCI; Campinas, SP, Universidade Estadual de Campinas, ZUEC; Porto Alegre, RS, Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, MCT - Anfíbios; Departamento de Zoologia e Botânica de São José do Rio Preto, SP, Coleção de Anfíbios DZSJRP; Cuiabá, MT, Coleção Zoológica de Vertebrados da Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT). Também foram considerados registros da literatura e informações pessoais de pesquisadores. Para cada registro foram identificadas as coordenadas geográficas (DATUM: WGS84) e, quando não disponíveis, estas foram aproximadas através de imagens do Google EarthTM, as quais foram utilizadas para gerar mapas de registro de ocorrência das espécies através do programa Quantum GIS versão 1.8.0 (Quantum GIS Development Team, 2012). Os mapas também representam as principais características do relevo, com base em dados obtidos através de depositórios específicos (Weber et al., 2004), a vegetação e Unidades de Conservação de proteção integral criadas no estado até o ano de 2011 (http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/default_prod.shtm; http://www.ibama.gov.br/zoneamento-ambiental).
De posse dos registros, utilizou-se o aplicativo DIVAGIS (Hijmans et al., 2002) que, através do método “circular neighborhood”, gerou um mapa em formato rasterizado, indicando as regiões do estado com maior número de registros de coleta de anfíbios e as regiões menos amostradas, sendo as últimas consideradas como lacunas de conhecimento (Rossa-Feres et al., 2011).
Localizado na porção central da América do Sul, Mato Grosso do Sul apresenta distintas formações com componentes florísticos particulares. Grande parte do estado está inserida no domínio fitogeográfico do Cerrado, constituído em sua maioria por cerrado sensu lato, o que inclui campo limpo, campo sujo e cerradão. Além dessas diversas fitofisionomias do cerrado, outros tipos vegetacionais como veredas de buritis e florestas estacionais semidecíduas (sensuBatalha, 2011) também estão presentes. Já o domínio fitogeográfico do Chaco é representado por uma pequena extensão de área no sudoeste do estado, incluindo suas diferentes fitofisionomias de chaco arbóreo, gramíneo e arbustivo. Dessa maneira, para uma primeira tentativa de associação de anfíbios com as características florísticas regionais, os registros foram vinculados a esses principais domínios e aos seus tipos vegetacionais. Longe de ser uma classificação da flora do estado, as formações propostas aqui (Cerrado, veredas, florestas estacionais semidecíduas e Chaco) devem ser vistas como uma forma de regionalização da fauna de anfíbios do Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo, os registros também foram associados com duas grandes formas de relevo que ocorrem no estado e delimitam duas macrorregiões: a planície inundável, composta majoritariamente pelas áreas do Pantanal, com suas diversas subdivisões (Adámoli, 1982) e o planalto. Para esse último, as regiões elevadas, localizadas sobre escarpas e “morrarias” (termo regional para designar a ocorrência de série de morros em determinado local), mesmo que inseridas na planície inundável, foram consideradas como planalto.
Em termos de conservação, as espécies de anfíbios registradas para o estado foram assinaladas segundo os critérios de ameaça propostos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2001), a saber: criticamente em perigo (CR), em perigo (EN) e vulnerável (VU). Embora as categorias dados insuficientes (DD) e de menor risco (LC) não estejam vinculadas a graus de ameaça, também foram incluídas por serem consideradas um reflexo do atual conhecimento das espécies, como já sugerido por Verdade et al. (2012). A nomenclatura utilizada segue AmphibiaWeb (2012), a qual está atualizada segundo revisões recentes (Faivovich et al., 2005; Nascimento et al., 2006; Hedges et al., 2008; Narvaes & Rodrigues, 2009; Garda et al., 2010; Blackburn & Wake, 2011; Kolenc et al., 2011; Pyron & Wiens, 2011; Wilkison et al., 2011; Padial et al., 2012). Seguimos Lavilla et al. (2010) na nomenclatura de Trachycephalus typhonius.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os dados disponíveis até o momento, foram registradas 97 espécies de anfíbios para o Mato Grosso do Sul, das quais nove aguardam confirmação, o que representa pouco mais de 10% das espécies de anfíbios do Brasil. Apenas uma espécie de Gymnophiona foi registrada (Siphonops paulensis), enquanto que as demais espécies pertencem à Ordem Anura, distribuídas entre nove famílias e 25 gêneros (Tab. I). As áreas com vegetação de cerrado sensu lato apresentaram a maior riqueza de espécies de anuros (70), seguidas pelas florestas estacionais semidecíduas (57), veredas (47) e Chaco (37). Naquelas áreas com forte influência antrópica, como pastagens, campos agrícolas e mesmo regiões urbanas, foram registradas 54 espécies (Tab. I).
Espécies de anfíbios registradas para o estado de Mato Grosso do Sul. As espécies são associadas às quatro principais formações vegetais consideradas no estudo (CE, cerrado sensu lato; CH, Chaco; FE, floresta estacional; V, veredas; ver Metodologia), às duas macrorregiões (PI, planície de inundação; PL, planalto) e ao estado de conservação (CR, criticamente em perigo; EN, em perigo; VU, vulnerável; LC, menor risco; DD, dados insuficientes).
A maior parte do território do Mato Grosso do Sul é constituída ou tem forte influência do Cerrado, o que explicaria a alta representatividade de espécies de anuros típicos desse domínio registrada no estado. O Cerrado abriga uma fauna de anuros estruturada espacialmente em resposta a fatores históricos e gradientes ambientais existentes em toda sua extensão, apresentando assim elevados valores de diversidade beta (Diniz-Filho et al., 2008; Valdujo et al., 2012a). Atualmente são conhecidas 209 espécies de anuros para o Cerrado e áreas de contato (Valdujo et al., 2012b), das quais, 75 (36%) foram registradas para Mato Grosso do Sul. O Cerrado é a maior, mais diversa e, talvez, a mais ameaçada savana tropical do mundo (Myers et al., 2000; Silva & Bates, 2002), sendo também o segundo maior domínio fitogeográfico brasileiro, com área original de 2,5 milhões de km² (Silva et al., 2006). No entanto, o Cerrado tem sofrido intensa ação antrópica nas últimas décadas em decorrência da urbanização e desenvolvimento de atividades agropastoris. Estima-se que mais da metade da área originalmente ocupada pelo Cerrado tenha sido transformada nas últimas décadas em decorrência de diversas atividades antrópicas e, apesar de sua importância para a biodiversidade, menos de 2% dessa área encontra-se protegida (Klink & Machado, 2005).
Em relação às florestas estacionais, são formações importantes geralmente associadas a regiões com características geológicas particulares como bordas do planalto e solos calcários (Prado & Gibbs, 1993), como é o caso da Serra da Bodoquena e de regiões elevadas (morrarias) de Corumbá. Estas florestas encontram-se fortemente ameaçadas por atividades antrópicas, tais como mineração, exploração madeireira e abertura de pastagens (Miles et al., 2006; Silva et al., 2006). Dada a peculiaridade desse ambiente e sua distribuição de forma isolada no estado, as florestas estacionais podem vir a representar áreas de endemismo em potencial, pois muitas localidades ainda necessitam de avaliação quanto à sua riqueza de fauna e flora (Uetanabaro et al., 2007).
As veredas apresentaram a terceira maior riqueza de espécies de anfíbios no estado. Apesar de sua inestimável importância na manutenção da biodiversidade, de cursos d’água e do lençol freático, grande parte das veredas está em avançado estado de degradação devido ao desorganizado uso da terra e expansão antrópica no Cerrado (Ferreira, 2003; Tubelis, 2009). O elevado grau de assoreamento resultante do desmatamento e o pisoteio pelo gado causam compactação do solo, o que consequentemente diminui a taxa de infiltração da água, rebaixa o lençol freático e reduz a vazão das nascentes (Meirelles et al., 2004). Isso influencia diretamente a comunidade vegetal, ao permitir a colonização por espécies de maior porte e por outras não adaptadas a solos encharcados, o que muda a estrutura ambiental e a composição da fauna associada (Guimarães et al., 2002; Meirelles et al., 2004). Esse efeito é maior sobre os anfíbios devido a suas restrições ecológicas e fisiológicas em ambientes carentes de umidade (Colli et al., 2002; Semlitsch & Bodie, 2003). Assim, a degradação de veredas pode resultar em declínio e/ou extinção local de diversas populações.
O Chaco é considerado uma província biogeográfica (Morrone, 2006), com diversas espécies endêmicas de anfíbios e répteis (Gallardo, 1979; Leynaud & Bucher, 1999; Brusquetti & Lavilla, 2006). No Brasil, a representatividade da região chaquenha está restrita a uma pequena faixa, limitada pelas margens dos rios Paraguai e Apa, no município de Porto Murtinho, sul do estado de Mato Grosso do Sul. As primeiras informações detalhadas da herpetofauna do Chaco brasileiro, caracterizado como “Chaco úmido” (Hueck 1972a,b; Prado et al., 1992; Prado, 1993), foram disponibilizadas por Souza et al. (2010). Essa região é a localidade do primeiro registro no Brasil de Melanophryniscus klappenbachi (Amaral et al., 2012) e Lepidobatrachus asper (Sugai et al., 2013), conforme previsto por Strüssmann et al. (2011), o que reforça a importância dessa fitofisionomia para a biodiversidade brasileira. Todavia, a região sofre com desmatamentos e queimadas devido à substituição de florestas por gramíneas para a implantação de pecuária (Silva et al., 2008).
Quanto às macrorregiões consideradas, foram registradas 56 espécies para a planície de inundação (majoritariamente representada pelo Pantanal) e 92 para o planalto, sendo que 51 delas são compartilhadas pelas duas macrorregiões, 41 são espécies exclusivas do planalto e apenas cinco são exclusivas da planície (Tab. I). Estudos anteriores consideraram a riqueza de anuros no Pantanal em Mato Grosso do Sul como algo em torno de 45 espécies (Uetanabaro et al., 2008; Strüssmann et al., 2011). Apesar de o Pantanal ser um ambiente com predomínio de áreas alagadas, o que configura uma característica ambiental importante para os anfíbios, é uma das regiões brasileiras com maior escassez de informações. A lista de espécies deste trabalho reuniu informações decorrentes de registros recentes ou que ainda não haviam sido publicados, resultando, portanto, em maior número de espécies, o que é natural em contribuições envolvendo inventários.
O ciclo de cheia e seca no Pantanal, com seus processos ecológicos resultantes do pulso de inundação, é bastante variável em termos de recorrência e duração, o que é definido não só pelas chuvas, mas também pelo relevo, incluindo o planalto do entorno (Gonçalves et al., 2011; Mercante et al., 2011). Dessa maneira, períodos de seca que se prolonguem por vários meses em anos consecutivos podem limitar a disponibilidade de água em determinados períodos, dificultando assim a presença de animais dependentes de ambientes úmidos e alagados como os anfíbios. Além disso, sabe-se que a planície é (e será) influenciada pelo uso e gestão das áreas dos rios que drenam para o Pantanal, localizadas no planalto e mesmo nos estados limítrofes ao Mato Grosso do Sul (ver discussão em Alho & Sabino, 2011).
O anuro Lepidobatrachus asper encontra-se sob ameaça no Paraguai (Quase Ameaçado - NT) devido à sua área de distribuição ser muito restrita (aproximadamente 20.000 km²) e suas populações estarem em declínio, provavelmente devido a incêndios e conversão de áreas naturais em pastagem (Aquino et al., 2004). No Brasil, a espécie é conhecida por um único registro (Sugai et al., 2013), em região severamente fragmentada e associada a um domínio fitogeográfico (Chaco) com pequena representatividade no país. Entretanto, não há informações suficientes acerca de flutuações extremas na extensão de ocorrência, área de ocupação ou qualidade do hábitat para averiguar o atual estado de conservação dessa espécie no Brasil. Assim, L. asper foi considerada dentro do critério de “dados insuficientes” (DD). Algumas espécies ainda não identificadas e que provavelmente são novas para a ciência, pertencentes aos gêneros Phyllomedusa, Elachistocleis e Adenomera podem estar ameaçadas de extinção por ocorrerem em áreas muito restritas (regiões da Serra de Maracaju em Aquidauana e do Maciço do Urucum, em Corumbá), sujeitas à degradação ambiental decorrente da expansão agrícola, pecuária e da extração de minério de ferro e manganês.
Todas as fitofisionomias consideradas nesse estudo sofrem impactos de diversas naturezas antrópicas, incluindo fogo, drenagem, assoreamento, implementação de pequenas centrais hidrelétricas, substituição de pastagens nativas e desmatamento para implementação de pastagens, monoculturas (e.g., cana-de-açúcar, eucalipto) e agricultura (Machado et al., 2004; Harris et al., 2005; Alho & Sabino, 2011), ameaçando, assim, a biodiversidade regional. Esses fatores apontam para clara necessidade de maiores esforços na busca de informações que associem ecologia, manejo e conservação em diferentes escalas espaciais e temporais.
O estado tem potencial para abrigar mais espécies. As regiões mais amostradas em Mato Grosso do Sul são o entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena e algumas áreas do Pantanal (Figs 1, 2). Há lacunas de amostragens por todo o estado, principalmente nas regiões norte, leste/sudeste e parte do oeste/sudoeste (Figura 3). É possível destacar sete áreas para futuras amostragens (Fig. 1): Maciço do rio Apa (1), Serra de Maracaju (3a, 3b e 3c), grande parte do Chaco brasileiro (4), leque do rio Taquari (7), planalto do Taquari-Itiquira (8), escarpas do planalto Central (9) e áreas úmidas/florestas estacionais da planície do rio Paraná (10). Essas áreas estão situadas em regiões com pouco ou nenhum registro no estado, e foram apontadas como foco para inventários por possuírem alta heterogeneidade de relevo (Fig. 1), serem regiões alagáveis (Fig. 2) e/ou apresentarem considerável extensão de vegetação nativa. Destaca-se, também, que nessas regiões apontadas existem Unidades de Conservação que praticamente não foram amostradas (Fig. 2), incluindo, por exemplo, o Monumento Natural Serra Bom Jardim e o Parque Estadual Nascentes do Taquari (Fig. 2; pontos 10 e 12 respectivamente), que fazem parte do corredor Cerrado-Pantanal ou o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, o Parque Natural Municipal de Naviraí e o Parque Nacional de Ilha Grande (Fig. 2; pontos 15, 16 e 17), que representam importantes fragmentos de Floresta Estacional. Embora um dos objetivos das Unidades de Conservação seja proporcionar meios e incentivos para a pesquisa científica (SNUC, 2006), o atraso na regularização fundiária e efetiva implantação dessas Unidades impedem que essa prática.
Mapas do estado de Mato Grosso do Sul indicando a localização dos registros de anfíbios (triângulos pretos). A linha tracejada que cruza o estado indica a divisa entre as bacias dos rios Paraguai e Paraná (Fonte: ANA 2012). Fig. 1. Mapa de altitude (os números indicam algumas áreas de interesse citadas no texto): 1, Maciço do rio Apa; 2, Planalto da Bodoquena; 3, Planalto de Maracaju-Campo Grande; 4, Áreas alagáveis na planície do rio Paraguai com predomínio de Chaco (ver Fig. 2); 5, Maciço do Urucum; 6, Serra do Amolar; 7, Leque do rio Taquari; 8, Planalto do Taquari-Itiquira; 9, Escarpas do Planalto Central; 10, Áreas alagáveis na planície do rio Paraná. Fig. 2. Mapa de vegetação segundo a classificação proposta nesse trabalho (ver Metodologia; as veredas são muito pequenas para aparecer na escala do mapa) e Unidades de Conservação de Proteção Integral (destacadas em vermelho): 1, Parque Nacional da Serra da Bodoquena; 2, Monumento Natural Serra de Maracaju; 3, Monumento Natural Morrarias de Anastácio; 4, Monumento Natural Serra de Terenos; 5, Parque Estadual Matas do Segredo e Parque Estadual do Prosa; 6, Monumento Natural Serra de Maracaju-Corguinho; 7, Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro; 8, Parque Natural Municipal de Piraputangas; 9, Parque Estadual Serra de Sonora e Monumento Natural Serra do Pantanal; 10, Monumento Natural Serra Bom Jardim e Parque Natural Municipal Templo dos Pilares; 11, Monumento Natura Serra de Figueirão; 12, Parque Estadual das Nascentes do Taquari; 13, Parque Nacional das Emas; 14, Parque Natural Municipal Pombo; 15, Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema; 16, Parque Natural Municipal de Naviraí; 17, Parque Nacional de Ilha Grande.
Mapa do estado de Mato Grosso do Sul indicando a localização dos registros de anfíbios (pontos pretos) e as áreas de maior (vermelho) e menor (azul) conhecimento, evidenciando as lacunas de amostragens. As cores indicam a amplitude do número de amostras.
Há carência de recursos humanos qualificados atuando diretamente nas instituições de ensino e pesquisa do estado, o que limita a construção e maior divulgação do conhecimento. Por exemplo, uma busca no diretório do CNPq identificou apenas dois Grupos de Pesquisa envolvidos diretamente com o estudo de anfíbios em Mato Grosso do Sul. Ambos os grupos estão vinculados à UFMS, em Campo Grande (História Natural de Anfíbios e Répteis - coordenado por Vanda Lúcia Ferreira e História Natural e Ecologia de Vertebrados em Ambientes Naturais e Antrópicos - coordenado por Franco Leandro de Souza). Entretanto, ambos os grupos interagem com pesquisadores de outras instituições e de outras áreas do conhecimento. As coleções científicas do estado são escassas e carecem de recursos para seu bom funcionamento, o que demanda mais tempo para o tombamento de exemplares e, consequentemente, retarda a disponibilidade dos dados. Vale destacar, entretanto, que um aporte recente de recursos financeiro através do programa estadual Biota-MS possibilitou a permanência de bolsistas nas coleções científicas, o que tem resultado em significativo incremento do número de animais tombados.
Amostragens da fauna e flora, seja para montar listas de espécies ou para testar teorias ecológicas, são extremamente importantes em regiões pouco conhecidas e com grande diversidade de ambientes, como é o caso do Mato Grosso do Sul. Além de preencher lacunas de conhecimento sobre a diversidade e padrão de distribuição das espécies de anfíbios no estado, também propiciam material para trabalhos que buscam resolver problemas de identificação e classificação das espécies. Essas revisões taxonômicas são importantes, não só para um trabalho de sistemática consistente, mas também para a aplicação de conceitos de Biologia da Conservação, já que as espécies são as unidades básicas na estimativa de diversos parâmetros de biodiversidade (Aleixo, 2009). Assim, é necessário maior esforço de coleta incluindo também girinos, amostras de tecidos para análises moleculares e registros acústicos de espécies que ocorrem em Mato Grosso do Sul. Estes tipos de materiais biológicos ainda estão pouco disponíveis aos pesquisadores e raramente são mencionados em revisões taxonômicas (Narvaes & Rodrigues, 2009; Caramaschi, 2010; Garda et al., 2010), o que pode levar à subestimação da riqueza e omissão de espécies novas e/ou ameaçadas.
Agradecimentos.
A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciências e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e a Superintendência de Ciências e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Sucitec/MS) pelo convite de participação neste fascículo especial da Iheringia, Série Zoologia e o suporte financeiro para sua publicação. Renato Bérnils, Guarino R. Colli, Reuber A. Brandão, Rogério P. Bastos, Célio F.B. Haddad e Paula H. Valdujo gentilmente cederam dados de campo e auxiliaram na identificação de várias espécies; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul e Instituto Homem Pantaneiro pelo apoio logístico em diversas ocasiões. FLS, VLF, CS e DJR são pesquisadores do CNPq. C.P.A. Prado é grata ao CNPq (Processo 471106/2010-0) e a FAPESP (Processo 2009/12013-4) pelo auxílio financeiro.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
2017
Histórico
-
Recebido
01 Nov 2016 -
Aceito
06 Fev 2017