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Estrutura da assembleia de peixes em uma região portuária da costa amazônica

RESUMO:

A estrutura da assembleia de peixes em uma área portuária na Baía de São Marcos (Costa Amazônica) foi analisada com base nas distribuições espaciais e temporais para identificar potenciais mudanças na resposta aos aumentos de pressão antrópica associados às atividades industriais e portuárias na região. As amostras foram realizadas entre março de 2011 a novembro de 2015. A composição da ictiofauna foi representada por um total de 56 espécies, distribuídas em 15 ordens e 29 famílias. As capturas foram dominadas por Genyatremus luteus (Bloch, 1790), mas Sciades proops (Valenciennes, 1840) foi o mais representativo em termos de biomassa. A avaliação sazonal da assembleia de peixe não revelou diferença significativa. Entretanto, houve diferença entre os locais de captura onde abundância, biomassa e diversidade de Shannon foram mais relevantes no Ponto 1 e a equitabilidade no Ponto 4. A análise NMDS e o teste ANOSIM entre os meses e entre os locais de amostragem, com base na composição de espécies, revelaram uma diferenciação sazonal associado aos meses chuvosos e de estiagem, bem como uma diferenciação espacial, em função de um gradiente de profundidade e hidrodinâmica, resultante da maior distância das áreas de mangue. A baixa diversidade registrada podem ser reflexos das atividades portuárias que historicamente ocorrem na área investigada. Porém, ainda sim, percebeu-se uma manutenção da diversidade regional, ao longo do período em análise. Assim, as escalas temporais e espaciais tornam-se importantes para detecção e compreensão da biodiversidade de peixes em um estuário amazônico, refletindo, a importância dos manguezais para a manutenção da diversidade ictiofaunística na área. Mediante este contexto, o presente estudo pode subsidiar possíveis projetos de conservação na área, uma vez que informações desta natureza são quase inexistentes para peixes estuarinos da Amazônia maranhense.

PALAVRAS-CHAVE
Ictiofauna; estuário; variabilidade sazonal; padrões espaciais; Amazônia maranhense

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